quarta-feira, junho 05, 2013

O PCP encouraçado em Cunhal

O partido Comunista Português é o símbolo do imobilismo ideológico absoluto. Afincou-se no marxismo-leninismo mais puro e duro e continua de pedra e cal na ribalta da política portuguesa, onde todos os dias proclama que " a luta não pára" ( sic).

Quem ler estas seis páginas da revista O Militante ( Maio/Junho 2013) depara com uma escrita em português de bom tom ( antigo) e ideias ainda mais antigas e fossilizadas na cartilha marxista-leninista-estalinista.

O PCP, pela pena de Álvaro Cunhal é um repositório de uma História prismática cuja cor é vermelha. Não há mais tonalidades cromáticas para além do cinzentismo do texto que suporta a ideia rubra.

A História do "esquerdismo aliado da direita" é tão velha quanto a autoria do "esquerdismo doença infantil do comunismo", de Lenine, em 1920. Continua actual, para o PCP.

A palavra "reacção" é tão nova quanto o tempo da Revolução de Outubro de 1917. A "resistência à contra-revolução" tem barbas como Engels.

As ideias comunistas sobre a Revolução portuguesa em 25 de Abril de 1974 e meses que se seguiram até à tragédia do 25 de Novembro,  são propaladas em documentos, discursos e livros do partido há décadas, tantas como as que já passaram sobre os acontecimentos porque esse discurso do PCP nunca se alterou uma vírgula, sendo uma cassete permanente de manipulação ideológica.

As concepções comunistas sobre Portugal, o sistema económico que tínhamos e temos nunca se alterou um milímetro que fosse relativamente à posição política que já em 1972 Álvaro Cunhal proclamava em entrevista.

Os escritos de Álvaro Cunhal que agora perfazia 100 anos são cem anos de solidão ideológica repartida pelo "partido" de uma classe operária que já não existe mas é fantasiada em todos os escritos, tal como os camponeses e marinheiros ( fantasia heróica da Revolução de Outubro e do couraçado Potemkine) da lenda contra os exploradores da burguesia.

Arménio, Avoila e Jerónimo são a troika destas ideias coerentes com a desgraça colectiva que afundou os soviéticos durante mais décadas que as que ainda duram e que juram querer repetir por cá, para a felicidade dos portugueses crentes, como o "jovem" Bernardino que discursa na A.R. em contra-ciclo.

Os escritos de O Militante transparecem tais aberrações com uma nitidez tal que se torna admirável como os media não os ouvem mais vezes, para mostrarem o estado fóssil em que se encontram. E por outro lado, para entenderem melhor, no contexto adequado, o que ocorreu entre 11 de Março de 1975 e  25 de Novembro do mesmo ano. É que o PCP e Cunhal explicam exactamente o que ocorreu, como ocorreu, porque ocorreu e ainda como querem que volte a ocorrer. A troika Arménio, Avoila e Jerónimo anda a fazer tudo para tal.




Questuber! Mais um escândalo!