segunda-feira, junho 17, 2013

Olha, um bom sinal...

 RR:


Os alunos dos 1.º, 3.º, 5.º e 7.º anos serão os primeiros a experimentar, já em Setembro, o polémico Programa de Matemática. O programa é homologado esta segunda-feira, mas continua a dividir especialistas na disciplina.
 
Assim que o Ministério da Educação e Ciência (MEC) anunciou um novo Programa de Matemática para o Ensino Básico (PMEB), professores e associações que representam os matemáticos criticaram a opção, lembrando que o programa existente estava em vigor apenas desde 2007.  
 
Para os professores de matemática, o MEC deveria ter optado por avaliar e melhorar o existente, que só este ano começou a ser dado aos alunos do 9.º ano, em vez de criar novos programas. 
 
No entanto, em declarações à agência Lusa, um dos autores do PMEB, o professor Carlos Grosso, recusou a ideia de se tratar de um "novo" programa, uma vez que "em termos de conteúdo, é muito semelhante ao que existia".

Segundo o autor, as mudanças verificam-sem, sobretudo, a nível de organização: algumas matérias desapareceram (como as estimativas) e outras foram mudadas de anos de escolaridade (as translações e probabilidades passaram do 1.º para o 3.º ciclo).  
 
As opiniões sobre o efeito do novo programa nos alunos também são divergentes: a Sociedade Portuguesa de Matemática considera que será "benéfico" para os estudantes, porque vai aumentar a exigência, ao passo que a Associação de Professores de Matemática (APM) diz que representa "um retrocesso de 40 anos no ensino da disciplina" que terá efeitos negativos na aprendizagem.
 
Para a APM, o programa apresenta "deficiências graves ao nível da sua estrutura e lógica global, ao nível pedagógico e didáctico e o nível dos conteúdos programáticos". 

 
Coordenadores da disciplina em escolas com bons e maus resultados nos exames nacionais consideram que o programa é desadequado à idade dos alunos e poderá afastá-los da disciplina, uma vez que nem todos terão capacidade para perceber o que lhes é pedido.



Quem é que está contra isto? Os reaccionários, para usar linguagem comunista patenteada. O aumento da exigência escolar pode ser um bem se for harmonizada. Se for desgarrada será apenas uma tentativa de criação de uma coerência destruída em 1975.

12 comentários:

zazie disse...

Completamente.

Não querem exigência nem que decorem nada.

Ainda andam com a pancada do "lúdico" e do "aprender a aprender".

Kaiser Soze disse...

Isto é muito engraçado.
Não percebo corno disto mas é muito estranho que a Sociedade Portuguesa de Matemática ache isto uma maravilha e a Associação de Professores de Matemática uma tragédia.

A Sociedade Portuguesa de Matemática não tem professores de matemática como "sócios"?

Zephyrus disse...

Como se estudará Medicina, Latim, Inglês, Bioquímica, Biologia e tantos outros ramos do Conhecimento sem memorizar?

Floribundus disse...

a esquerda fascista e social-fascista entrou em extertor
e o rectângulo falido vai receber a extrema-unção
antes da chegada dos vorazes 'ratos-pingados'

o funeral está a cargo da 'agência polvo unido'

zazie disse...

Se calhar é melhor ver quem é quem, dentro de cada uma...

http://www.mat.uc.pt/mpt2013/parceiros.html

Estamos em Portugal, é tudo família; alternam de acordo com o que importa

ahahahahahah

(parece que desta vez o talibã do jacobino Buescu é favor)

Ljubljana disse...

"deficiências graves ao nível... pedagógico e didáctico e o nível dos conteúdos programáticos"

Não tenho qualquer dúvida de que o novo programa é seguramente um bom programa! Mesmo sem ainda que de relance ter olhado para ele.

lusitânea disse...

Tenho notícia que os da FENPROF deveriam explicar bem.Os prof do 1º ciclo furaram a greve?Pá já têm tudo e intocável(reforma aos 55, direito a todos os escalões) como tiveram os mestres e costureiras dos trabalhos manuais equiparado(a)s a licenciado(a)s
É a luta de classes no professorado em que os licenciados verdadeiros são "patrões".Mas não é de admirar serem os sindicalistas maioritáriamente desta classe de "desfavorecidos"...

