segunda-feira, março 24, 2014

Adolfo Suarez: os espanhóis foram mais espertos que nós, em 1976

 Ontem morreu o espanhol Adolfo Suarez e hoje repenicam-se os obituários da praxe que perpassam pelos lugares-comuns ( “o homem que conduziu a Espanha à democracia”, titula o DN de hoje, com um artigo a condizer do nosso Kerenski de trazer por casa e um editorial com passagens típicas da Wikipedia) sem mencionarem o óbvio que ulula há décadas: a diferença entre a transição para a democracia, entre Portugal e Espanha. No fundo, ocorrida na mesma altura, ou seja em 1976, após a derrota da Esquerda comunista em 25 de Novembro.


Nenhum jornal se ocupa com essa diferenciação porque se calhar não gostam de mexer em feridas políticas purulentas que escondem debaixo de sedas sintéticas. 
Quase todos os directores de jornais que temos, mais os dos telejornais são oriundos das franjas obscuras do “antifascismo”, o que pode ajudar a explicar esta estranha omissão. 
Em Espanha, as palavras e a linguagem não mudaram assim tanto, após a morte de Franco e a transição para a democracia, em 1976. 
É em vão que se poderá buscar palavras como “fascismo” ( e não havia por lá nenhuma Domingos Abrantes a sibilar “fascismo” em cada frase política debitada), “reacção”, “monopólios”, até mesmo “capitalismo”, com o sentido de abate ao efectivo.
Por cá, basta pegar em qualquer jornal saído logo nos primeiros dias após o 25 de Abril, para as ver manchadas na primeira página e que foram, no meu modesto entender, o verdadeiro motivo da Revolução portuguesa. Os espanhóis, para grande sorte deles, não tiveram a revoada de Letrias e Saramagos que por cá arribou como marabunta ideológica, logo nos primeiros dias a seguir ao 25 de Abril 74 e que tingiu a vermelho a brancura das primeiras páginas desse tempo.
Em Espanha não chegou a haver Revolução e no entanto, as premissas poderiam ser as mesmas: ausência de liberdade de informação, de expressão, de reunião e associação, com um partido comunista proibido, tal como por cá. Só não havia guerra pendente de qualquer ultramar que já não tinham.  Os bolívares da época, verdadeiros índios americanos, como se podem ver nos quadros, tomaram conta da “descolonização” e fizeram-na exemplarmente, correndo com os celerados espanhóis das canhoneiras de armadas invencíveis. Há portanto essa diferença, mas será mesmo assim, significativa? Penso que não e escrevo porquê.
Em Espanha, ao contrário de Portugal, em 1976 não havia qualquer Otelo a concorrer a eleições presidenciais. Não havia uma Economia nacionalizada em dois terços do  seu “ tecido produtivo”. Não havia jornalistas, em maioria, em todos os media, a propagandearem livre e abertamente a Esquerda comunista, como força libertadora dos povos oprimidos. Não havia um partido comunista com um Cunhal herdeiro dos métodos e ideologia estalinista, sempre negada.  Não havia uma extrema-esquerda sempre presente em todos os media, como aliás ainda hoje acontece, com roupagens e penugens diversas.  
Em Espanha, ao contrário de Portugal, não houve qualquer PREC porque os espanhóis porventura sabiam melhor que nós o que era o comunismo- tinham-no cheirado à beira da porta, durante a guerra civil.
Em Espanha, o partido comunista era “euro-comunista” e Santiago Carrilho estava mais próximo da social-democracia do que do estalinismo.  Só esta razão, por si mesma, poderá ser a  causa primeira da diferença.  A outra, eventualmente e na minha opinião, decorrerá do facto de os espanhóis não embarcarem tão facilmente como o povo português embarcou, na aventura de esquerda comunista, sempre tingida de democracia fingida e de promessas vãs de amanhãs a cantar para os pobres, trabalhadores e suas famílias, canto do cisne do comunismo que já não engana ninguém, como acontece nos antigos países de Leste.
Esta cantilena de Abril, verdadeiro canto de sereia, foi a causa da nossa desgraça, com bancarrota iminente logo em 1976. Os espanhóis nunca cometeram esse erro e por isso progrediram economicamente, como nós nunca fomos capazes de o fazer, por culpa de quem votou nessa Esquerda.
 De resto, nas primeiras eleições livres espanholas após a saída do franquismo, o partido de Adolfo Suarez teve mais de 34% dos votos. O PS espanhol um pouco mais de 29% e os comunistas de Santiago Carrilho ficaram-se pelos 9 por cento ou um pouco mais.  Os doentes infantis do comunismo que por cá se  desenvolviam como cogumelos na humidade e com a força de uma epidemia político-ideológica, com muitos dos jornalistas afectados nas meninges por tal inflamação crónica, nem tiveram expressão  numérica significativa.
Por cá, ao contrário, em 1975 nas primeiras eleições legislativa a ordem invertia-se para quase 38% para o PS; um pouco mais de 26% para o PPD e mais de 12% para o PCP, com a miríade de doentes infantis a gemer na casa da meia décima eleitoral.  Portanto, uma frente unida de esquerda eleitoralmente forte que fez de nós o que somos, politicamente.  
 No Portugal de 1976 a direita tradicional, a que apoiara activamente o regime anterior, havia desaparecido virtualmente e não fora substituida por outra força política que tivesse a mesma coragem ideológica do partido espanhol de Adolfo Suarez. No Portugal dessa época, o CDS recusava- se a integrar qualquer direita, afirmando ( Freitas do Amaral) insistentemente situar-se "rigorosamente ao centro": As forças políticas nacionais de então, acabaram por votar uma Constituição socialista e pró-comunista, só parcialmente revista em 1989, nas questões económicas e por força de imposição externa ( CEE) porque o PS nem o queria fazer.

Será esse o segredo da transição espanhola, por contraposição à nossa loucura colectiva dos anos 1974-75 e que ainda não foi inteiramente curada por mor das sequelas com vírus activos nos principais media e adormecidos numa miríade de falsos arrependidos, que servem alheiras políticas, com selo democrático mas recheadas de ideias esquerdistas do passado.

Em 2006 o jornal El País, de esquerda e fundado por Juan Luís Cébrian que  nessa altura queria domesticar a TVI de Moniz e Moura Guedes, comemorava o seu 30º aniversário com um número especial que cimenta documentalmente aquilo que fica escrito.

Desafio qualquer um a encontrar nos escritos do jornal, fundado em 1976, na altura em que Adolfo Suarez foi nomeado chefe do Governo espanhol,  as palavras e expressões que por aqui, nessa altura eram como o mato rasteiro e as ervas daninhas que crescem por geração espontânea.

Talvez por aí se entenda o sentido e importância da linguagem para o exercício ideológico da política.
Em 1976, em Portugal, ainda se viviam tempos pós-PREC, com a linguagem própria que ficou até plasmada na Constituição e continua como linguagem corrente que é desconhecida em Espanha. 

Será essa porventura uma das causas do nosso atraso em relação à Espanha e que não tínhamos em 1974 de modo tão acentuado quando hoje.

Culpa? Da esquerda, obviamente. Haja quem desminta com pés e cabeça fundamentadas...



119 comentários:

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Nenhum país prospera com revoluções...
Apenas com reação...

Portugal que é tanto dado a modas podia ter aguardado 2 anos mas os traidores militares fizeram a cagada que se viu.

Portugal já vai na 3a bancarrota e o touro espanhol lá se vai aguentando (em fúria brava) e mesmo que o touro venha a acabar por ser retalhado, os cojones permanecerão sempre firmes... Olé!

zazie disse...

Isto é que é jornalismo

";O)

JC disse...

"...que servem alheiras políticas, com selo democrático mas recheadas de ideias esquerdistas do passado".

Esta imagem da "alheira politica", atendendo à origem deste enchido, está uma delícia...


JC disse...

É impressionante como é que os espanhóis perceberam logo tudo em 1976 e não se deixaram embarcar nas ideias dos amanhãs a cantar, e nós, ao fim de 40 anos, continuamos praticamente na mesma, com as grândolas e os povos unidos a vencerem-nos quase diariamente.

A explicação só pode ser uma: a de que os comunistas tomaram conta dos cordéis, quer nas Universidades, quer na comunicação social, mais os sindicatos, e daí vão doutrinando, manobrando a linguagem e as ideias, e controlando a massa trabalhadora a seu bel prazer.
Com a magnífica Constituição "democrática" que nunca foi referendada por pano de fundo.

josé disse...

Por mim acho que não foram os comunistas. Foram os esquerdistas de todas as matizes e que pululam nos media como moscas na bosta.

São esses os responsáveis pelo opinião pública e que censura efectivamente o que se escreve e diz.

josé disse...

Praticamente não há um único jornal, com destaque por exemplo para o Expresso ou o Público onde isso não seja notório.

Os directores do Expresso- o cretino Costa e o laçoeirento Nicolau o que são?

josé disse...

Os comunistas foram os que estabeleceram a matriz da linguagem em 1974. A partir daí, tornou-se a linguagem corrente. Até o Marcello da TVI a usa.

josé disse...

Ninguém a desfaz ou denuncia por medo de ser apodado de reaccionário, de extrema-direita ou fascista, mesmo.

josé disse...

Este blog, para essa gente, é quase nazi...

josé disse...

O paradigma mental vem desse tempo de há quarenta anos.

Se alguém quiser saber basta perguntar a qualquer pessoa que tenha vivido esse tempo, o que pensa do jornal A Rua...

É o melhor teste que pode haver.

JC disse...

Tenho uma noção alargada de esquerda, pelo menos da esquerda portuguesa, que, para mim, são todos comunistas.

Como eles têm uma noção alargada de direita, que entendem ser todos fascistas e reacionários.

josé disse...

