segunda-feira, março 31, 2014

A sopa dos pobres democratas

 Daqui, InVerbis:

Aumento inusitado de utentes" para comer na Casa da Democracia. Assembleia criou uma lista de quem pode comer no refeitório e uma tabela de preços. O refeitório da Assembleia da República serve refeições a preços que variam entre 4,27 € e 7,30 €.
A Assembleia da República decidiu actualizar o regulamento interno de acesso ao refeitório devido a "um aumento inusitado de utentes". Segundo um despacho de 26 de Março publicado no Diário da Assembleia da República, passa a ser necessária uma autorização prévia, pedida com uma antecedência de 48 horas, a quem esteja de visita ao Parlamento e recorra aos serviços.

Criou-se uma lista de quem tem acesso no dia a dia e apontam-se critérios para acautelar excessos. "A referida autorização deverá, em regra, ser solicitada com dois dias úteis de antecedência e a eventual desmarcação da refeição deverá ser comunicada com 24 horas de antecedência", lê-se no texto definido para garantir um melhor controlo, não só no acesso, mas também para a "necessária previsão quanto ao número de refeições a fornecer".

Deputados, assessores, funcionários, membros do Governo e adjuntos, elementos da GNR e da PSP, além de funcionários da CGD e CTT instalados no palácio, têm acesso directo, sem contar com jornalistas credenciados.

O regulamento prevê ainda que um parlamentar ou um elemento das bancadas dos partidos com assento parlamentar possa levar, sem aviso prévio, até dois convidados, "desde que acompanhados". Uma parte das regras já existiam, mas, a avaliar pelo argumento de aumento de número de refeições servidas, o Parlamento apertou os critérios para se almoçar no refeitório da Casa da Democracia.

Cristina Rita | Correio da Manhã | 30-03-2014


Que dizer disto? Quem tolera isto? Porque é que isto acontece? Como é que isto se tornou possível? Que país somos? Quem paga tudo isto? Quando é que isto acaba?

ADITAMENTO:

Em função de um comentário que lembrou a atenção já dedicada a este tema pelo site "Má despesa pública", aqui fica o assunto, bem mais condimentado:


