segunda-feira, março 24, 2014

Uma produção fictícia no Público

Ontem no Público 2:





Esta crónica de Rui Cardoso Martins no Público de ontem merece destaque porque concentra em meia dúzia de parágrafos o estado da arte da nossa intelligentsia comentadeira em jornais e lugares paralelos.
Como ressuma complexos de uma esquerda fóssil, embora muito envernizada em lugares –comuns do humor correcto merece o comentário opinativo.

Este Rui Cardoso Martins, anda pela meia idade e deverá ter sido  antifassista desde nascença por via genética. Por isso foi admitido no gotha do nacional-humorismo, tipo produções fictícias.  Um humor adequado ao tempo que passa em que perpassa toda uma idiossincrasia de uma esquerda equívoca que não tem eira e da beira não se lhe conhece bem a baía. É uma esquerda “porque sim” e fica bem.
É uma esquerda acaparada pela Maçonaria e que por isso  detesta uma Opus Dei diabólica que não desde escadas em caracol na Regaleira. Uma esquerda que não reconhece ao PCP qualquer pecado original e o acalenta nos media por ser muito cá do “nosso povo” e amigo dos pobrezinhos explorados pela corja dos mercados.
Rui Cardoso Martins tem lugar cativo no Público que é uma coisa em forma de assim, no dito de O´Neill que também era assado.
A crónica ad hominem malha no ceguinho Jardim Gonçalves como se este fosse centeio verde e define logo o perfil a abater: um cristão pio e beato da Opus Dei, sem direito a cidadania plena porque criminoso de um delito comum a banqueiros:  tentar ganhar dinheiro, com regras que todos usam.
Qual o crime de Jardim, na selva dos mercados? Esse mesmo: o de andar na selva de peito feito e sem medo aos  tigres de papel do oriente maçónico e das ciladas da corja que sustenta cronistas tipo assim.
E qual o corpo de delito elencado na crónica? Em primeiro lugar, o de “ter feito prescrever, com atrasos e recursos na secretaria dos tribunais, a multa de um milhão de euros do Banco de Portugal.”
Jardim tinha a obrigação de se prestar ao sacrifício ritual da submissão às regras incontestadas sem tugir nem mugir, porque a condenação era já de preceito para os ruiscardososmartins e quejandos.  Assim o exercício do direito de defesa é um desconsolo. Isto não se pode fazer aos ruiscardososmartins e outras produçõesfictícias que andam por aí.
É esse o primeiro crime.
O segundo decorre do primeiro num bis in idem metafórico: é parceiro de ofício de outros celerados que estes  produtores fictícios detestam como insectos em suspensão no seu universo particular de um mundo cor-de-rosa às bolinhas vermelhas e chocalhos em bloco. 
 O último crime é o de não querer ser tão pindérico como o cronista. Parece-me ser o mais grave e a razão última da crónica.


13 comentários:

zazie disse...

Destestam? tem a certeza, José?

Essa malta charra produtos financeiros e ainda faz o pleno de dizer mal e ser subsidío dependente.

Choldra lusitana disse...

Se calhar este e outros andaram a surfar a onda dos produtos financeiros oferecidos pelo BCP e já se esqueceram disso. O Jardim,como bode expiatório ,serve na perfeição aos objectivos destes cabotinos. Como há que zurzir nalgum banqueiro começam por aquele que já não está ao serviço e,por isso,não tem grande influência . A ver se vão atacar os Varas & companhias que tomaram o poder no banco,deram cabo dele e hoje passam por entre os pingos da chuva como inocentes. Esta gente não se enxerga e tiques mentais destes não se expurgam. São um misto de invejosos e ressabiados mal fdos.

Vivendi disse...

Entrevista de Alípio Dias

http://www.ionline.pt/artigos/portugal-25-abril/alipio-dias-mandei-fechar-banco-borges-dez-da-manha-25-abril-ja-nao/pag/-1

Seria interessante termos o José a dissecar a entrevista.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Jornalismo de escarro e alguidar.

Floribundus disse...

há dias não mencionei aos Amigos
que durante muitos anos segui com alguma convicção o materialismo mecanicista iniciado por Galileu e exposto por Descartes.

no Pasteur conheci 2 encantadores seguidores que anos antes ganharam um Nobel
Jacques Monot escerveu 'o acaso e a necessidade'

contibuiu largamente para o progresso da ciência porque tudo é finito e mensurável

está ultrapassado

josé disse...

Jacques Monod: tenho por aqui um artigo de um Diário Popular, salvo erro que retirei as duas páginas centrais sobre o mesmo e O acaso e a necessidade. Será para aí de 1971...

Floribundus disse...

exactamente:
1971 foi o ano em que estagiei no Instituto Pasteur
Mr Jacques era o director
terminou com os sectores de química e outros e dedicou-se somente às vacinas
criou a produção industrial (Pasteur Production), de que conservo portachaves

o meu Amigo Coubelaquis chefe internacional de vendas, até à partida para a Grécia, arranjou-me um autógrafo para a edição francesa

ofereci à BNP

josé disse...

Pois era um tema que então me despertava a atenção. E por isso guardei as duas páginas. Se me lembrar publico, amanhã.

josé disse...

Em 1971 tinha...14 anos. Ou 15 se depois de Agosto. E uma sede de saber coisas, insaciável. Não as compreendia mas queria saber tudo.

josé disse...

O tema preferido era...a guerra. A II Guerra Mundial. Perdia-me pelos livros de história da guerra. Havia uns três volumes da Europa-América e uns dois das Selecções do Reader´s Digest. Não tenho nenhum, mas na altura era o que mais queria ter.

josé disse...

Acabei por comprar numa feira do livro em Braga um livro de capa vermelha e papel couché, com fotos a preto e branco e infografias, de André Latreille, de história da II guerra mundial. É o caso de quem não tem cão caça com gato...

josé disse...

E comprei na mesma altura uma biografia de Rommel de Lutz Koch. E o Diario de um soldado alemão de não me lembra quem.

Floribundus disse...

Mr Jacques conjuntamente com André Lwoff e François Jacob (o Judeuzinho simpático que a meio da manhã atravessava o labô para pisser) ganharam o Nobel fa fisiologia nos anos 60.

em 58 em Roma estagiei no sector de química dirigido por Daniel Bovet, um suiço vindo do Pasteur, que no ano anterior ganhara o Nobel da fisiologia com estudo sobre substâncias potencialmente curarizantes.

aos sábados de manhã todos apresentavam os trabalhos da semana para ouvir sugestões

como era gente tão diferente dos caras de pau que por aqui
são cad vez em maior4 nº

foi exactamente na altura da adolescência que despertei para os problemas que iriam transformar o mundo social e politico através da tecnologia

fui um privilegiado e não o esqueço.

não fiz mais porque não deixaram

O Público activista e relapso