Pergunte-se aos do costume, os antónios josés teixeiras e quejandos, como sejam os marcelinos, sãojosésdealmeida, pedrostadeus, miguéisgaspar,miguéispinheiros etc etc o que pensam do jornal A Rua.

As respostas serão absolutamente reveladoras do que tenho escrito por aqui e isto é um exercídio de pura adivinhação com grandes probabilidades de acerto.

josé disse...

A Espanha nunca teve esta canga ideológica e esta ganga democrática postiça.

JC disse...

Mas, obviamente, a minha utilização do termo "comunistas" para apelidar essa canga toda, como lhe chama, não está tecnicamente correcta.
Será mais acertado chamar-lhes "esquerda".

josé disse...

Esquerda com "e" grande porque designa um género. O PS por vezes ( por exemplo com Guterres) parecia sair um pouco do enquadramento, mas foi sol de pouca dura.

josé disse...

E Sócrates já disse que foi o melhor líder que a direita poderia ter.

É preciso ter desfaçatez mas tal é coisa que lhe sobra a rodos.

Unknown disse...

Permita-me uma achega ao seu brilhante artigo: em Espanha existia ainda a recordação viva de 34/39 ( não, não é gralha...).
O imbecil do barbie,"imbecil y asassino",segundo Pérez-Reverte,é que veio lançar óleo nas chamas com a "Memória Histórica", imediatamente crismada de "histérica".
Queria a "vingança dos vencidos" e, com os erros da questão territorial aquando da transição ( aliás cometidos com as melhores intenções, face às nacionalidades históricas), uma extrema esquerda que , paradoxalmente,continua a acreditar na teta da "u"e , e a fatalidade histórica , e sociológica, das duas Espanhas ( que agora são dezassete ),estes tempos mais próximos vão ser interessantes no território para além do Caia.
Entendamo-nos, na "piel del toro"...

Unknown disse...

Para mim a razão da diferença entre os dois países é o hábito do combate político. Do lado de lá, possivelmente por motivos relacionados com a guerra civil, o regime nunca desvalorizou o combate político quotidiano, como o fez o Estado Novo. O resultado vê-se claramente na imprensa e na academia, onde há uma direita histórica que não abandona o campo ao adversário como cá.
Por outro lado, todos os regimes são marcados pelos seus começos: cá foi o que foi, lá foi pilotado durante meia dúzia de anos pelo establishment até estar em velocidade de cruzeiro.

Nisso o Mário Soares tem alguma razão (cruz credo!): o Marcello não soube/pode pilotar o pós-salazarismo até um regime de tipo ocidental. E note-se que a sociedade cá não tinha conhecido o trauma da guerra civil nem os ódios que ainda subsistem, o que até seria um ponto a nosso favor. Tal como a economia, no nosso caso mais liberal, internacionalizada e concorrencial que o estatismo franquista.
Por isso creio, ao contrário do José, que a chave para o falhanço do Marcello está no Ultramar.

Miguel D

josé disse...

"o Marcello não soube/pode pilotar o pós-salazarismo até um regime de tipo ocidental."

Mas se o pós 1968 foi exactamente isso! Marcello pilotou o que pôde. O que não pôde e faria toda a diferença, também a Espanha não pôde- e nem tinha guerra em ultramar algum.

No entanto, o problema, quanto a mim, permanece naqueles anos imediatamente anteriores a 1974 em que a Esquerda tomou conta do poder mediático, editorial ( Verbo, Europa-América do mação Lyon de Castro e a própria d. quixote da inefável Snu, esquerdista também.

Toda a intelligentsia nessa altura era de esquerda.

A direita nunca se viu com foro de cidadania e respeitabilidade.

A direita, depois de 25 de Abril foi logo assimilada aos gorilas da Faculdade de Direito de Lisboa...

josé disse...

Logo a seguir ao 25 de Abril de 74, essa esquerda que não era comunista associou-se ao esquerdismo extremista, intelectualmente, apesar de o combater na rua ( e no República ou no DN).

No entanto, o esquerdismo do PS manteve-se arreigado aos conceitos e linguagem contra o antigo regime que o PCP tinha inventado e patenteado.

FOi esse o problema s.m.o.

josé disse...

O PS fez uma aliança espúria, no campo intelectual, com o PCP.

O esquerdismo infantil era dominante nos media, como hoje ainda se vêem resquícios ( Expresso e Público).

josé disse...

Quem é que tem coragem, hoje em dia, para ir à tv e dizer coisas boas sobre Salazar?

Quem? Conhecem alguém?

josé disse...

Alguém que se atreva a tal é logo apodado de fascista pela Odete Santos e outros velhados fósseis.

Vivendi disse...

Nunca teria havido revoluções sem militares. Hoje canta-se semana sim semana não pela revolução. A diferença é que os militares de 74 já estão todos na reforma (com pensões chorudas) e já não existe dinheiro para distribuir.

Vivendi disse...

"Quem é que tem coragem, hoje em dia, para ir à tv e dizer coisas boas sobre Salazar?"


Hoje em dia já se começa a piscar o olho a Salazar mas falar nu e crú em acordo com a verdade ainda é tabu.

Choldra lusitana disse...

O problema é que em Portugal a esquerda não comunista ( a da oposição de café e dos salões) tinha má consciência por não ter feito nada ou quase nada para derrubar o regime. Limitavam-se a dizer mal e as uns escritos espúrios para uns poucos. O congresso da CDE em 73 foi exemplo disso. Logo que veio o 25 de Abril e com receio de perder o combóio da história viraram "anti-fascistas". Aderiram aos tiques do PCP com medo de serem acusados de fascistas. Os tiques na linguagem e na "praxis" começa aí. Quiseram ser mais papistas que o papa,ou seja,mais anti-fascistas que o PCP e isso deu no que deu. Quando viram no que estavam metidos já não havia volta a dar. Ver um soba como o Soares com os recentes ataques de esquerdista mais radical só demonstra que a esquerda não tem qualquer visão de futuro,vivendo enclausurada na mais arcaica maneira de pensar. Bem podem voltar aos anos 30 e ao imediato pós-guerra,de onde aliás nunca saíram.

josé disse...

E há um facto que ajuda a corroborar esse entendimento:

Tipos como Alberto Martins que na crise de 1969 em Coimbra fizeram de conta que eram comunistas e provocaram o presidente da República de então, ganhando notoriedade política por isso ( e mais nada) depois fizeram o MES ( com um tal Celso Cruzeiro, advogado dos pedófilos do PS) e em 1975 eram todos comunistas com cartilha própria.

João Cravinho chegou a estar associado a essa tropa.

josé disse...

Como Portugal é muito pequeno esse grupo relativamente reduzido tomou depois o poder de facto no partido, com as benesses daí resultantes: cargos de nomeação política ( Ferro Rodrigues lá fora, por exemplo e Paulo Pedroso na fundação Iscte, etc etc).

Isto está tudo ligado.

Floribundus disse...

esta poesia anónima aplica-se aos consumidores de escritos de esquerda
«Dando peidos um sujeito,
para mim estava olhando
dizendo de quando em quando:
— Que me faça bom proveito!
Eu disto não satisfeito,
pus-me a comer, e dizendo:
— Se você caga, eu merendo.
E disto fizemos alarde
assim passamos a tarde,
ele cagando, eu comendo.»
divulgada por Natália


Zephyrus disse...

Nos idos anos 80 passava-se a fronteira para a Andaluzia e era outro mundo. Ainda hoje é mas então a diferença era maior. Ia-se a Ayamonte comprar roupa e calçado pois os preços eram mais baixo e a oferta maior. Nos supermercados comprava-se chocolates, caramelos, cacau em pó, conservas. Melhores marcas e mais variedade. Contudo o café era pior que o nosso.Tinham vários canais de TV e muito mais variedade de desenhos animados. Os filmes não tinham legendas e passavam primeiro em Espanha, tal como as séries.

Zephyrus disse...

Os espanhóis já tinham rega gota a gota e cá nem se falava disso. Na agricultura estão décadas à nossa frente.

Floribundus disse...

Caetano nada tinha de comum com Suarez
nem Tomás se parecia com o Rei

temos um MONSTRO cheio de 'nomes artísticos' que impedem qualquer desenvolvimento

lutei em vão durante 40 anos pela padronização de embalagens

pedido sempre recusado pelos srs prof drs

Unknown disse...

As delicias comunistas espanholas floreseceram tanto que já não há mais que amostra; as manifestações de lá tão avisados que estão costumam dar umas dezenas de feridos,umas montras partidas, enfim reaglos de quem sabe o que é uma manifestação democratica. Pena que a propaganda confunda informação com demagogia.Não esta mal teruma opinião diferente,mal está em justificar com exemplos qua não batem certo.N omeu tempo de jovem chamavamos mentiras porque eramos uns brutos.

Anónimo disse...

Estão a esquecer-se de um motivo chave para a diferença entre o que sucedeu em Espanha e o que sucedeu em Portugal. Primeiro, Franco viu o seu delfim (Carrero Blanco) ser assassinado num atentado cujo "modus operandi" não é da ETA mas que a esta organização terrorista foi atribuído. Segundo, Franco indicou então Juan Carlos como futuro chefe de Estado. Este, jurou fidelidade aos princípios do Movimiento mas rapidamente arrepiou caminho, mostrando a sua falta de carácter. Depois, nomeou Suarez para liderar o processo de transição, que passou por se convencer os deputados das Cortes a dissolverem-nas, num harakiri político impressionante, e depois por "acalmar" os ímpetos revolucionários do PSOE ao mesmo tempo que, numa jogada arriscada, convenceu Santiago Carrillo (o carniceiro de Paracuellos) a integrar o processo político. Todo este hábil e delicado processo foi conduzido (goste-se ou não) com grande mestria por parte de Adolfo Suarez. Por cá não houve nada disso e um dos motivos básicos (seja-se ou não monárquico e goste-se ou não do rei espanhol) foi a ausência de uma figura acima dos partidos.

