quinta-feira, junho 20, 2013

O tribunal popular comunista, em Portugal

Uma notícia de 26 de Julho de 1975  no Expresso dava conta do primeiro tribunal popular em Portugal.
O réu José Diogo ia ser julgado pela justiça "burguesa" pelo facto de ter assassinado, à navalhada,  o patrão, um "fassista" latifundiário do Alentejo profundo chamado Columbano.

Apesar de preso não compareceu à audiência de julgamento e o juiz do tribunal burguês, libertou-o sob caução. Foi o bastante para se proceder de imeditato ao julgamento em tribunal popular, nas escadas do tribunal de Tomar.
José Diogo foi absolvido e o patrão, morto, condenado. É assim a justiça popular comunista. E até já deu um filme...

E deu canção revolucionária pelo GAC, que vale a pena ouvir para lembrar o que é a "justiça popular".




Aditamento:

O caso José Diogo foi analisado no início dos anos oitenta ( 82 ou 83), nos exames de direito penal no CEJ, para os que pretendiam seguir a magistratura. O caso resultava algo difícil porque não se tratava de um homicídio puro e simples, mas uma morte que se seguiu a uma agressão à navalhada, do corajoso José Diogo, tornado antifascista instantâneo, pelo PCP.
Tudo indica tratar-se de um caso de homicídio praeter-intencional, ou seja o que vai para além da intenção inicial da agressão, porque José Diogo não morreu logo ali mas depois no hospital em resultado de uma infecção peritoneal, salvo o erro. Acho mesmo que há um acórdão sobre o caso e se o encontrar coloco aqui.

Questuber! Mais um escândalo!