segunda-feira, junho 24, 2013

Imprensa em democracia popular, logo após o 25 de Abril de 1974

O panorama da imprensa generalista em Portugal, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974 alterou-se de forma radical, no sentido esquerdista marcado e marcante.

Todos os jornais, sem excepção, assimilaram a novilíngua comunista criada nas semanas a seguir à "revolução dos cravos", por si mesma já uma expressão oriunda das mesmas bandas, tal como o slogan "o povo unido jamais será vencido", tradução literal da palavra de ordem gritada durante o consulado de Allende no Chile, um ano antes, mas aparecida muitos anos antes na mesma América do Sul. Originalidade, zero. Eficácia, completa.

Os únicos jornais que tentaram furar a barreira ideológica, mantendo o ideário anterior e os valores antigos, sem apelidar os seus cultores de fascistas, foram...queimados em praça pública de auto de fé moderno, na sequência dos acontecimentos de 28 de Setembro de 1974 que desencadearam uma onda de "prisões de muitos fascistas", fenómeno já por aqui mencionado e a que os comunistas dizem nada, a costumes que lhes são próprios.

O Expresso de 19 de Abril de 1975 uma semana antes das eleições organizava duas páginas dedicadas ao tema eleitoral, com as capas dos jornais de um dia e comentários às principais notícias, com a redacção coordenada por "Maria de Fátima e José António Barreiros". Nem uma só aparece a manifestar preocupação pelo rumo da Economia que se encaminhava a passos gigantes e comunistas, para a bancarrota. É notória a orientação generalizada à esquerda e mesmo o CDS se apresenta como "do centro", "rigorosamente", como então proclamavam e uma observação em comentário mostrava bem a posição em que o partido se encontrava: " Para ilustrar bem a técnica seguida pelo CDS", escrevia-se no jornal como a querer denunciar o que estaria escondido...

Era este o ambiente generalizado na sociedade portuguesa da época e que os jornais reflectiam.Para melhor ilustração, este texto do Expresso de 24 de Agosto de 1974 mostra duas facções da sociedade da imprensa em democracia popular. Ambas militantemente anti-fascistas, mas com cambiantes que até assustam, só de pensar como é que pessoas adultas, algumas com instrução e cultura superior,  assim pensavam


 Em pano de fundo surgiam notícias, neste caso no Jornal Novo de 22 de Maio de 1975 sobre o que se passava nos bastidores das redacções e na tentativa de assalto dos comunistas aos principais órgãos de informação, uma vez que não lhes bastava o ar do tempo e a mentalidade da generalidade da imprensa, de esquerda, já.
O caso República, o da Rádio Renascença e o do Diário de Notícias ( com Saramago na batuta) eram exemplares e até Mário Soares se queixava...


 Para contrariar essa onda vermelha Soares bem fundou outro jornal, para substituir o República tomado pelos sovietes, mas com pouco sucesso...ainda que dirigido pelo mesmo maçónico, antigo seminarista cuja simples vista de uma sotaina tinha efeito apoplético.



Para além destes, claro que havia os que expunham nas bancas das ruas e quiosques nas principais cidades e se vendiam por ardinas nas universidades e outros locais. Eram os jornais dos grupúsculos esquerdistas da extrema-esquerda que combatiam o fascismo e o social-fascismo, por igual, quase.

Eram os jornais onde peroravam os Rosas & Pereira da actualidade, transformados em comentadores mediáticos com lugar assegurado a seguir aos telejornais, para debater " a crise"...

1 comentário:

Maria disse...

Quando vejo a imagem deste traidor nos jornais ou a sua diabólica pessoa na televisão, sinto umas náuseas indescritíveis que sinceramente só não me levam ao vómito porque passo imediatamente à próxima notícia ou mudo instantâneamente de canal.
Maria

O Público activista e relapso