Anónimo disse...

E no entanto Espanha tinha todas as "condições" para tudo descambar num banho de sangue: radicalização basca, memórias e feridas da Guerra Civil (para ambos os lados), um PS com "pedigree" leninista, um PC cujo líder adorava Cunhal e admirava o enraízamento do PC em certas regiões de Portugal e um exército visceralmente anti-comunista.

josé disse...

Facto é, o tempo o põe...

josé disse...

O que não esqueço sobre a diferença é que por cá havia o irresponsável Soares; um Sá Carneiro sem força e ausente; um Freitas do Amaral traidor; um PCP estalinista fossilizado; um jornalismo completamente subjugado pela esquerda comunista e pró comunista, mesmo socialista tendência maçónica e um povo mal esclarecido.

josé disse...

Com este caldo de cultura nem dez Adolgos Suarez conseguiriam dobrar este cabo de tormentas que nos aflige há décadas.

E o rei de Espanha foi sensato, apenas. Costa Gomes também o era, apesar de andar sempre a vogar...

josé disse...

O maior mistério, para mim, é perceber por que razão Costa Gomes se aliou ao comunismo mais empedernido da Europa, quando fora militar com valor e governador de Marcello Caetano, em Angola.

josé disse...

Se Costa Gomes tivesse escrito o Portugal e o Futuro o PCP não teria posto o pé em ramo verde, logo em Junho de 1974.

Mas não sei...é prognóstico póstumo duvidoso.

josé disse...

O PCP conseguiu colocar os peões todos, logo em Maio de 1974, em quase todos os sectores que importam para a opinião pública e com isso conquistou o espaço mediático e o discurso dominante.

Foi isso que determinou o PREC.

josé disse...

A Oposição eclipsou-se quando a linguagem passou a exprimir noções correntes de fascismo, tortura, obscurantismo, falta de liberdade, reacção, opressão, pesada herança, mais fascismo e fascistas e ainda mais fascistas.

Esta palavra foi o abre-te sésamo da influência do PCP e da esquerda marxista ( PS incluído) na sociedade portuguesa que perdura até hoje.

É preciso desempecepizar o país.

josé disse...

Sugiro uma palavra de ordem:

é preciso desempecepizar o país!

josé disse...

Mário Soares, ao contrário de outros líderes socialistas, estava empecepizado em 1974 porque fora comunista do MUD Juvenil ( e por isso os comunistas o detestam como traidor. Não tenho dúvidas que seria executado numa versão estalinista portuguesa se tal ocorrese, como Cunhal queria).

muja disse...

Para mim, é tudo ladroagem. Gente que deitou a pata a isto, de uma ou outra forma, para gamar.

Em todo o caso, em Espanha engaiolam "nazis" como o Pedro Varela. Mas que eu saiba pode-se ser estalinista à vontadinha.

De maneira que não vejo que haja diferença fundamental. Há diferença de grau, quanto muito.

Do lado de lá, possivelmente por motivos relacionados com a guerra civil, o regime nunca desvalorizou o combate político quotidiano, como o fez o Estado Novo.

Não sei se foi o regime. Quem nunca desvalorizou - nem desvaloriza, por definição - o combate político quotidiano é direita dita revolucionária. Nacional-sindicalista ou fascista como quiserdes. E não o faz pelo mesmo motivo que a esquerda revolucionária.

Ora lá há disso; pouquinhos mas há. Em Portugal não. Quer dizer, há, mas ainda menos. De resto, a Espanha teve guerra, que imprime as convicções nas consciências durante muito tempo, e é maior - tem mais gente - logo há mais gente dum campo e doutro.Até o campo minoritário consegue ter massa crítica para se fazer ouvir. Mas baixinho, mesmo assim.

Cá, como isto se tornou piqueno, há poucos para dividir. Só se fazem ouvir uns. A ladroagem impera.

Sem empurrão de fora, não creio que mude. Mas as coisas estão a mudar, os ventos da história mudam cada vez menos subtilmente de direcção...

A Rússia acordou, finalmente. E não é já a União Soviética: o discurso de Putin foi histórico. A Rússia não quer jacobinismo, ateísmo, homossexualismo, "democracia" à lei da bomba. A degeneração ocidental, resumindo. Apontou o óbvio: as sociedades ocidentais já nem se conseguem reproduzir, nem tendo em conta os fluxos migratórios. Se isso não é fraqueza e degeneração, não sei o que será. Putin disse-o, com todas as letras.

Em França, a FN está a ter resultados históricos nas autárquicas à primeira volta.

É o começo da revolta das nações contra a "governância" global.

Veremos, em breve, como reagem os que outrora eram todos pelos ventos da história, agora que os ventos começam a mudar.

Vivendi disse...

"Por cá não houve nada disso e um dos motivos básicos (seja-se ou não monárquico e goste-se ou não do rei espanhol) foi a ausência de uma figura acima dos partidos."

A ausência de um figura acima dos partidos é um dos maiores dramas de Portugal.

Anónimo disse...

Acho que se o Marcelo Caetano tivesse permitido de novo a eleição directa do Presidente da República em 1972, tivesse dado cobertura total ao Spínola para resolver a situação na Guiné, e em 1973 eleições já com partidos políticos legalizados (excepto o PCP) o 25 de Abril nunca teria acontecido.
No fundo o que falhou foi a revisão constitucional pouco ambiciosa de 1971.
A partir daí já não havia muito a fazer, entre outras coisas, grande parte da comunicação social já estava domada por comunistas - por exemplo Alípio Dias em entrevista ao jornal i no sábado refere que o seu redactor principal no Comércio do Porto era comunista...

josé disse...

"grande parte da comunicação social já estava domada por comunistas " ou por socialistas que entendiam que o PCP era "democrático". O que me espanta é que não soubessem o que tinha sucedido na URSS nos anos cinquenta, com Krutschev e a"desestalinização" e como era verdadeiramente a vida por exemplo numa RDA...

isso é que me espanta.

JC disse...

"Mas as coisas estão a mudar, os ventos da história mudam cada vez menos subtilmente de direcção..."

Também me parece que começa a soprar um ligeira brisa que indicia que as coisas podem estar a começar a mudar...

Mas apenas uma ligeira brisa...

Importava era que se levantasse uma grande "nortada" - tão típica da nossa costa atlântica - que limpasse este esterco todo que nos asfixia.

muja disse...

Acho que se o Marcelo Caetano tivesse permitido de novo a eleição directa do Presidente da República em 1972, tivesse dado cobertura total ao Spínola para resolver a situação na Guiné, e em 1973 eleições já com partidos políticos legalizados (excepto o PCP) o 25 de Abril nunca teria acontecido.

Tenho muitas dúvidas.

Primeiro, as eleições de deputados foram livres - ele o afirma - e o Governo ganhou.

Depois, não estou a ver como é que Spínola conseguia resolver alguma coisa. Além do mais, o natural era resolver Angola primeiro, que era a mais fácil e depois Moçambique.

Quanto a eleições sem o PCP era o mesmo que nada. Continuariam a ser tidas como não-democráticas, com a agravante de se permitir os excessos a coberto da propaganda que os comunistas não deixariam de fazer a coberto, por sua vez, de outros grupos políticos.


muja disse...

"grande parte da comunicação social já estava domada por comunistas " ou por socialistas que entendiam que o PCP era "democrático". O que me espanta é que não soubessem o que tinha sucedido na URSS nos anos cinquenta, com Krutschev e a"desestalinização" e como era verdadeiramente a vida por exemplo numa RDA...

isso é que me espanta.


A mim não me espanta nada. Eu acho, francamente, que o espanto vem de se considerar que tudo aquilo, toda aquela cegarrega e agitação daqueles tempos, cá como nos outros sítios, tinha alguma coisa que ver com democracia tal como nós de boa fé a entendemos.

Não tinha. Já é bem tempo de perceber isso. Era, ontem como hoje, nada mais que um pretexto. Um pretexto para agitar, dividir, tomar de assalto e, finalmente, dominar as sociedades. Mais nada. Rigorosamente mais nada.

Democracia é sinónimo de bom. Fascismo sinónimo de mau. Como o inimigo do meu inimigo, meu amigo é; e como fascismo é inimigo - que digo, é o próprio mal, o diabo em forma de ideal político - do comunismo, segue logicamente que o comunismo só pode ser amigo da democracia. Pronto.

Fascismo e democracia há muito que perderam muito do significado político original. Hoje praticamente só querem dizer "mau" e "bom", respectivamente.

Porém, o significado que o fascismo (e quejandos) nunca perdeu, convenientemente, foi o de "nacionalista".

Assim, seguindo o raciocínio acima temos que fascismo inimigo da democracia, logo, nacionalismo inimigo da democracia. Logo, democracia igual a anti-nacionalismo porque igual a anti-fascismo.

Mas o fascismo também era revolucionário e social. Esses significados foram para o lixo. Não convinham. E hoje temos o absurdo de ver capitalistas apelidados de fascistas.

E se quisermos levar isto ao grau último da "teoria da conspiração" (Zazie ;) ), recordemos que nacional-socialista perdeu completamente o social (ou socialista, sem o qual nem sequer é nada nem foi outra coisa), e só tem, hoje, o "nacional" e, sobretudo, o "anti-semita".
Pelo enunciado acima, e sabendo nós que o nacional-socialismo é o fim da macacada em termos ideológico-políticos e é a verdadeira essência do anti-cristo politicamente correcto - puro mal, puro ódio, etc, etc - temos isto:

nacional-socialista -> puro mal; nacional-socialista -> anti-semita; logo, anti-semita -> puro mal. É o mesmo truque, repetido vezes sem conta. Ou não viesse tudo do mesmo saco...