O Má Despesa já esteve a consultar o caderno de encargos do concurso para o fornecimento de refeições na Assembleia da República (AR) e encontrou várias pérolas, incluindo o facto de o documento ir alertando para a grafia pré e  pós-Acordo Ortográfico.
Um leitor já tinha chamado a atenção para o facto da ementa constituir “o critério mais importante na avaliação e subsequente selecção do fornecedor das refeições. Esta avaliação é feita tendo por base os tipos de produtos constituintes da refeição, sendo a ementa mais valorizada se dela fizerem parte os seguintes produtos: Perdiz, lebre, pombo torcaz, rola e similares, Lombo de novilho, Lombo de vitela, Lombo ou lombinho de porco preto (bolota) e Camarão/gamba grande (24 por Kg ou maior)”.
Que contrato é este?
“O contrato tem por objeto o fornecimento de refeições no refeitório e no restaurante do Palácio de S. Bento e a exploração de cafetarias da Assembleia da República, o fornecimento de café e chá nas reuniões de Comissões, ou outras que ocorram na Assembleia da República e, bem assim, o fornecimento de bebidas, produtos de pastelaria, salgados habituais, canapés e fruta nos coffee breaks, em quantidades e condições estabelecidas no presente Caderno de Encargos.”
A AR tem um restaurante para 10 almoços por dia!
A AR tem um restaurante e um refeitório. Tirando os dias de plenário, o restaurante da AR serve apenas 10 refeições por dia  A maioria das refeições são servidas no refeitório. “Durante o ano de
2011 no refeitório foram servidas, em média 280 refeições diárias, e no restaurante cerca de 40 nos dias de reunião plenária (quarta, quinta e sextas feiras) e 10 nos restantes dias.”
Cinco pratos à escolha no refeitório
Segundo o caderno de encargos, no refeitório terá de ser servida:
“-Sopa: normal e dieta (obrigatoriamente elaborada com base em nvegetais frescos e/ou congelados, sendo proibido o uso de bases pré-preparadas. São admissíveis sopas com elementos proteicos uma vez por semana – sopa de peixe, canja de galinha, etc.)
-Carne, peixe, dieta, opção, Bitoque;
-Pão, integral ou de mistura;
-Salada;
-Sobremesas incluindo, no mínimo, 4 variedades de fruta e 4 de doces/bolos/sorvete, além de maçã assada e salada de frutas.”
Mas há mais:
“- uma mesa com complementos frios (saladas), com no mínimo 8 variedades entre as quais se incluem, obrigatoriamente, tomate, alface e cenoura, além de molhos e temperos variados;
- uma mesa com um prato vegetariano e mais 4 componentes quentes vegetarianos (cereais, leguminosas e legumes).”
Curiosidades sobre ingredientes
Café: “O café para serviço nas Cafetarias deverá ser de 1ª qualidade, em grão para moagem local, observando lotes que incluam um mínimo de 50% de “arábica” na sua composição.”
Bacalhau: “O Bacalhau deverá ser obrigatoriamente da espécie Cod Gadusm morhua. Pode apresentar-se seco para demolha, fresco ou demolhado ultracongelado, observando-se como tamanho mínimo 1 Kg (“crescido”), para confecções prevendo “desfiados” (à Brás, com natas ou similares) ou 2 Kg (“graúdo”) para confecções “à posta”.
“Carnes de Aves:
“Peru (inteiro em carcaças limpas com peso superior a 5 Kg, coxas, bifes obtidos exclusivamente por corte dos músculos peitorais). Frango (inteiro em carcaças limpas com peso aproximado 1,2 Kg, coxas e antecoxas, bifes obtidos exclusivamente por corte dos músculos peitorais).
Pato”
A informação consta das fichas técnicas dos ingredientes pretendidos.
E qual o critério de adjudicação?
Determinante para vencer o concurso é mesmo a qualidade e variedade da ementa.
“1 - A adjudicação é feita segundo o critério da proposta economicamente mais vantajosa, pela
aplicação dos seguintes fatores:
a) Qualidade e variedade das ementas apresentadas. Nível qualitativo das matérias-primas indicadas nas respetivas fichas técnicas: 50%;
b) Preço da refeição: 30%;
c) Preço do encargo fixo com o pessoal das cafetarias e manutenção: 20%.”

52 comentários:

Vivendi disse...

Que dizer disto?
Encolher os ombros e fazer aquele sorriso estúpido.

Quem tolera isto?
Quem gosta de ir votar.

Porque é que isto acontece?
Porque a democracia assim o quer e é tudo a bem da democracia.

Como é que isto se tornou possível?
O circo democrático é uma caixinha cheia de surpresas...

Que país somos?
Um país que vai deixar de ser país.

Quem paga tudo isto?
Quem não pode fugir ao confisco nem estar do lado da teta.

Quando é que isto acaba?
Só quando os portugueses votarem apenas para as eleições municipais.

Passo o testemunho aos restantes comentadores habituais...

Ljubljana disse...

Como dizia um eminente deputado a propósito de audis e clios, se queremos uma democracia, temos que a pagar. Venha dai então a ditadura, que sempre nos há-de ficar um pouco mais em conta.

Anibal Duarte Corrécio disse...

"(...)ou um elemento das bancadas dos partidos(...)"

Mais um exemplo do Estado Social Burguês no seu máximo esplendor.

A que propósito é que o Estado deverá subsidiar um refeitório para parlamentares, amigos de parlamentares ou elementos das bancadas dos Partidos?

Tragam marmitas de casa ou comam diárias nos restaurantes dos arredores!

Anibal Duarte Corrécio disse...

São inúmeros os exemplos que revelam a mentalidade pobre diabista de chutar para o Estado encargos e responsabilidades que deveriam caber aos próprios.

Esta mentalidade decorre da função que a esquerda acomete ao Estado de providenciar regalias, mordomias, subsídios, fundos, serviços, a torto e a direito desde o 25 de Avril.