Vivendi disse...

Comeram poucas criancinhas ao pequeno almoço...

Mais de 70% dos alunos fizeram exame.

70% é uma grande maioria venha lá quem vier.


Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira.


Vivendi disse...

SALAZAR e as greves...

Em 1957, já com 69 anos, Salazar é entrevistado por Serge Groussard, jornalista do Figaro. Entre outras perguntas, acerca do direito à greve o estadista responde: “Somos excessivamente pobres para nos permitirmos a esse luxo. Tanto mais que quando se reconhece o direito à greve admite-se que há uma incompatibilidade absoluta entre o interesse patronal e o interesse dos trabalhadores, e que a questão não poderá ser resolvida senão pelo recurso à força. É evidente que ganhará o mais forte, o que não significa que triunfe a justiça. Tanto que se rejeita o direito à greve deve admitir-se que os interesses patronais e os interesses dos trabalhadores são, no fim de contas, concordantes e não contraditórios; que deve ser também considerado um terceiro interesse que é o interesse social; e que uma organização deve ser erigida para permitir aos interesses divergentes definirem-se e conciliarem-se, reconhecendo-se o Estado como árbitro supremo. Nestas condições, o direito à greve pode, sem riscos, e com vantagens, deixar de ser reconhecido”. No termo da entrevista, concluiu: “Não governamos anjos no espaço, mas os homens sobre a terra, que são como são e não como alguns quereriam que fossem”.

JC disse...

Que lucidez, que discurso lógico, que sensatez, que inteligência que brota dessas palavras de Salazar.
Incrível.

Sempre que leio algumas das ideias de Salazar e das explicações que apresenta para as suas "politicas", fico estupefacto!

Nenhum político dos que nos governam e querem governar desde o 25 de Abril alguma vez disse coisas tão certas, tão razoáveis e tão carregadas de bom senso como as que Salazar deixou documentadas.

E chamam ditador e fascista a esse grande Estadista e tentam apagar a sua memória quando devia ser, no essencial, um exemplo a seguir e um modelo a copiar.

Apache disse...

Logo no segundo parágrafo do texto: “(…) professores e associações que representam os matemáticos criticaram a opção (…)”. Mais para o final da notícia surge o esclarecimento de quem são os professores e as associações que representam os matemáticos: “a Associação de Professores de Matemática (APM) diz que representa "um retrocesso de 40 anos no ensino da disciplina" que terá efeitos negativos na aprendizagem”.
Seria interessante perguntar ao jornalista quantos dos 6400 sócios da APM (3800 a pagar quotas) se revêm nestas declarações e qual a percentagem a que isso corresponde num universo de mais de 30 mil docentes da disciplina, entre activos e reformados.

Apache disse...

“Não percebo corno disto mas é muito estranho que a Sociedade Portuguesa de Matemática ache isto uma maravilha” [Kaiser]

Nuno Crato, actual Ministro da Educação e Ciência, foi Presidente da direcção da SPM. Jorge Buesco (que a Zazie refere) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa é actualmente Vice-Presidente. O Presidente actual é Miguel Abreu do Instituto Superior Técnico.
Estão em causa duas correntes pedagógicas, associadas às duas principais ideologias políticas: de um lado o construtivismo tolerante e alegadamente progressista do “bom selvagem” que vai descobrindo e construindo o seu próprio conhecimento, ao seu ritmo, onde o aluno é o centro do processo de aprendizagem, patente no programa de 2007 e defendido pela APM e pela “esquerda caviar”; do outro, o ensino predominantemente expositivo, exigente, instrutivo e orientado, (com objectivos claros a atingir) alegadamente clássico, onde o professor é o centro do processo de ensino e aprendizagem, patente no novo programa e defendido pela SPM e pela direita (ou pelo que resta dela) e pela ala conservadora da esquerda. Um pequeno livro de Nuno Crato: “O eduquês em discurso directo - Uma crítica da pedagogia romântica e construtivista” é o texto que enumera as principais críticas à primeira e a "pedrada no charco" que faz ressurgir (sem vergonhas) a segunda corrente pedagógica.

O Público activista e relapso