Daí, hoje em dia, andar tudo às aranhas quando se discutem estas coisas. As pessoas cederam (foram-lhe impostos, na realidade, quem resiste vai preso ou pior) à imposição destes significados absurdos e, como tal, apenas pode resultar absurdo. Vivemos num rilhafoles mundial. Um mundo de quimeras, em que auto-proclamados neo-nazis são guindados ao poder por judeus e oligarcas em nome da democracia, e limpezas étnicas feitas em nome da tolerância para com uma raça, povo, ou coisa que nem sequer é permitido discutir. Em que acontecimentos históricos são elevados a dogma religioso em nome da laicidade. Em que se proíbem sinais religiosos em nome da liberdade de religião. Enfim, a lista é interminável e não terminará, de facto.

Desengane-se quem pensar que pode ter sol na eira e chuva no nabal. O melhor que se há-de conseguir é ter sol no nabal e chuva na eira.

josé disse...

"Primeiro, as eleições de deputados foram livres - ele o afirma - e o Governo ganhou."

Não foram assim tão livres.

muja disse...

Em Portugal temos também, assim, as nossas quimerinhas: uma direita que é esquerda e uma esquerda que é direita. Embora seja tudo esquerda, porque direita só se ouve na boca da esquerda.

Base:
- O fascismo é mau. A democracia é bom.

Donde:
O regime anterior não era democrático logo era mau, logo fachista.
- A esquerda é anti-faschista, logo democrática e boa.

Conclusão:
- Todo o anti-fachista é bom e democrático e de esquerda. (assalto aos tachos)

Com a ajuda do De Morgan, chegamos ao graal:

- Todo o bom, é anti-fachista, democrático e de esquerda. (assalto aos votos)

Assim se vê que o essencial é manter o regime anterior fachista, pois é sob essa premissa, e essa premissa apenas, que os nossos democratas são bons.







muja disse...

José, não sou eu que o digo que ainda cá não estava, é ele. Olhe aqui:

http://ultramar.github.io/mandato-indeclinavel.html#titulo


M.P. - O senhor diz que a grande maioria do povo português era contrária à concessão da independência às províncias ultramarinas. Como o sabe?

M.C. - As eleições de 1969, as primeiras eleições de deputados que promovi, a que concorreram quatro grupos políticos - A União Nacional, a C.D.E.(comunista) a C.E.U.D.(socialista) e o P.P.M.(monárquico) -, realizaram-se em torno do problema ultramarino. Fui criticado pela direita do regime por ter deixado discuti-lo. Mas para mim era fundamental que o País exprimisse a sua opinião. A propaganda eleitoral foi livre, livres correram as eleições como foi testemunhado por quantos o quiseram ver e está documentado nos livros que sobre elas foram depois publicados por autores oposicionistas, Delas recebeu o Governo, relativamente ao Ultramar, o que eu chamei um Mandato indeclinável.

Choldra lusitana disse...

Salazar que,quando veio para a política estava cima dos partidos apesar de ter sido parlamentar pelo partido do centro católico desvalorizava/desprezava o parlamentarismo (na senda de um Maurras) e nisso a esquerda e uma certa direita nunca lhe perdoaram. Como tinha uma visão estratégica para o país e não uma mera perspectiva da pequena política para se perpetuar no cargo para favorecimento de uma clique (o que fazem os actuais partidos como os da 1.ª República) conseguiu o que se sabe. Depois da segunda guerra sobreviveu incólume e com maior prestígio do que nunca. Ao contrário de um Franco que foi ostracizado durante década e meia e só conseguiu entrar na ONU por cedência dos EUA à URSS quanto à entrada dos países da cortina de ferro. Depois,e quando os ventos da história passaram na senda das políticas de descolonização e socialismo dos não alinhados e da colaboração de Kennedy dessa mesma política anti-europeia,Salazar podia ter tido a oportunidade de mudar de rumo,procedendo a uma lenta descolonização e com a integração dos novos países dentro de uma commonwealth centrada em Portugal e no Brasil e,assim,salvar o regime. Mas tudo se precipitou com os desenvolvimentos da guerra no Ultramar.E Salazar, que sempre fora um estratega exímio,antecipando e adivinhando as consequências dos passos políticos trilhados e porque , apesar das suas sempre faladas origens rurais,tinha a percepção aguda das limitações e vulnerabilidades da condição humana,qualidade que qualquer líder tem de possuir (dos actuais nem se fala de tão beras!),claudica pela primeira vez e em vez de ditar os passos a seguir com energia simula um passo em frente com o envio das tropas para Angola. Pode ter parecido uma posição de força aos defensores do regime. Mas não o era.

Choldra lusitana disse...

A partir daí,e porque o que deveria constituir o suporte essencial à manutenção do regime,ie o exército, deixou-se contagiar pelo derrotismo,sobretudo entre a classe dos milicianos. Gente esta saída dum sistema de ensino já inteiramente dominado pela influência ideológica do PCP. O Salazar sabia de antemão que não valia nomear um sucessor. Qualquer que ele fosse não conseguiria sobreviver ao estatuto colossal que deixara. No fundo,era um pragmático. Por isso,é que penso que com Marcello ou outro,o destino do regime estava selado. As traições internas daqueles que era suposto ajudarem na sua perpetuação fizeram o resto. Depois,tivémos o azar de no pós-25 de Abril ter a corja de políticos que se sabe. Nenhum deles se pode equiparar em coragem e ética ao Adolfo Suarez.Nem de longe nem de perto. Ao Sá Carneiro salvou-lhe ter morrido cedo.E os deuses querem muito a quem desaparece jovem.

muja disse...

E os deuses querem muito a quem desaparece jovem.

Concordo. Na música é a mesma coisa.

No resto, já não concordo tanto.

Penso que sequer pôr a questão de Salazar designar sucessor é ceder já à propaganda. É ceder ao fachismo é mau.

O regime tinha uma constituição. Havia um processo perfeitamente definido que, aliás, foi seguido. Ponto.
Salazar não podia designar um sucessor. Podia ter preferência e até exprimi-la. Mas quem designava, propriamente dito, era o Presidente da República.

E enviar tropas para Angola não foi posição de força nem deixou de ser. Foi, antes de mais, uma necessidade. Era isso ou deixar morrer as pessoas.


Unknown disse...

Creio que o problema está na resolução do pós-salazarismo.
Salazar é o maior líder político português desde D. João II (desafio qualquer pessoa a referir um que lhe seja superior) e nunca seria possível manter um salazarismo sem Salazar. Basta estudar um pouco a época da II Guerra Mundial para ver a absoluta excepcionalidade da condução do Estado nesses anos. Um misto de flexibilidade táctica (que Marcello nunca teve e só procurou em desespero de causa) e uma rigorosa visão estratégica, sempre com os interesses Portugueses como alfa e ómega da conduta pública.
A Salazar nunca poderia suceder ninguém, não havia um igual e não voltaremos a ver outro antes que passem alguns séculos (com pena minha, nasci já bem depois do 25 da Silva).
Agora, a percepção deste facto deveria ter levado os responsáveis a uma conclusão: se a vida pública tinha assentado durante décadas no prestígio de Salazar, daí para diante era necessário encontrar uma nova base sólida que resistisse às investidas do comunismo. E a base deveria ter sido o Povo Português, cuja maioria sociológica aderiu convictamente a Salazar durante décadas. Por isso concordo com o outro Unkown acima: em eleições com sufrágio directo, secreto e universal, o regime teria dado valente coça aos seus inimigos e todo este capital político de que gozam os abrileiros (construído, não esqueçamos, na maior tragédia humanitária da nossa história que foi a descolonização) nunca teria surgido.

Miguel D

Anónimo disse...

"Quanto a eleições sem o PCP era o mesmo que nada. Continuariam a ser tidas como não-democráticas, com a agravante de se permitir os excessos a coberto da propaganda que os comunistas não deixariam de fazer a coberto, por sua vez, de outros grupos políticos." Não necessariamente, por exemplo na RFA o KPD foi banido em 1956.

josé disse...

As eleições de 1973 não foram inteiramente livres e não apenas por causa da proibição do PCP ( o PS estava ainda na barriga dos pais... que por isso gostam de boas prândias).
Não foram livres porque havia censura bem presente, embora mais mitigada do que com Salazar. E não foram livres porque a propaganda política era muito circunscrita e sem aparato, sendo o partido do regime, a União Nacional, claramente favorecida.

josé disse...

A verdade é essa e tem que ser dita.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Peço desculpa a José por este comentário deslocado do tema.

A SIC-Notícias é cada vez mais a estação da esquerdalhada e isso topa-se logo nos telejornais, nos praças públicas,etc.

É uma televisão especializada em cultivar o ódio e atiçar todos aqueles que são seus espectadores mobilizando-os contra o governo.

É fantástico que a cultura do protesto se tenha instalado na SIC-notícias e que os profissionais que dão a cara e a voz nesta estação estejam todos alinhados com esta cultura, desprezando nas suas intervenções o País Real e praticando o radicalismo.

Hoje por exemplo vociferei alto e bom som no café que frequento contra a reportagem aparecida no telejornal da hora de almoço duns filhos da puta - não têm outro nome - que deram a voz, o som, a imagem, a montagem e eu sei lá que mais, ao apontamento de rua dedicado ao sorteio que o governo vai realizar e premiar com AUDIS aos contribuintes que exijam factura na prestação de compras e serviços.

Pois não é que ao longo de TODOS os depoimentos dos populares que foram arrebanhados para comentar esta iniciativa do governo, TODOS eles eram contra, manifestavam o seu desdém, gozavam até, e não nenhuma alminha que aplaudisse ou simpatizasse com a iniciativa?

Este é um exemplo entre tantos outros!

BASTA LIGAR E SINTONIZAR A SIC-NOTÍCIAS E É SÓ MERDA DE ABRIL A ESCORRER PELOS TELEVISORES ABAIXO!



Anibal Duarte Corrécio disse...

Peço desculpa a José por este comentário deslocado do tema.