Criou-se a ideia que é a coisa mais natural do mundo actuar segundo este procedimento, porque todos descontamos, o Estado somos todos nós e tem a obrigação de chegar a tudo e a todos..

É aquela mentalidade Abrilesca , que tanto permite que o Mário Soares faça 300 voltas ao mundo, como o funcionário se abasteça a preços´'módicos' no Casão ou o professor se sinta mal pago por ganhar 2000 euros, ou que possam cortar o cabelo à borla aos familiares da CARRIS.

Ou ainda o reformado dos 1500 euros se diga roubado pelo governo por lhe retirarem 10 ou 15,isto porque "andou a descontar uma vida inteira, e o dinheiro é dele"

Mais Estado, que este não chega!

muja disse...

Quando isto acaba não o sei eu.

Mas sei pelo menos que, para começar a acabar, é preciso alguém que não só diga a verdade como a faça ouvir.

E dizer a verdade é dizer a verdade toda. Sem subterfúgios, sem tergiversações, sem hesitações.

Dizer a verdade como se não quisesse ganhar a eleição. Assim, talvez a ganhe.


lusitânea disse...

Boa comida, bons carros, cartões de crédito,portagens por conta,boas ajudas de custo para tanto governo a todos os níveis dão naquele antigo ditado:eles comem tudo e não deixam nada

ps

A não ser centenas de milhar de bocas famintas recentemente nacionalizadas depois de terem entregue tudo o que tinha preto e não era nosso...

muja disse...

Ou ainda o reformado dos 1500 euros se diga roubado pelo governo por lhe retirarem 10 ou 15,isto porque "andou a descontar uma vida inteira, e o dinheiro é dele"

10 ou 15?!
200 ou 300 é mais próximo da realidade!
Mil e quinhentos ao mês é rico, para as Finanças...

E toda a razão em se queixar! Toda mas toda!

Lá porque meia-dúzia de pançudos nem 50 desses 1500 deveria receber, não quer dizer que muita gente, até a maior parte, a receba indevida ou injustamente!

É preciso distinguir. É preciso evitar estas divisões a eito. É com estas merdas que eles mantém o circo permanente: os do PS vs PSD; os funcionários públicos vs. privados; os que recebem 1500 vs. os que recebem 400.

Distraem as pessoas do verdadeiramente importante, virando-as umas contra as outras. Ao ponto de as virarem até contra elas próprias: até aqui se confunde muitas vezes o povo, as pessoas, com a televisão! Não é a mesma coisa!

O problema não é amnésia das pessoas, nem é elas votarem ou deixarem de votar. Nem é, fundamentalmente, um problema de ditadura versus democracia.

O problema sabemos bem qual é: é a ladroagem.

E só um ingénuo pode ainda pensar que a ladroagem ia montar um sistema em que fosse possível correr com ela facilmente... eheheh! 'tá bem está! Nenhum sistema funciona impregnado de ladroagem!








muja disse...

*mantêm

zazie disse...

Razão para queixar podem ter todos. A questão é que somos todos portugueses e é o Estado português que está falido.

Portanto, vigarices e ladroagem à parte, so cortes é óbvio que tocam a todos.

E, também é óbvio que ninguém que colocasse a render em banco o que descontou para a reforma viria alguma vez a receber o que recebe pelo Estado.

Porque as reformas são pagas por todos nós, não são seguro privado de ninguém, correspondente a meros juros de poupanças.

zazie disse...

A ladroagem é uma questão de moral.

Sem exemplo vindo de cima e cuidar em não deixar andar a roubar, não se pode pedir sacrifícios a quem é honeto, sem que haja protestos por injustiça

foca disse...

José
Não percebi a polémica de hoje, e por isso peço desde já desculpa se me está a escapar alguma coisa.

Se as refeições são pagas, qual é o problema?
Ou a cantina é uma espécie de Cantinho do Avilez em qúe os clientes só pagam 10% do valor da refeição?

Preferia que os deputados fossem almoçar fora e levassem 3 horas para regressar?

zazie disse...

Qual é o problema?

V. acha natural o Estado ter um refeitório com refeições a preço simbólico para toda a malta, incluindo amigos que possam levar e seja GNR seja deputado ou jornalista?

