quarta-feira, setembro 05, 2012

Jogadores de casino nas empresas públicas

O Jornal de Negócios de hoje titula em manchete que "transportes abrem novo buraco de 2,2 mil milhões com derivados financeiros."

A explicação da notícia é dada no interior, assim:

A história começa no Verão quente de 2008 com as notícias da crise no mercado imobiliário americano. As taxas Euribor " galopavam a 4% sem travagem à vista", escreve o jornal. "E, nos seus gabinetes, presidentes das empresas públicas portuguesas assinavam contratos que protegiam os seus créditos desta escalada descontrolada."
Os tais instrumentos que os magníficos administradores das nossas ainda mais magníficas empresas públicas assinaram diziam respeito, na sua maioria, a coberturas simples de risco de taxa de juro, vulgo swaps.
Só no metro de Lisboa e Porto ( devem ser os administradores mais magníficos que existem em Portugal) o buraco atinge os 1,8 mil milhões de euros.
Helena Garrido escreve que estes magníficos nunca são responsabilizados. E porque o deveriam ser? Quem os nomeia é que deveria-e com garantias pessoais que era para termos a garantia que faziam o que deve ser feito.
Quem foram então estes magníficos gestores que arruinaram as empresas que administraram e ainda se ficam a rir com bónus e sem cortes no vencimento?

O Metro de Lisboa, teve três conselhos de gerência entre 2003 e 2009.
Em 2008, o seu magnífico presidente respondia pelos fulminantes nomes de Dr. Joaquim José Oliveira Reis, na presidência e entre os vogais, os indicados Eng.º Luís Filipe Salgado Zenha de Morais Correia; Eng.º Jorge Manuel Quintela de Brito Jacob; Dr. Pedro Gonçalo de Brito Aleixo Bogas;Dr. Miguel Teixeira Ferreira Roquette.

Tudo boa gente. O presidente, tem um cv de peso. Está na Parpública que isto de administrar empresas públicas é para quem sabe.  E a edp precisa de tal saber, como é natural. Assim como as Águas do Algarve. E ainda mais naturalmente, a Parcaixa, SA. Este indivíduo é um génio. Até na Finança...
Pena que possa ter assinado esse contrato que endivida a empresa em mais de mil milhões de euros.Se não foi ele sózinho, responsável será na mesma porque presidia à empresa.

Saindo do registo irónico e porque isto é demasiado sério e vai-nos custar couro e cabelo, importaria que alguém, mormente a A.R. sede da democracia, chamasse este tipo e lhe fizesse uma série de perguntas sobre o assunto.
A primeira, sugiro-a já: quem o aconselhou a arriscar neste descalabro colossal com o dinheiro que é de todos nós?
Quem foi? Basta essa resposta para ver como chegamos onde chegamos. E para vermos a cara do indivíduo, na tv.
Confesso que de todos os nomes, o que mais me suscita curiosidade é o do Bogas. Não sei porquê, mas é assim.


Questuber! Mais um escândalo!