A SIC-Notícias é cada vez mais a estação da esquerdalhada e isso topa-se logo nos telejornais, nos praças públicas,etc.

É uma televisão especializada em cultivar o ódio e atiçar todos aqueles que são seus espectadores mobilizando-os contra o governo.

É fantástico que a cultura do protesto se tenha instalado na SIC-notícias e que os profissionais que dão a cara e a voz nesta estação estejam todos alinhados com esta cultura, desprezando nas suas intervenções o País Real e praticando o radicalismo.

Hoje por exemplo vociferei alto e bom som no café que frequento contra a reportagem aparecida no telejornal da hora de almoço duns filhos da puta - não têm outro nome - que deram a voz, o som, a imagem, a montagem e eu sei lá que mais, ao apontamento de rua dedicado ao sorteio que o governo vai realizar e premiar com AUDIS aos contribuintes que exijam factura na prestação de compras e serviços.

Pois não é que ao longo de TODOS os depoimentos dos populares que foram arrebanhados para comentar esta iniciativa do governo, TODOS eles eram contra, manifestavam o seu desdém, gozavam até, e não nenhuma alminha que aplaudisse ou simpatizasse com a iniciativa?

Este é um exemplo entre tantos outros!

BASTA LIGAR E SINTONIZAR A SIC-NOTÍCIAS E É SÓ MERDA DE ABRIL A ESCORRER PELOS TELEVISORES ABAIXO!



muja disse...

Sim José, não contesto. Apenas referi o que disse Marcello Caetano. De qualquer forma, também é verdade que as eleições hoje em dia não são inteiramente livres, desde logo porque há partidos - ideologias ou opiniões, como se queira - proibidos pela constituição, mas sobretudo porque há partidos beneficiados em termos de exposição da população à sua propaganda.

---

Quanto ao PCP, e sabendo que a origem da agitação eram eles, está claro de ver que qualquer eleição sem eles seria imediatamente denunciada como não-democrática e não resolveria nada nesse aspecto.

Quanto a Salazar, não lhe tirando mérito nenhum, o seu salazarismo não me parece muito mais que bom-senso e ponderação norteados pelo interesse nacional.

Do ponto de vista da administração interna, francamente, penso que Caetano poderia fazer igual ou melhor.

Acho até que falar de salazarismo é já cair na falácia esquerdista. Houve, de certo, um culto da personalidade, mas que se justifica considerando o estado em que ele pegou no país e o estado em que o deixou, mas era um culto ao qual ele era tímido e até avesso, parece-me.

Penso que é preciso olhar para as coisas sem tentar encaixá-las em salazarismo, senão caímos sempre nesta dicotomia que só beneficia a ladroagem porque salazarismo=fachismo=mau. A boa ordem das contas públicas é salazarismo? A dotação do país com as infraestruturas necessárias e fomentadoras da economia é salazarismo? A exigência de rigor em tudo quanto faça o Estado é salazarismo?

Penso que não. Precisamos de um Salazar para isso? Acho também que não.
É bom-senso e é de exigir seja a quem for que governe, sob qualquer sistema ou regime político. E deve estar ao alcance de quem governa, pois de outra forma não se justifica que governe.

Aliás, Salazar não governou sozinho e muito do que bem feito foi deve-se aos ministros que com ele governavam. Ele foi excepcional no sentido em assumiu, de forma brilhante e em alturas críticas, várias pastas ministeriais e pela dedicação absoluta que dispensou ao país enquanto teve responsabilidades.

Não precisamos de outro Salazar, precisamos que se olhe para o que ele fez sem ver "salazarismo".

josé disse...

Salazar era respeitado, porque como dizia António José Saraiva que foi comunista e no fim da vida lhe fez um elogio raro, tinha a "recta intenção".

O que Salazar fez por Portugal em 40 anos merece ser recordado e louvado. Salazar merece maior exposição publica e respeito nacional pelo que fez ao país.

josé disse...

Salazar é de facto a maior figura nacional do séc. XX. Incontestável.

josé disse...

Porém, cometeu erros graves e um deles foi a diabolização do PCP que noutros lados não aconteceu e tal serviu para as pessoas conhecerem a Besta.

De Gaulle foi uma espécie de Salazar numa França democrática, mas não cometeu esse erro.

josé disse...

Num país pobre, devastado pela I República e o atraso endémico da monarquia, Salazar surgiu como ditador iluminado, aceite pelo povo.

A obra pública que deixou, incluindo o modelo económico e corporativo que funcionava bem na época, merecem estudo.

Paradoxalmente o ensino de Salazar foi uma das suas grandes obras. Hoje, é o que se vê...

josé disse...

Todos os patarata comunistas que apesar disso foram profissionais de gabarito, formaram-se com o ensino de Salazar...

Hoje é o que se vê, com a indigência cultural de uma Catarina Martins.

muja disse...

De Gaulle foi uma espécie de Salazar numa França democrática, mas não cometeu esse erro.

Nem por isso deixou de ser afastado, e o regime dele, se tal se pode chamar, de ser substituído por um pior.

A França é hoje um antro do pior que a esquerdalha tem para oferecer. Degeneração cultural, jacobinismo militante, LGBTAxyz mais gender nas escolas, contas públicas más, perseguições políticas, comunitarismo galopante, corrupção, etc, etc...

muja disse...

Acho que a minha opinião é basicamente isto:

Não precisamos de outro Salazar, precisamos que se olhe para o que ele fez sem ver "salazarismo".


Ver salazarismo no que fez Salazar é o truque que a ladroagem usa para se manter no poder e fazer tudo ao contrário do que devia ser.

josé disse...

"Não precisamos de outro Salazar, precisamos que se olhe para o que ele fez sem ver "salazarismo"."

É exactamente isso. Precisamos mesmo muito de aprender com o que ele fez, mas não tenho muita esperança com esta gente que "anda por aí". Alguns a encher os bolsos e outros a acolitar.

O verdadeiro herói português dos últimos 100 anos é Salazar.

Vivendi disse...

Estudar Salazar permite atingir o grau de excelência nas seguintes matérias:

filosofia
economia e finanças
ciência política

Vivendi disse...

O curriculum escolar de Salazar:

http://www.oliveirasalazar.org/imagem.asp?id=6533

Zephyrus disse...

O atraso de facto já vinha da Monarquia. No século XVIII era bem evidente e os observadores estrangeiros descrevem-no.O país carecia de boas estradas, canais, equipamento militar e manufacturas. Já no século XVIII importávamos desnecessariamente. Até a manteiga e a carne vinham da Irlanda para Lisboa.

Zephyrus disse...

Salazar teve o mérito de deixar obra pública sem dívida externa, algo que no século XIX não conseguiram.

Zephyrus disse...

Na minha opinião Salazar cometeu três grandes erros. O primeiro foi não ter antecipado a transição para a democracia, que seria inexorável, por influência dos parceiros europeus. Preparada a democracia com antecipação, ter-se-ia evitado o cancro comunista. O segundo erro foi não ter antecipado a independência de Angola e Moçambique, preparando uma transição para uma espécie de Commonwealth. O terceiro erro foi ter permitido a destruição da Alta de Coimbra e de parte dos centros históricos de Lisboa e Porto.

Zephyrus disse...

Com África toda independente seria impossível a Portugal manter Angola e Moçambique. Salazar e Marcelo Caetano cometeram um erro ao não iniciar a transição. As tropas continuariam lá até terem um Regime estável.

Zephyrus disse...

Era um homem que representava um época que acabou em 1945. Salazar era o Regime e com a sua morte este ficaria a prazo. Como agora Mário Soares e Cavaco são a cara de outro Regime com os dias contados. O futuro das democracias passa pelos movimentos cívicos. Os partidos estão corruptos e capturados por interesses diversos. Um dia virá a Quarta República, depois das devidas transformações no resto da Europa e nos EUA. Até lá isto continuará a degradar-se mais uns anos.

Vivendi disse...

Uma espécie de Commonwealth?

Qual é mesmo o sucesso dessa comunidade para que o Salazar devesse ter procurado imitar?

A realidade é só uma os nossos "parceiros" europeus sempre tiveram inveja ou desprezo por Portugal.

A democracia essa é cada vez mais falha.

O que vale uma democracia no UK. nos EUA, nos países nórdicos...

A única democracia que ainda presto alguma atenção é à da Suíça e quando é referente apenas às questões locais.

Vivendi disse...

Ainda esta semana 2 democracias (a indiana e a portuguesa foram apanhadas com as calças na mão)...

Estado de Goa confisca bens a portugueses

http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14112140/1

Mais de 50 anos depois da "passagem" de Goa para a Índia temos agora no presente dois regimes "democráticos" que parecem não estar interessados em defender a propriedade privada e o direito natural.

Boa parte da sociedade dos nossos dias foi formatada para fazer julgamentos fáceis do passado mas quando a questão diz respeito ao presente é o que se vê.

josé disse...

"O segundo erro foi não ter antecipado a independência de Angola e Moçambique"

Tenho por aqui uma entrevista a Costa Gomes, no O Jornal de 30 6 78 em que o mesmo diz claramente que "os americanos prometeram a Portugal em 1962 apoio para descolonizar em dez anos".

Se isto for verdade, o erro foi de Salazar.

Um dia destes publico a entrevista que é muito interessante e tem quatro páginas densas.

Choldra lusitana disse...