Mas isto é a casa da Joana ou quê?

V.s acaso pagam impostos?

Às vezes parece que não. Que isso é mais outra coisa boa para o preto.

zazie disse...

«Deputados, assessores, funcionários, membros do Governo e adjuntos, elementos da GNR e da PSP, além de funcionários da CGD e CTT instalados no palácio, têm acesso directo, sem contar com jornalistas credenciados.

O regulamento prevê ainda que um parlamentar ou um elemento das bancadas dos partidos com assento parlamentar possa levar, sem aviso prévio, até dois convidados, "desde que acompanhados".
»

Isto é normal? por 5 euros o Estado oferecer esta sopa de pobres a estes pobrezinhos?

Cum caneco. E ainda têm dúvidas que existe divisão entre quem come do Estado e quem sustenta.

muja disse...

Sim, e não há-de ser rancho que lá comem por esse preço, não...

Para tirar a limpo, era saber em quanto fica cada refeição à Assembleia. Quantas vezes sete é que não será...

lusitânea disse...

"E, também é óbvio que ninguém que colocasse a render em banco o que descontou para a reforma viria alguma vez a receber o que recebe pelo Estado."

Claro que recebia.Se não se deixasse aldrabar como agora é pelo próprio Estado.
A minha 1ª moeda de ouro foi um pinto(400 rèis) por 500$00 já depois do PREC.Foram 2,5 Euros.Só em ouro vale 30 Euros mas em bom estado de conservação vale acima dos 150 Euros
Mas isto foi só um exemplo...
Depois do 25 e das entregas de tudo o que tinha preto só restava aos progressistas ensinarem o zé povinho a pescar aprofundando o ensino técnico-profissional do Salazar para "produzirem" algo vendável lá fora.Começaram a distribuir o peixe a rodos aos de cá e de lá de fora e especializaram-se na "distribuição" e no salvamento do planeta...
Os idiotas úteis que julgavam que o deixa andar não lhes ia pesar na carteira andam agora a pagar esse socialismo internacionalista todo e quando a coisa terminar estarão na fase da sardinha não para dois com que achincalham os governos do Salazar mas para três porque em 40 anos delapidaram a "pesada herança" e contraíram uma dívida 7 vezes maior...

lusitânea disse...

Portanto se me tivessem deixado gerir o que era meu e deixou de ser(ladroagem da grossa) eu estaria melhore teria até tido ideias de reproduzir o que tinha.O Estado ficava com uma boa parte e agora quer mandar-me lavar o rabinho com água de malvas.Mas não pertenço ao clube deles...

Anibal Duarte Corrécio disse...

Há 'proprietários' de reformas que em vez de terem recebido salário por trabalhar, deveriam ter pago ao Estado para 'trabalharem'...



a.leitão disse...

Saia uma Petição a exigir a abertura do refeitório da AR a todos os cidadãos nacionais com direito a Voto.

zazie disse...

Não. Não recebia. A questão é mesmo essa.

Com o aumento do tempo de vida o que se descontaria para o banco não dava para aguentar depois da reforma.

Toda a gente sabe isto em toda a parte do mundo.

Como é óbvio, o Estado Social foi inventado por motivos lógicos. Só os ancap é que dizem o contrário.

Nada disso tem a ver com o modo como o dito Estado Social está organizado (ou desorganizado) nem como os descontos são geridos.

Em Inglaterra pode-se optar e gerir parte dos descontos.

De todo o modo, no que toca a protecção na reforma é iugal- se não fosse vaquinha colectiva não dava para nada.

zazie disse...

Os imigrantes que descontam, contribuem para o mesmo, em qualquer parte do mundo, sejam brancos, pretos, amarelos ou azuis às bolinhas cor-de-rosa.

Não vem ao caso.

zazie disse...

Quanto à cantina da Assembleia, lembro-me de o VPV ter dito que deixou de ser deputado porque o wisky era de má qualidade.

zazie disse...

whisky

CSJ disse...

"Ou ainda o reformado dos 1500 euros se diga roubado pelo governo por lhe retirarem 10 ou 15..."

