terça-feira, junho 18, 2013

O teatro alienado e o teatro progressista em 1974

Em complemento do escrito já aqui mencionado do Rosas&Pereira, sobre a miséria intelectual do teatro popular de revista, espécie menor da cultura para entreter e vituperada por aqueles como um dos factores de "alienação" (termo marxista) que o regime de Salazar dava ao povo para o enganar, vem a talho de foice ( e martelo também) estas duas páginas do Sempre Fixe de 5 de Outubro de 1974.

Na primeira aparece o teatro mau, o que não prestava e era "teatro que não pode ter lugar neste país". Era uma comédia de Camilo de Oliveira...que constituía "uma enorme agressão ideológica", no que aqueles dois concordariam plenamente.

Meia dúzia de páginas à frente aparece o exemplo do teatro bom, o inteligente, "recheado de bons trocadilhos" e verdadeiramente artístico que merece todos os encómios: Pides na grelha.


O anúncio do República de 27 de Setembro de 1974 não enganava ninguém: teatro desmontável Ádóque. No Martin Moniz e metro Socorro. Com, entre outros Rui Mendes, Henrique Viana, Helena Isabel, e texto de Nicholson.
"Pides na grelha" era apresentado como " a primeira revista á "nova portuguesa". Assim, sim, diria o Rosas & Pereira.

8 comentários:

josé disse...

Amanhã: como o PCP acabou com o ensino técnico em Portugal.

Floribundus disse...

também
'uma gaivota voava, voava,
filha da puta não mais se cansava'

josé disse...

Essa era um "grito vermelho num campo qualquer"...

zazie disse...

"Um tempo glorioso (...)Um Portugal novo, livre, mais culto, mais próspero"

Este teatro só na" América latina, onde o povonão conseguiu ainda opor-se à tirania, à opressão"

eheheheh

zazie disse...

O de Amanhã vai ser bonito, vai.

Kaiser Soze disse...

A primeira vez que ouvi falar do "Sempre Fixe" foi aqui e "Sempre Fixe" é o melhor nome de um jornal de sempre.

Infelizmente, gosto tanto do nome que fico alienado do resto.
Muito bom!

josé disse...

O Sempre Fixe era um jornal muito antigo, do tempo da República, penso.

Em 6 de Abril de 1974, 25 dias antes do 25 de Abril começou a publicar-se a segunda série.
Esse primeiro número tenho-o por cá.
É o que traz a lista dos nossos "grandes patrões" de então.

Muito interessante, porque é um estudo do INE, relativo a 1972.

josé disse...

Na primeira fase do jornal, na República, trabalharam no mesmo Stuart Carvalhais e Almada Negreiros.

O Público activista e relapso