Ainda a propósito da ilegalizarão do PCP por Salazar não há que esquecer que mesmo na França democrática da 3.ª República (melhor,nos estertores finais desta) o próprio Dalladier ilegalizara o PCF logo iniciada a guerra. A alta traição dos comunistas e do Komintern patenteara-se com a aprovação do pacto Ribbentrop-Molotov por todos os comunistas. Foi preciso esperarem para a invasão da URSS em 1941 para "acordarem para o anti-fascismo". Assim,a diabolização dos comunistas era um imperativo democrático e ocorreu nos países democráticos também. Claro que,finda a guerra,o prestígio dos comunistas era enorme e havia-se lançado uma nuvem de esquecimento sobre a alta traição ocorrida entre 39-41. O de Gaulle bem tentou fazer um governo de salvação nacional no pós-guerra mas cedo seria torpedeado pelos comunistas,o que o levou a abandonar o poder logo em 47. Viu logo o que a casa gastava e só voltou em 59 nas condições que ele próprio impôs. Curioso que o de Gaulle admirava Salazar,pelo seu admirável faro político e de instinto de sobrevivência. Como também muitos intelectuais franceses,e não falo do Maurras por óbviamente se rever no estado corporativo do Estado Novo. Paul Valéry prefaciara um livro sobre Salazar,Gaxotte igualmente e outros insuspeitos de serem fascistas ou proto-fascistas o fizeram. Apenas a visão tacanha da nossa intelectualidade,que vogava entre o reviralho serôdio dos republicanos velhos e o PCP,é que padecia dos preconceitos consabidos.Entre um e outros restava a maioria do povo português.

Choldra lusitana disse...

Tudo esta questão sobre Salazar e a demonização levada a cabo pós-25 de Abril faz-me lembrar o que se disse sobre Pombal (outra personagem histórico incontornável) após a sua morte e o que se fazia 100 anos depois. Erguiam-se estátuas,incensava-se o personagem,mesmo que por detrás disso estivéssem propósitos de republicanismo. Cada época interpreta a história de acordo com as suas circunstâncias e o oportunismo de momento.Hoje parece esgotado essa visão maniqueísta sobre Salazar. Não levará muito tempo para se reabilitar Salazar ,com as suas nuanças que também as teve e,sinais dos tempos, acabar como matéria obrigatória nos manuais escolares. Já faltou mais tempo.

Choldra lusitana disse...

digo, esgotada e nuances.

muja disse...

"os americanos prometeram a Portugal em 1962 apoio para descolonizar em dez anos"

É perfeitamente capaz de ser verdade. Nos "Diálogos Proibidos" quase todas as conversas que Franco Nogueira tem com os americanos andam à volta de uma questão: um prazo.

Os americanos queriam um prazo para a descolonização - autodeterminação, melhor dizendo.

Eis o que diz Marcello Caetano:

M.P. - Mas se o senhor tivesse dito claramente que estava preparando a independência do Ultramar, isso fixaria um objectivo interno e acalmaria os inimigos externos de Portugal, estou certo disso.

M.C. - Está certo disso? Pois eu não. Aliás as pessoas, passados poucos anos, esquecem-se das realidades que se viviam tempos atrás.

M.P. - Se o senhor tivesse afirmado claramente…

Marcello Caetano atalha, num movimento de impaciência: «Eu não podia afirmar coisa em contrário da Constituição da República e da consciência do povo português. Não fui ditador. Agi dentro do condicionamento da legalidade, muito mais respeitador do espírito, e até de formas… da democracia do que a maioria dos governos que se apresentam como modelos democráticos. Não podia, nem devia, tomar compromissos de que dependessem a integridade e o futuro da Pátria sem um mandato popular expresso.

M.P. - O professor pensava então que o seu papel era apenas o de ir encaminhando as coisas…

M.C. - No meu pensamento, a independência impor-se-ia por si na altura própria quando as condições para ela estivessem criadas e o povo português assim compreendesse. Eu não poderia anunciar que iria ser dada a independência numa altura em que, é bom não o esquecer, a grande maioria do povo português era contrária a essa ideia. Por outro lado, no dia em que se anunciasse que iria ser dada independência às províncias ultramarinas, mesmo a longo prazo, o Governo português perderia o controle dos acontecimentos. É a lição dada por todos os casos de descolonização e que o caso português, depois de 1974, veio confirmar.


muja disse...

Isto é verdade e já era dito aos americanos desde essa altura, e eles faziam orelhas moucas.

Depois da revolução a ladroagem tinha todas as condições - todas - para fazer o que acusam o Governo português de não ter feito antes. Tinha dinheiro, tinha tropas, tinha uma situação estratégica globalmente favorável no terreno - a esmagadora maioria do território em causa estava em paz.

Não fez. E não fez porque os movimentos não tinham intenção nenhuma de respeitar, nem respeitariam acordos nenhuns. Ponto final.

Das duas uma: ou se entregava, como se fez; ou se aguentava até as províncias atingirem um grau de desenvolvimento que lhes permitisse a auto-defesa - isto é, a independência de facto.

O Estado português tinha, quanto mais não fosse - e isto considerando que aquelas pessoas não eram portuguesas - o dever moral de assegurar a protecção das populações indefesas. Considerando que eram, de facto, portuguesas, tinha o dever - todo o dever - de repelir, defender, perseguir e destruir os agressores.

Tudo o mais é pura demagogia.

Ou se admite que aquilo era para deixar, e se admitem as consequências sangrentas inevitáveis, dizendo - bom, poderiam ter acautelado os interesses brancos melhor à custa de sangue preto; e nesse caso, sim, pode criticar-se a conduta do Estado (embora fosse melhor para os críticos examinarem a sua consciência de seres humanos); ou se admite que o Estado não tinha outra solução senão prosseguir as operações de defesa até ser possível às províncias em causa tomarem em mãos essa responsabilidade.

Ninguém, a não ser o Estado e as populações portuguesas, estava interessado em evitar um banho de sangue. Tanto que ninguém o evitou.

Salazar não errou e Caetano não errou. Fizeram o que as suas consciências lhes impunham e devem impôr a qualquer homem de bem. Ninguém poria isto em causa se se tratasse do Minho ou do Algarve. Estamos a falar de vidas de pessoas. Milhões de vidas. Convém lembrar isso quando se embarca no pacisfimo leviano, que não é mais do que egoísmo. Nesse caso, sejamos honestos com nós próprios e assuma-se claramente: a vida do preto não tinha - e porquanto não tem - importância: apenas os interesses materiais do branco. Nesse caso, e sob essa perspectiva, sim, pode criticar-se o Estado e Governo portugueses.

Vivendi disse...

Cabinda Gulf Oil

Portuguese out there. It's our turn to colonize.

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zephyrus disse...

Também sou contra os pacifismos e por isso disse que numa transição as tropas continuariam por lá. Aquilo não poderia ser abandonado como foi sob pena de acontecer o que aconteceu. Angola e Moçambique têm tribos que se odeiam e a presença portuguesa garantia a paz e trazia a Civilização.

Referi a Commonweatlh como um exemplo, claro que no caso português teria de ser uma solução adaptada à nossa realidade.

O pacifismo era um absurdo, abandonar as colónias implicaria a chacina de milhares de vidas, seria muito pior que na guerra. Mas havia o problema das mãezinhas, a choramingadeira irritante das mãezinhas, insuportáveis, como referiu alguém recentemente numa entrevista que o José publicou aqui. Salazar sabia que isto era povo infantil, de vitimização e de emoções absurda e criançolas, e disse-o nos seus textos.

Os russos não abandonam os da sua etnia e partem para a guerra. Que sirvam de exemplo.

Vivendi disse...

Mujahedin,

Não adianta mais explicações.

Existem aquelas pessoas que se deixam levar na onda e as outras que procuram se encaixar na razão. É fácil ver de que lado está a razão.

Vivendi disse...

Portugal teve um papel civilizacional muito relevante na história do mundo.

A libertação das colónias foi uma imposição dos de de fora (pela revolução) e não pela vontade das comunidades locais (ordem espontânea).

O que faz toda a diferença quando se olha para a história.

Alguém hoje ia entender uma guerra de secessão dos Açores ou da Madeira com rebeldes armados a matar uns portugueses continentais ou por outro lado o correto seria fazer um referendo sobre a vontade de autonomia como aconteceu agora em Veneza?

Vivendi disse...

E estavam as colónias em 1960 preparadas para referendos? Ou melhor ainda para uma ordem espontânea de reivindicação da autonomia?

Na Europa esses movimentos secessionistas só agora é que começam a aparecer.

Vivendi disse...

E a vaga dos milhares de portugueses que vieram depois 74 (com a descolonização exemplar) porque não foram regressando aos poucos por livre e iniciativa vontade ao longo dos 14 anos de guerra? (aqui também se verifica que não houve uma ordem espontânea).

Mesmo que os portugueses tivessem abandonado África ainda em 1961 alguém com dois dedos de testa acredita que não teria existido uma guerra continuada de destruição civil?

Zephyrus disse...

«E a vaga dos milhares de portugueses que vieram depois 74 (com a descolonização exemplar) porque não foram regressando aos poucos por livre e iniciativa vontade ao longo dos 14 anos de guerra? (aqui também se verifica que não houve uma ordem espontânea).

Mesmo que os portugueses tivessem abandonado África ainda em 1961 alguém com dois dedos de testa acredita que não teria existido uma guerra continuada de destruição civil?»

Portugal começou a fazer tarde o que fez no Brasil. Daí eu falar em transição com a presença de tropas portuguesas. O que se fez com o fim do Regime foi uma desgraça. Por exemplo, nós temos quota parte da culpa do que sucedeu em Timor-Leste.

Zephyrus disse...

A miscigenação no Brasil acabou com as tentações de isolamento que as diferentes raças, por natureza, têm. Nos EUA isso não sucedeu e aquilo é sociedade dividida em caucasianos, hispânicos, afro-americanos, judeus e nativos.

Marcelo Caetano nos anos 50 defendeu a «ocidentalização» e integração dos negros no nosso estilo de vida mas foi tarde.

Nós começámos a colonização efectiva tarde e isso também é parte do problema. As elites de Lisboa no século XIX, após a queda de Napoleão, perderam-se décadas em diletantismos.

Zephyrus disse...