Segundo a calculadora do Expresso online são 630€/ano.

fatima disse...

Inacreditável!

http://madespesapublica.blogspot.pt/2012/05/como-se-come-na-assembleia-da-republica.html

muja disse...

Bom, e mesmo assim, ficamos sem saber quanto custa...

muja disse...

Já agora, seria interessantíssimo encontrar o documento equivalente para a Assembleia Nacional assim lá para os setentas... Só para comparar...

Anibal Duarte Corrécio disse...

"Segundo a calculadora do Expresso online são 630€/ano."

É pouco.

Choldra lusitana disse...

E ainda acusavam o anterior regime por coisas bem menores. Estes sátrapas -em que também se incluem as polícias (porque será? convém...)- perderam completamente o sentido do ridículo,se é que alguma vez o tiveram. A Assunção Esteves lá deve ter chegado à conclusão que,com tantos comensais, o bodo não chegava para todos e as despesas com refeições opíparas já íam muito altas. Finge uma moralização mas trata-se mais para disfarçar o que é um escândalo.
Ontem,comparavam-se números antes e depois do 25. Antes dívida pública nos 20%. Hoje nem se sabe bem quanto será. Desemprego: 2% para 16,5%. Taxa de crescimento:7% a 9% para uma década a zero e depois negativa. Enfim,foram as conquistas de abril. Como se podia ler num cartaz de um espectáculo comemorativo destas "conquistas" e para celebrar as cantorias anti-faxistas de há 40 anos:"nem que a voz nos doa". Cambada de imbecis! O cretinismo a celebrar-se a ele mesmo.

JC disse...

Choldra:

Mas agora tens liberdade, "pá".

E tudo isto, onde se inclui as despesas com as "cantinas" da AR, são os custos da democracia.

Choldra lusitana disse...

JC: custos por custos prefiro-os controlados.Democracia isto? Só se for por catálogo. E ,claro,tenho a liberdade de ouvir cretinices como as tuas mas esse é o mal menor desta democracia.

muja disse...

Choldra, afine aí a traquitana que isso não está a apanhar o sarcasmo muito bem, parece-me... ahaha!

Choldra lusitana disse...

Mujahedin,tens razão. Tentava ler o livreco da Raquel Varela e aquilo provocou-me obstipação mental momentânea. Também não era para menos. E depois de ter passado pelos escaparates e dar-me com o título,inexcedível em fino recorte literário,de "As capitãs de Abril". Tudo junto deu-me pra aquilo.

muja disse...

Tentava ler o livreco da Raquel Varela

Mais vale a droga. O resultado final é quase o mesmo, mas o caminho é bem mais curtido...


foca disse...

Zazie
O custo que o José apresenta é 4,27 até 7,30€.
Depois do meu post apareceu o aditamento, que diz mais coisas, de facto.
Se o custo de 7,30€ for para a refeição considerada no caderno de encargos, em cantina, então encontra no mercado várias empresas que seguramente concorrem e ainda têm lucro. 4,27€ só se a qualidade for muito má ou o orçamento da AR pagar o resto.
Para o tipo de atividade desenvolvido, a quantidade de calorias necessária é baixa. Aquilo não é o refeitório do centro de estágio de atletas de alta competição.
.
Continuo a não ver qual é o problema.
.
Se depois os deputados e amigos vão para o bar e bebem uns copos presumo que os paguem.
.
Que raio de coisa esta de estar a defender os empregados ocasionais da AR!!

foca disse...

Já agora para Zazie e alguns outros

Alguma vez fizeram ou leram um caderno de encargos para um concurso público?
As especificações apresentadas são para ter critérios de seleção dos que apresentarem a melhor opção.
Se colocassem arroz branco com rissóis depois como é que se escolhia o melhor? Era para o primo do chefe do economato?

Anibal Duarte Corrécio disse...

Próximo caderno de encargos referente às 2as feiras:

Flan de espargos para entrada, seguido de rodovalho recheado.

À sobremesa será servido um «papão» de ovos e fruta.

Para regar a refeição, Madeira seco como aperitivo, Pera Manca 2002 acompanha o peixe e um porto de 20 anos da Niepoort.

zazie disse...

