"Apelo por Portugal", chamou Louçã à carta que enviou a colegas universitários nos Estados Unidos e Inglaterra a pedir que recolhessem assinaturas "entre colegas e amigos" para o manifesto pela reestruturação da dívida.
O Expresso mostra-lha a carta. "Fiz o que tinha a fazer", afirma Francisco Louçã, "sempre em coordenação com João Cravinho", o "pai" da ideia.
Dear colleagues,
You are certainly aware of the discussions among
economists in the countries under the troika programs. In the case of
Portugal, a new fact changed the context of the national debate on
austerity: 74 economists, including an impressive number of ex-finance
ministers of previous left and right wing governments, made a call for
restructuring of the debt and challenging austeriry. I signed it and all
those supporting a new strategy for employment and growth.
This is very important, since in a couple of weeks a
decision will be made on what will happen after the end of the troika
program (may 17th). This call for the restructuring of the debt and a
new policy generated a new perspective: the IMF, the European Commission
and of course the Government made public statements against our call.
An european perspective would be most welcome on this. I
attach a small text in this sense. It would be most helpful if some
renamed economists could stand for this.
Could you sign it? Would you help diffusing the text for signatures among colleagues and friends?
All the best
Francisco
A carta, num inglês técnico aprimorado e digno do antigo Primeiro, já foi glosada aqui, ( e corrigida ortografica e gramaticalmente) envergonhando o seu infausto relator...coitado.
Quanto a Cravinho...já vem de longe, de muito longe. O que ele andou p´raqui chegar...
Para se entender bem o país que somos é preciso saber quem são estas pessoas e de onde vieram, porque o pedigree destes iluminados é tão brilhante quanto um buraco de toupeira.
Em 1974 Cravinho, que tinha sido um "tecnocrata" do "fassismo" associou-se logo à Esquerda, mas escrevia no Expresso de 16 de Novembro de 1974 pérolas deste teor, onde denotava já a suprema confusão de conceitos e ideologias que andava por aquele bestunto:
Cravinho, à semelhança de um Constâncio é um bluff nacional. Sempre lhe deram maior importância intelectual do que aquela que realmente demonstram. Cravinho é responsável por muitas asneiras que se fizeram em Portugal, na Economia, nos últimos anos, particularmente nos de Guterres. Desmantelou a JAE, sob pretexto de ser um antro de corrupção e criou outros tantos que desembocaram na aventuras das SCUTS que o mesmo criou ou desenvolveu, para além do razoável.
Em 1975, o Expresso, sempre atreito aos piores vícios políticos nacionais, convidava-o para dar palpites sobre a Economia.
É ler o que dizia em 5 de Novembro de 1975 e que é de fugir a sete pés deste intelectual da treta económica sem eira nem beira que se possa respeitar.
Os seus fautores, inspiradores e artífices nunca se deram por achados e muito menos Cravinho, o "tecnocrata" reciclado no PREC e compagnonn de route do MES.
O MES congregava luminárias incandescentes como Alberto Martins e Ferro Rodrigues, para além de Celso Cruzeiro e Galvão Telles ( agora muito bem recostado numa firma de advocacia do regime, tal como outras, com figurões semelhantes).
Há uns anos ( 2010) dois dos próceres, uns tais Paulo Bárcia e António Silva, organizaram um livro de memórias e elencaram nomes e factos, para além de fotos e efemérides. É deprimente ler aquilo, mas ficam duas páginas exemplares do que pensam: "pelo sonho é que vamos"...poderia ser o mote de vida. No entanto, todos eles se arranjaram muito bem na vidinha. Raros serão aqueles que não tiram rendimentos superiores a 10 mil euros por mês, o que mostra bem o regime onde chegamos.
No entanto, em Fevereiro de 1975 todos juravam pelo...comunismo. Irónico, não é? E são estas luminárias que vêm agora com propostas para salvar o país quando foram dos que mais porfiaram para o conduzir á bancarrota nos últimos anos...
Pois volto a repetir: eh pá! Saiam da frente, por favor. Não se sacrifiquem mais que os vossos sacrifícios só nos trazem desgraças.
Vão-se embora. Como dizia um amigo vosso aos guardas que o escoltavam. "desapareçam!"
12 comentários:
"Would you help diffusing... [...]"
Realmente é um texto algo difuso além de confuso e pior querem confundir os outros...
Eles sair da frente é que não saem... Isso é que é era bom! Depois de tanto penarem para lá chegar?...
Tirá-los da frente também ninguém os tira, que isto para revoluções é preciso cacau, e quem o tem não tem interesse nenhum em gastá-lo aqui, pois é necessário em sítios como a Ucrânia, por exemplo, ou o Irão, Venezuela, entre outros, que têm défice agravado de democracia; e lá nisso, democracia, a gente está muito bem: temos para aí disso de sobra.
A tropa não tuge nem muge, anda para aí a fazer não se sabe bem o quê, e faz umas excursões de vez em quando aos Kosovos, Iraques e Afeganistãos deste mundo que tanto precisam da democracia que lhes lá levam. E disso, já sabemos, estamos bem servidos.
De maneira que como da frente não saem e da frente ninguém os tira, resta-nos esperar e desesperar.