A missão do Quinto Império passa pela concretização da Irmandade Universal lusitana. É esse o alento transcendente que continua a manter Portugal e que inspirou D. Afonso Henriques, D. Dinis, a Rainha Santa, D. Nuno Álvares Pereira, D. João I, o Infante D. Henrique, Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa, e quem sabe, Salazar e Marcelo Caetano.

Zephyrus disse...

Por isso Portugal nunca deveria ter abandonado as colónias.

Somos mais respeitados lá fora que na Europa, já conhecia gente de dezenas de países de África ou da Ásia e falam de Portugal com admiração. Conhecem os nossos feitos do passado e admiram o nosso Império, o primeiro império colonial europeu da História.

Unknown disse...

Quanto ao plano proposto pelos americanos em 1962, devemos ter em mente que a ideia vinha da administração Kennedy, a mais hostil a Portugal em toda a histórica relação entre os dois países. E que essa mesma administração apoiou e financiou aqueles que uns meses antes, no norte de Angola, se entregaram ao genocídio mais ignóbil. Era uma proposta seria? Alguém duvida de que, depois de estabelecido um prazo para o abandono, algum soldado estaria disposto para lutar? E a descolonizacao nessas condições, nao seria antes uma colonização por outros?
Acho que o que saiu da boca de Costa Gomes após 25/4/74 deve ser tomado com um grão de sal...

Miguel D

josé disse...

"a choramingadeira irritante das mãezinhas, insuportáveis".

Não me parece tanto assim.

Assisti nos anos sessenta ( aí por 65 e por aí, ainda nem dez anos tinha) a partidas de combóios nas tardes de Domingo. Muitos, semanais, cheios de tropa que "iam para a guerra". Nunca, mas mesmo nunca ouvi alguém a culpar o regime ou Salazar do facto.

Nunca.

muja disse...

Vamos lá ver.

A primeira coisa que é preciso ter em conta é que, a partir do momento em que começam os ataques contra as populações portuguesas ou sob tutela portuguesa, ou seja, a partir de 15 de Março de 61, fossem de que raça, etnia, ou mesmo nacionalidade fosse as pessoas que ali vivessem, não sendo elas capazes de o fazer, o dever do Estado português, como autoridade que ali mandava, era defendê-las.

Isto considero eu um preceito civilizacional básico.

Daí em diante, sendo as pessoas que ali viviam consideradas portuguesas, ou sob responsabilidade portuguesa, o dever do Estado português era continuar a defender e reforçar a defesa. Assim que possível e se possível, tomar a iniciativa e levar a guerra ao inimigo.

A partir daqui, a questão de abandonar ou não abandonar só se pode pôr nos moldes que acima descrevi.

O Zephyrus fala em período de transição. Mas período de transição foi ele todo! Por essa razão, assim que se pôde começou-se o fomento dos territórios afectados numa escala que, arrisco dizê-lo, nenhum outro território português via há muito tempo, nem sequer a Metrópole e se calhar nunca antes visto de todo!

A ideia era, obviamente, desenvolver os territórios afectados de forma a que a) pelo simples efeito do desenvolvimento económico e social, a acção psicológica subversiva dos terroristas perdesse efeito e fosse desacreditada - o que teve bastante sucesso; e b) através desse mesmo desenvolvimento, os territórios adquirissem a capacidade de auto-defesa, isto é, que fosse capazes de assegurar a sua defesa apenas com meios locais. Isto é o mesmo que ser independente, basicamente. Atingida a capacidade de auto-defesa, a fórmula jurídico-política, como diz Caetano, é secundária. A independência está atingida de facto.

Daí o não haver, e aqui por culpa exclusiva quer dos terroristas quer da ONU - que, no meu entender, é mais ou menos a mesma coisa, para o efeito -; não haver, portanto, outra saída senão manter as hostilidades. Os terroristas não aceitavam negociar e a ONU não aceitava nada senão a entrega pura e simples.

O que se pode dizer e criticar, e aí nada tenho a obstar, é o Governo não ter tomado a iniciativa do desenvolvimento mais cedo e assim antecipar-se à eclosão do terrorismo. Mas agora é fácil falar... De qualquer maneira, é crítica que a todo o país colonizador se pode apontar.

Vivendi disse...

O que se pode dizer e criticar, e aí nada tenho a obstar, é o Governo não ter tomado a iniciativa do desenvolvimento mais cedo e assim antecipar-se à eclosão do terrorismo. Mas agora é fácil falar... De qualquer maneira, é crítica que a todo o país colonizador se pode apontar.

Como? Se Salazar teve de matar a fome aos espanhóis para o Franco não cair na II grande guerra e com um Portugal que em 1950 ainda começava a dar os primeiros passos na industrialização.

muja disse...

E isto, não tem nada que ver com o V Império nem com cantigas dessas.

Não tem nada que ver nem é justo pô-las nesses termos.
Isto tem que ver com princípios básicos de civilização e de moral.
A guerra era justa e foi justa. Era uma guerra defensiva. Foi-nos imposta durante todos os segundos que durou.

Que se lixe o V Império! Se fosse eu que lá estivesse queria que me viessem acudir não era por causa cá de impérios! Era pela minha vida e a vida dos meus!

Não adianta mais explicações.

Adianta sempre. Adianta porque temos de aprender a falar sobre isto. Temos que nos reconciliar com o nosso passado ou nunca mais progrediremos. Nunca mais. Seremos sempre um povo aleijado, capado, manietado, com medo do nosso passado e de nós próprios, logo, com medo do nosso futuro.

Ora em nada é mais injusta, mais falsa e mais torpe essa noção que em relação a esta guerra que há-de ter sido a mais justa e mais humana de quantas travaram os portugueses em África e noutros lados.

Os que lá perderam a vida, as pernas ou o juízo são heróis. Heróis a sério, não de pacotilha nem comic book. Não andavam lá a reprimir nem a oprimir. Não eram agentes de nenhum imperialismo nem fascismo. Não eram super-homens idiotas.
Eram homens que ali estavam a arriscar a vida para defender outros homens, mulheres e crianças, de raças exóticas para muitos deles, mesmo estranhas e bizarras - mas aos quais passaram a chamar irmãos; numa terra em si exótica e estranha, mas a que muitos se afeiçoaram como se fora deles - e era. Quantos países, quantos povos podem dizer o mesmo? Quantos países enviaram os seus brancos para defender os seus pretos? Quantos sacrificaram a fina flor da sua juventude para defender gente que, na maioria do Mundo, dito civilizado ou por civilizar, que não o português, era considerado mais macaco que homem?

Nós. Nós fizémo-lo. E não foram cavaleiros de antanho, nem infantes de outrora. Foram os nossos pais, tios, avós. E devemos envergonhar-nos disso? Acanhaditos, enxotar os heróis e a sua memória assim para o cantito, a ver se ninguém dá conta? Penso que não.

Penso que é preciso afirmar bem claro: Portugal bateu-se, pelo império, sim; pela soberania, sim; pelo território, sim; mas sobretudo - e que se diga bem alto! - sobretudo bateu-se pela salvaguarda da vida humana, sem distinção de raça ou credo.

Enquanto uns destroem, matam, aniquilam ainda hoje em nome dos direitos humanos, nós construíamos e sacrificava-mo-nos.
E era nisso que estávamos, por incrível que pareça, sós no Mundo. Entre aquelas pessoas e a morte bárbara, a obliteração da sua vida, só estava o modestíssimo Portugal. Tanta super-potência, tanta riqueza, tanta retórica e, ao final de contas, apenas o português - o preguiçoso, o mandrião, o intruja, o improdutivo português - ali estava, firme, defendendo a vida humana. Só, mas orgulhosamente só.

E se isso não é motivo de orgulho, não sei para que nos damos ainda ao trabalho de fingir que temos um país.

Vivendi disse...

Bravo Mujahedin!

Zephyrus disse...

«E isto, não tem nada que ver com o V Império nem com cantigas dessas.

Não tem nada que ver nem é justo pô-las nesses termos.
Isto tem que ver com princípios básicos de civilização e de moral.
A guerra era justa e foi justa. Era uma guerra defensiva. Foi-nos imposta durante todos os segundos que durou.

Que se lixe o V Império! Se fosse eu que lá estivesse queria que me viessem acudir não era por causa cá de impérios! Era pela minha vida e a vida dos meus!»

Concordo e o dever da Metrópole era defender os portugueses que lá estavam dos ataques terroristas.

A Rússia parte para a guerra quando é para defender os seus. Foi o que fez na Ossétia do Norte. E esteve-se nas tintas para o Ocidente na Crimeia.

E o que faz a Esquerda? Cala e a apoia a Rússia.

Maria disse...

Li os V/ últimos comentários depois de escrever o meu. Mas não há nada a alterar excepto dar os parabéns a Mujahedin, como sempre, a Vivendi, como sempre e a Zephyrus com quem estou também d'acordo com o que escreveu).

Mujahedin, na minha opinião o José tem razão no que afirma sobre Salazar (como aliás já o vi/li a si escrever pràticamente o mesmo). Foi um grande político, um defensor intransigente da Pátria e do povo português, foi um Estadista na verdadeira acepção da palavra. Foi elogiado por oposicionistas de várias nacionalidades. O seu exemplo como um extraordinário governante tendo em conta o tempo difícil em que viveu, irá perdurar por muitas décadas, quiçá séculos e o seu nome ficará registado na História de Portugal, como bem frisou o José - e eu acrescento, por comparação com os governantes que o precederam e os que lhe sucederam - como um/o Herói do séc- XX. Está correcto quando afirma, bem como o José, que não se quer outro Salazar. O que se deve querer, sim, para o país é que este venha a ser dirigido por alguém com a mesma têmpera, isto é, que possua as mesmas qualidades e nenhum dos seus poucos defeitos.