Se não vê qual é o problema de um deputado ou jornalista, o bancário, ou polícia levarem até amigos a comer na cantina da Assembleia e se acha que este privilégio é um exemplo, então nem sei o que lhe dizer.

O problema é mesmo esse. Os tugas habituaram-se a não encontrarem problemas na famosa ética republicana e laica.

zazie disse...

Até num refeitório escolar esses preços não existem nem a sandes.

foca disse...

Zazie
Nao sei a que escolas vai, mas na minha zona os preços na cantina são metade disto, incluindo professores e convidados dos mesmos. Os alunos pagam 1/4, com uma parte comparticipada pela câmara.
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Acha sinceramente que um deputado receber um cidadão e almoçar com ele, pagando as duas refeições, é um privilegio?
Eu acho que o normal seria os deputados receberem os eleitores e os especialistas, dos assuntos que tratam.

Volto a dizer-lhe o mesmo, em concursos publicos consegue-se esses preços por refeição com alguma facilidade, para condições normais. Não é lagosta todos os dias mas de vez em quando temos mimos.

foca disse...

Aníbal
Então e qual é o problema se conseguirem essas refeições pelo preço indicado.
.
Isto já parece um blog da extra esquerda miserabilistas, parece que a unica coisa que incomoda é alguém ter algum serviço de apoio com qualidade, mesmo se o preço for baixo.

JC disse...

O Choldra, uns comentários acima, não percebeu o tom irónico do meu comentário.

Mas se foi por causa do livro da Varela, está explicado.

Maria disse...

Como sugere Mujahedin mais atrás, era muito útil e um óptimo serviço público saber-se exactamente qual a 'ementa' e respectivos acompanhamentos e extras que se serviam no Bar da Assembleia Nacional, se é que este existia (sim, porque duvido que houvesse um restaurante, um refeitório e uma espécie de 'sala de fumos' para os excelentíssimos mandriões e não menos aldrabões (que dizem representar-nos... hahahaha!, a nós pobre povinho que aguentamos tudo sem os pormos na rua por indecente e má figura) saborearem num dolce fare nienti um magnífico Madeira Seco como aperitivo ou um excepcional Porto Vintage como digestivo, nos intervalos de nada fazerem), já que é mais do que certo que o máximo que seria admissível como suplemento extraordinário ou compensação, digamos, pelo trabalho executado pelos deputados - onde a integridade política e pessoal eram ponto de honra dos seus constituintes, cujo poder que serviam excluía liminarmente toda e qualquer despesa supérflua naquele que foi um regime de poupança inteligente e de equilíbrio financeiro rigorosíssimo e todo esse esforço em benefício do povo português e nada usufruíndo os políticos que o representavam - era quanto muito um simples Bar, (como então eram chamados) para tomar um café ou chá e se tanto uma simples sandes de friambre. Vai uma aposta que era "só" este o 'luxo' de que os deputados do anterior regime beneficiavam durante os respectivos trabalhos e jamais, em tempo algum, de restaurantes de 1ª. categoria e refeitórios à medida, onde se pudessem banquetear sem esquecer de levar os amiguinhos!..., com perdizes!, pombos!, faisões! estufados, lombos de porco assado!, frutas do melhor, gelados e doces equiparados, etc.?

Este regime só existe no mundo para sacar as riquezas dos países onde se instala e ir escravizando os povos. E para obterem essas mais valias acenam-lhes com a 'liberdade democrática' para tudo e mais alguma coisa, quando afinal o que lhes resta em troca é o caos social, a libertinagem a todos os níveis, o terror, o medo, a violência gratuita, a pobreza, a fome, o desemprego, as polícias desautorizadas, a corrupção galopante da classe política e, por mimetismo, extensível a todos os extractos da sociedade e a introdução do crime organizado com as redes criminosas a ele ligadas, tendo todas carta branca para actuarem à vontade e tudo sancionado pelos auto-promovidos democratas de última hora que introduzem esse regime onde ele não existe, ou à força ou conspirativamente ou através das maçonarias locais, como uma única finalidade: primeiro medrarem, depois enfardarem-se com biliões de biliões e finalmente, valendo-se do regime degenerado por si inventado, ir a pouco e pouco reduzindo os povos a uma escravidão consentida. A partir desse momento o ciclo fecha-se e aquela é um dado adquirido. E aos povos, sem a mínima noção do que lhes tinha acontecido, jamais lhes podia ter ocorrido dar um passo para a deter ou combater. E disto os malvados têm conhecimento total, eis porque desde a Rev. Francesa até hoje têm saído sempre vencedores desta refrega. Mas até um dia. Conforme a História dos povos constantemente nos ensina "Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe". O deles também terá o seu fim.