Sugiro, para desfastio, que cada um organize uma boa eleicinha em casa. Nada melhor que botar um papelinho numa urna para descansar a consciência e obter uma boa dose de auto-satisfação democrática. E quem tem isso, não precisa de mais nada. Eu acabei agora de fazer uma aqui no trabalho (durante o intervalo) e sinto-me òptimamente! Às tantas é por ser sexta-feira, mas isso não interessa nada...
o MONSTRO é a 'cópula' dos imensos sovietes que nos mijam diariamente na cara ... e não só
esta revolução social-fascista que renegociar a dívida para continuar o 'regabofe'
a única saída é a 'justiça de Fafe' ('com Fafe ninguém funfa')
a única que funciona
vão trazer esturjões para o Alentejo com a finalidade de produzir caviar para a esquerda
..."Apelo por Portugal", chamou Louçã à carta que enviou a colegas universitários nos Estados Unidos...
E quando eu falo que os EUA estão completamente contaminados de socialismo poucos ainda acreditam.
Mujahedin,
Os portugueses só vão acordar para a vida quando pararem de votar.
Não votem em nada que não diga respeito ao município onde vivem. Tudo resto é democracia armadilhada. Só a democracia local é válida.
Não sei quando é que os portugueses vão acordar para a vida, Vivendi.
Nem sei se já não estarão acordados ou sequer se é possível acordar.
Em todo o caso, embora algumas pessoas acordem espontâneamente, a generalidade delas precisa de um despertador.
Porém, apenas se ouvem cantigas de embalar...
Bom, acho que preciso de mais uma eleiçãozinha... vou ali votar e já venho ahaha
Salmos 42
versículo 7 Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim.
'para a vala comum, já!'
«Não sei quando é que os portugueses vão acordar para a vida, Vivendi.
Nem sei se já não estarão acordados ou sequer se é possível acordar.»
Os portugueses não têm instrução financeira. Parece ser problema histórico. Não sabem lidar com o dinheiro. Lido há muito com holandeses ou espanhóis e noto as diferenças.
No entanto no passado foi diferente e isso nota-se em faixas etárias mais elevadas de certos estratos sociais que nem são os mais baixos.
Nós temos muita carência de poupanças internas no entanto a economia está demasiado dependente do consumo interno.
Tudo começou em força com o PREC e isso é notório pelo menos na minha região natal. As principais povoações tinham lagar, moagem, panificadora, armazém de frutas. Havia na zona indústria de cerâmica e conserveira, e de transformação de frutos secos.
Os andaluzes modernizaram e de que maneira a agricultura logo nos anos 70 e Espanha nos anos 80 já estava, em termos relativos, muito mais forte que Portugal no sector turístico.
Passa-se a fronteira no Sul do país e Aracena produz o melhor presunto do mundo, e a melhor carne de porco preto. Aquela serra está cheia de matadouros e armazéns, não há comparação possível com o que se faz no Alentejo. Lepe é o maior produtor europeu de morango e a região é um mar de herdades de produção intensiva de frutas. A zona de Isla Cristina tem fábricas de conserva mas em VRSA fecharam todas em parte por causa dos sindicatos e dos comunistas. As operárias queriam folga remunerada nos dias da menstruação mas agora trabalham em Isla Cristina, entram ao serviço às 2 e 3 da madrugada e não bufam.
O azeite mais caro do Algarve é produzido por um sueco e os lagares foram demolidos para dar lugar a prédios, onde agora estão lojas fechadas por arrendar e apartamentos sem inquilinos. Igual destino tiveram adegas e moagens.
No Alentejo há cada vez menos gado e região tem condições para tornar Portugal quase auto-suficiente em carne. Mas o sonho de muitos proprietários é transformar as herdades em urbanizações, campos de golfe e reservas de caça.
Os mais velhos olham para tudo isto com tristeza, comentam e criticam mas as diferenças culturais para com as gerações mais novas são enormes. O que provocou esta mudança de mentalidades? Não foi certamente o PREC, começou antes, no final do Estado Novo.
O Cravinho,como todo o ser aparentado aos moluscos,dá uma no cravo e outra na ferradura. Ora aparece como amásia estuprada que gerou os monstrinhos das scuts,ora surge como virgem ofendida e renegando as consequências de os ter parido. Um ser sem coluna vertebral que se vem servindo do Estado,endividando o estado com a sua presença de décadas na linha da frente do mais sórdido carreirismo,e que ainda tem a verve para se apresentar como paladino dos valores contra a corrupção. Um cromo,dirão alguns. Apenas um ser (mais um!) perigoso e que consubstancia,na sua perfeição,a decadência deste regime.
O Gaspar deve estar com dores de tanto rir da carta do primo.
"Os portugueses não têm instrução financeira. Parece ser problema histórico. Não sabem lidar com o dinheiro. Lido há muito com holandeses ou espanhóis e noto as diferenças. "
Nunca tinha pensado nisso mas é provavelmente uma das causas mais relevantes do estado em que nos encontramos.
No outro dia o pateta Baptista-Bastos dizia numa entrevista que não sabia lidar com dinheiro e era a mulher quem fazia esse trabalho.
Os comunistas em geral devem ser analfabetos ( ou iletrados) em relação a isso. Seria curioso que o ISCTE fizesse um estudo...e até podia ser entre os que o frequentam.
As taxas de poupança no estado novo era muito altas... o que alimenta a tese de que o estado social serviu para o português se aburguesar (a crédito).
Enviar um comentário