domingo, junho 02, 2013

"Isto" continua na mesma...o "pote" é que conta.

Esta dupla página do Diário de Notícias de hoje, com chamada na primeira página, dá-nos um retrato muito aproximado do regime que temos em Portugal, em vigor há algumas décadas: os apaniguados dos partidos, com lugares nos órgãos da administração pública são às dúzias, centenas, milhares. O "estudo" do DN confunde várias categorias, misturando assessores com motoristas e "técnicos especialistas" com "colaboradores", mas ainda assim o número de "nomeados" por este governo para os vários "tachos" da administração pública, contratados directa ou indirectamente é sensivelmente idêntico ao dos governos de José Sócrates.Só isso basta para dizer que fomos enganados por este primeiro-ministro que prometeu um "governo mínimo" e assegurou publicamente que " os membros do governo não podem recrutar ilimitadamente uma espécie de administração paralela nos seus gabinetes." Tanto podem como o fizeram, colocando em risco a honorabilidade de um primeiro-ministro que se afigura igual aos demais e sem autoridade moral para repartir sacrifícios que não suporta pessoal ou politicamente em relação aos apaniguados de partido.
Estas coisas pagam-se porque enganar o povo não é digno de governantes que pretendem demarcar-se de Inenarráveis na governação das coisas públicas. Pedro Passos Coelho, neste aspecto, em nada se distingue de José Sócrates. E isso é fatal para a credibilidade de um político.
Não advogo dissoluções de AR nem substituições de governo extemporâneas. O que advogo é um pouco mais de vergonha, coerência e respeitabilidade por quem os elegeu com esses compromissos. A legitimidade vem do voto, em democracia, mas substancialmente, como alguém que nem sequer tem autoridade moral para falar destas coisas, disse esta semana, também deriva do apoio popular, da credibilidade intrínseca e honorabilidade no exercício do cargo. E estes exemplos são eloquentes do desprezo a que é votado o povo, porque se lhe mente permanentemente com o objectivo de alcançar o poder. Uma vez no poleiro é o pote que conta. Aliás, tal já foi dito explicitamente pelo actual primeiro-ministro

De resto, este exemplo mostra à saciedade o que virá a seguir se o PS ganhar eleições: mais do mesmo e ainda pior, muito pior, porque a fome de "pote" já é tanta que há desesperados a reunir em emergência, capitaneados por um antigo primeiro-ministro que foi o que foi e que foi corrido do poder executivo a pontapé metafórico, foi eleito presidente da República por carência de personalidades de esquerda capazes de acaparar o pcp e franjas extremistas e depois fez da presidência um regabofe permantente, com o beneplácito generalizado. Agora que jejua há anos, está tísico de tanto espernear na praça pública pelo almejado "pote" salvífico. Toda a aparição pública é usada para esganiçar protestos contra o governo que está no "pote" e que não os deixa lá meter a unha.



Questuber! Mais um escândalo!