Claro que, como diz e bem e o José reafirma, os portugueses na sua imensa maioria, embora apreciassem e reconhecessem o político inteligente e íntegro e o homem honesto e patriota que Salazar incontestàvelmente foi, a verdade é que estavam um pouco fartos do regime e uma vez mudado este, não estariam decerto (pelo menos naquela altura) à espera de outro Salazar. E tanto assim foi que quando se deu o 25/4 a maior parte dos portugueses, com a excepção dos muito idosos, aplaudiu com ambas as mãos o novo regime que vinha carregadinho de promessas dentre as quais a liberdade de reunião e de associação (e a da formação de partidos políticos de outras áreas excepto a socialista e a comunista, não???)... eleições livres e honestas (todas manipuladas, como é a norma na esquerda universal)... e o fim da censura (mas muito pouco)... Pois.

Maria disse...

(Conclusão)

E tanto assim foi que os portugueses apoiaram em peso o novo regime e com ele, conforme o prometido, o regresso dos partidos de todas as tendências e sensibilidades políticas, especialmente os de direita na qual se revia inteiramente a imensa maioria dos portugueses. Semelhante 'ameaça' amedrontou e de que maneira a esquerda comunista e socialista que queriam o poder só e exclusivamente para eles..., como ademais veio a acontecer. O pior veio depois. Tudo o que foi prometido foi imediatamente desrespeitado. As promessas dos democratas eram falsas como Judas; os políticos que se auto-promoveram a donos da democracia e do país, eram e são vigaristas do mais baixo calibre; os vários partidos direitistas que se organizaram como tal para disputar eleições em pé d'igualdade com os esquerdistas, como fora cìnicamente prometido pelos escroques que se apossaram da governação do país, foram sendo sistemàticamente vilipenciados, difamados e ameaçados à bomba e por chantagem e finalmente forçados a retirarem-se da cena política até que se extinguiram por completo para gáudio dos traidores; a Constituição foi redigida d'acordo com as pretensões diabólicas da esquerda comunista/socialista ainda semi-camuflada mas de facto já no poder, excluíndo partidos de direita (eles sabiam d'antemão que estes ganharíam sempre as eleições fossem elas efectivamente livres e honestas, tanto assim que lhes cortaram logo o mal pela raíz) por eles hipòcritamente apodados de 'fascistas', epíteto repetido à exaustão para ir mentalizando o povo de que eles o eram de facto; a destruição do país e a amputação de grande parte dele foi hábil e criminosamente cozinhada no estrangeiro pela maçonaria doméstica em obediência cega à mundial e rigorosamente posta em prática imediatamente após o assalto pela mesma às rédeas da governação, a que se seguiu o saque aos cofres do Estado em simultâneo com a ladroagem em massa ao erário público e prosseguindo à descarada (este afinal um dos principais objectivos da seita, uma instalada no país) o mesmo aos bens dos portugueses, o que se vem prolongando escandalosa e impunemente até aos dias de hoje.

Creio que foi Zephyrus quem escreveu mais acima (cito de memória) ter Salazar cometido o erro de não ter democratizado o regime logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, aproveitando para legalizar o partido comunista (e pressupõe-se) pois caso o tivesse feito teria sido evitada a enorme tragédia que mais tarde viria a acontecer ao país e aos portugueses. Neste particular permito-me outra opinião. 1º.- o partido comunista com todos os defeitos de totalitarismo que lhe são intrínsecos nunca aceitaria partilhar o regime sem o torpedear de todas as formas e feitios ao seu alcance, com Salazar ou sem Salazar como Governante, uma vez que ele só se daria por satisfeito com a implementação de um regime comunista em Portugal. 2º.- Tivesse a implosão da União Soviética acontecido muito antes de Salazar ter falecido (no período em que ainda se considerava física e mentalmente apto para governar) ou mesmo já durante o Consulado de M. Caetano e o 25/4 jamais teria acontecido.

Quanto à auto-determinação dos povos das Províncias Ultramarinas, estivesse ainda o Prof. M. Caetano como Presidente do Conselho, ela ter-se-ia verificado mais cedo ou mais tarde, porém processado com o rigor e a legalidade requeridas, acautelando os direitos de cidadania de TODOS os portugueses residentes no Continente Africano uma vez que estes consideravam-se - tal como o eram pelo poder em Lisboa - tão portugueses quanto os que residiam no Continente Europeu.

muja disse...

E o que faz a Esquerda? Cala e a apoia a Rússia.

Por inércia ideológica, sobretudo. Ainda querem ver nela a União Soviética. Ignorantes como são, não deram ainda conta que esta Rússia é o oposto. Que Putin está mais próximo da Igreja Ortodoxa que do PC.

Mas olhe, Rússia à parte, o que eu não compreendo - deixa-me mesmo estupefacto - são pessoas como o Pacheco Pereira ou um Rogeiro que aí andava, que apoiaram as guerras do Iraque, particularmente a segunda, devem ter apoiado os bombardeamentos na Sérvia, os recentes na Líbia e na Síria. Tudo em nome dos direitos humanos e da democracia.

Estes borra-botas e outros que tais, são capazes de arengar sobre o portuga em África, desfiar todo o rosário de parvoeiras, mentiras, falsidades e torpezas sobre o próprio país. Mas depois batem palminhas àqueles gringos que só estão bem a derreter quanto neste mundo haja.
E sobre Israel então, enfim... De tudo quanto nos acusavam de fazer, não há nada que lá não façam. Fazem pior. Vem em todas as televisões, etc, etc. E os borra-botas batem palminhas. Que sim, que sim, Israel tem direito à defesa, à segurança, bla, bla, bla.

O Rogeiro é um ignorante - que acha que lá porque leu Tom Clancy é já expert de geo-estratégia - por isso até acredito que não saiba nada sobre a guerra do Ultramar. Afinal, quando toda a gente teve de enfrentar o que já se sabia - que não havia armas nenhumas no Iraque - o expert ainda sugeria que talvez estivessem num barco, algures no Golfo...

Mas o Pacheco sabe. Se não sabe, devia saber e não tem desculpa, pelo que vai dar no mesmo. Como é possível? Como é possível que se apoiem e defendam guerras com as quais não temos nadinha que ver, que não nos dizem um mínimo de respeito, que são completamente fora que qualquer semblante de ordem internacional, que são, em suma agressões e invasões de estados soberanos em nome dos mesmos princípios que usam para condenar o próprio país, que tanto sacrificou para proteger o seu povo de uma guerra, de uma agressão que lhe foi imposta?

Eu acho que estes borra-botas, se lhes davam oportunidade, até tomavam o partido da União Indiana contra nós!

Ao menos a esquerda não faz estas figuras. Não apoia estas barbaridades. É bem capaz de ser apenas por inércia política também, mas não faz.

josé disse...

"O Rogeiro é um ignorante".

Nem por isso. O Rogeiro é filho de Clemente Rogeiro que foi figura importante no antigo regime. Julgo que director geral de informação, ou coisa que o valha. Com gabinete nos Restauradores.

Era um homem íntegro, diz quem o conheceu. Uma pessoa de bem.

Vivia do que ganhava e não era devorista como esta canalha que lhe sucedeu.

Teve ainda outro filho, advogado e pessoa de bem, igualmente, que vive do seu trabalho. Esse, conheci-o uma vez e sei do que falo.

Quanto ao Nuno Rogeiro gosta de Zappa e para mim já é um documento de apresentação importante.

josé disse...

Suponho que os Rogeiros têm grande respeito e admiração pelo pai que tiveram. Tal como eu tenho pelo meu.

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

É ver o interesse dessa gente sobre o confisco de Goa aos portugueses. (o problema acontece agora)

Não passam de gente falhada que acreditam que percebem alguma coisa de geo-estratégia mas que nunca foram e nunca serão decisivos para alavancar Portugal na história pelo contrário só ajudaram foi a enterrar o país.

muja disse...

José, isto se vamos a avaliar toda gente pelos pais que tiveram ou têm... Bom, não é preciso dizer mais pois não?

Em todo o caso, pouco se me dá que goste de Zappa. Se calhar os iraquianos que levaram com os tomahawks também gostavam.

Se ele não é ignorante, é parvo para não dizer pior.

As armas estão num barco, dizia ele. Num barco, santo Deus! O país arruinado, que ainda hoje é o que (raramente, porque já não interessa nada) se vê nas notícias - atentados, rebentamentos, gente a morrer às dezenas - e o figurão dizia que estavam num barco, se calhar...

Acho que hoje ninguém tem dúvidas que não havia armas nenhumas. Se ele não é ignorante, o que é?

O que é que se chama a isto?

Anónimo disse...

Qualquer comparação entre De Gaulle e Salazar é absurda. Aquele gostava do poder pelo poder e para se afirmar como "grande estadista" mas o que fez foi validar as duas Franças (uma metade em permanente confronto com a outra) pretendidas pelo PC"F", oferecer de forma ignóbil e assassina a Argélia aos terroristas do FLN, ao mesmo tempo que assistia sem pestanejar à desagregação moral, ética e económica da França. É uma das maiores fraudes politicas de sempre.

Anónimo disse...

Além de ter sido sempre amigo do PC"F", foi por esse motivo e não tanto por uma suposta afirmação internacional da França que retirou esta da NATO. E ao mesmo tempo assinou um acordo de cooperação em investigação nuclear com a... URSS.

josé disse...

Pois, mas segundo consta foi o responsável directo pelo facto de a a crise dos mísseis em Cuba ter sido resolvida como foi.

Li a história em qualquer lado.

josé disse...

A comparação que faço é mais do género "La France c´est moi!" E era...

Em Portugal, Salazar é que era. E era mesmo.

É essa a semelhança que refiro.

Bic Laranja disse...

«Os americanos prometeram a Portugal em 1962 apoio para descolonizar em dez anos.»

Diz que sim. Ao que o Dr. Salazar respondeu que a soberania portuguesa não estava à venda.

E eu cuido que isto diz tudo sobre uns e outro.

Cumpts.

O Público activista e relapso