Rui Pedro Soares, Américo Thomati e João Carlos Silva foram esta
quinta-feira absolvidos pelo Tribunal de Oeiras dos crimes de corrupção
passiva no caso Taguspark. O caso remonta a 2009, quando alegadamente o
apoio de Figo a José Sócrates teria sido comprado, através da utilização
de verbas do parque tecnológico. Na altura Rui Pedro Soares era
administrador da PT, acionista do Taguspark, e os outros dois arguidos
eram responsáveis pelo parque tecnológico situado no concelho de Oeiras.
Em tribunal o MP pediu a absolvição dos arguidos.
O presidente dos CTT entre 2002 e 2005, Carlos Horta e Costa (na foto), e os administradores, durante o mesmo período, Manuel Carrasqueira Baptista e Gonçalo Rocha, estavam acusados de, alegadamente, terem provocado prejuízos à empresa, que, de acordo com a pronúncia, ascendem a cerca de 13,5 milhões de euros.
Estes dois casos, entre outros, depois, têm este reflexo:
Cerca de 80% dos portugueses acredita que a Justiça do País não pune os poderosos, e a percentagem dos que acusam os tribunais de não tratar todos os arguidos da mesma forma chega mesmo aos 93%. Estas são apenas duas das conclusões de um estudo recente do Centro de Estudos Sociais, avança o Diário de Notícias.
No estudo 'As Mulheres na Magistratura em Portugal' levado a cabo pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, os portugueses não poupam críticas ao sistema judicial português. As conclusões serão hoje apresentadas no Parlamento.
A maioria, 60% dos inquiridos, considera a Justiça lenta, 80% considera que os magistrados não punem os cidadãos com mais poder económico, e 93% afirma que a Justiça afinal não é cega e trata de forma diferente determinados arguidos.
Muitos dos inquiridos afirma que "não vale a pena recorrer a tribunal" devido à lentidão, pode ler-se no documento do estudo.
Para o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Vaz das Neves, as leis não ajudam, "porque os juízes limitam-se a aplicar a lei, e os advogados, que não são imparciais porque defendem os interesses dos seus clientes", usam "todas as possibilidades que a lei lhes dá" para os ajudar.
Notícias ao Minuto | 18-06-2013
10 comentários:
venha a justiça à moda de Fafe.
Pitigrilli (Dino Segri) dizia na 'decadência do paradoxo' que o advogado 'é uma consciência alugada'.
entre nós temos quase todos a convicção que o mesmo acontece com a magistratura. quase ninguém a respeita como órgão de soberania.
o ex-advogado que me roubou disse-me na cara: 'vou roubar-te durante 20 anos e depois sou absolvido'
sobre as mulheres no ensino, magistratura e medicina
(do que conheço) são na generalidade mamãs-donas de casa ou material do casa-descasa.
aconteceu-me ser interrompido por chamadas telefónicas dos filhos ou do 'crido'
Há mais coisas que o cidadão comum não percebe.
Há dias um sr. resolveu ofender o Presidente da Republica. Foi identificado e julgado sumariamente, condenado a multa (não era bem um homicídio premeditado!).
Sempre preocupado com a rapidez da justiça, a Procuradoria ficou preocupada com tamanha velocidade e já requereu a anulação para se fazer a mesma coisa, mas durante alguns meses, com recurso a muita comunicação social, e para no final se gastarem meses a discutir a filosofia do absurdo.
Também não cosnegui perceber porque motivo a Procuradoria pediu a anulação do processo depois de ter sido requerido o julgamento por um seu representante em processo sumário.
Acho que foi por causa da sentença...
O porquê de haver tantos juízes na maçonaria?
ai........... não terá sido pelo tipo de crime imputado?
O confronto, por exemplo, entre coisas como o princípio da legalidade/principio da justiça material e direito adjectivo/direito substantivo é propenso a que os resultados de um pleito sejam entendidos de diferentes maneira por diferentes partes.
Não quero, com isto, dizer que as coisas não estão mal mas há muita desinformação quanto a muitos casos da praça pública.
Por exemplo, há pouco tempo disse-se que os exames na OA estavam em risco porque foi dado provimento a uma providência cautelar por alguns recém licenciados.
Ora, não se exige que a população em geral saiba o que é o efeito inter partes mas exige-se a quem pretende escrever sobre o assunto.
Quem lê as notícias sobre este caso fica a perceber o mesmo ou pior: quem não sabe, tende a interpretar de modo inadequado e culpar quem lhe apetece.
Como por aqui se vê...
Tudo isto se resolvia se o jornalista telefonasse ou falasse com os magistrados em causa e estes explicassem claramente o que se passou.
Não é processo em segredo de justiça e não é caso que seja assim muito difícil de explicar.
Mas é assunto que aparecem sempre mal explicado e por culpa exclusiva dos jornalistas.
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