muja disse...

Epá, ó foca, explique lá porque é que tem que haver

a) cinco pratos, em vez de dois. Carne e peixe, não chega bem?

b) Porco, vaca, frago, peru não chega? Tem de ser "Perdiz, lebre, pombo torcaz, rola e similares,"?

c) prato vegetariano. É capricho, não é mais nada.

d) café de primeira qualidade. Não chega a qualidade da bica normal que por aí se tira e tanto se gaba?

Então com o país a mendigar dinheiro para pagar pensões e ordenados, já de si cortados e recortados, isto é coisa que se apresente? É ter sentido da realidade? Serviço de apoio de qualidade?! Então e para os outros? Para os que pagam isto tudo?

Haja decência! Se os ditos merecessem este tratamento, eram os primeiros a rejeitar esta pouca vergonha. Como não merecem sequer a lavagem que a a minha avó deitava aos porcos, é evidente que lhes agrada muito ter "serviços de apoio de qualidade".

É exemplo homem! Entende? Não pode pedir sacrifícios, cortar isto, aquilo e aqueloutro, e depois haver disto para os senhores deputados, cuja utilidade é já seriamente posta em causa por toda a gente! Perdiz, pombo, cinco pratinhos à escolha, mais vegetarianinho para os direitos dos animais, café de primeira. Mas quem é que tem disto em casa? É essa a realidade do país porventura?

Pouco importa o que custa ou deixa de custar. É desnecessário. Se fazem tudo isto por sete euros, então uma refeição normal - normal para toda a gente - pois hão-de fazê-la por dois ou três. Ora já têm por onde poupar. Ou isso é só para os outros? Enfim, já sabemos que sim.








muja disse...

E se isto é ser de esquerda, pois serei de esquerda.

Tal e qual como o Salazar.

Manuel de Castro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel de Castro disse...

Já cheguei tarde, mas ainda meto a colher. Chamemos os bois pelos nomes! Nada disto tem a ver com o Estado, tem é a ver com o estado a que isto chegou! Culpemos os deputados, os partidos, o governo e por aí fora. Quanto ao cerne da questão, já está tudo dito pelos que comentaram antes.

foca disse...

Muja...
A variedade de pratos pode ser para ter critério de escolha. Se colocar no caderno de encargos apenas um de carne e outro de peixe, todos concorrem com nota máxima.
Para o café há a possibilidade de estabelecer critério mínimo, então o melhor é usa-lá ou aparece chicória dos chineses.

Como já me repeti por diversas vezes, para fazer um caderno de encargos em concurso publico têm de se estabelecer critérios muito exigentes, ou então todos os concorrentes têm nota igual.
Percebeu agora?

Sobre a questão do exemplo discordo em absoluto. Se a AR der como exemplo que para um concurso publico (porque é esta a questão) se colocam critérios baixos, então o padrão de exigência será sempre o miserabilíssimo.
Nada disto impede que se façam boas escolhas económicas. Mau é pagar caro por um mau serviço.

muja disse...

Como já me repeti por diversas vezes, para fazer um caderno de encargos em concurso publico têm de se estabelecer critérios muito exigentes, ou então todos os concorrentes têm nota igual.
Percebeu agora?


Francamente, não.

Os critérios que eu ali vejo, não os qualificaria tanto de exigentes como de luxuosos.

O do café sim, é realmente um critério de exigência. Exige-se, para um produto comum, um alto grau de qualidade.

Mas querer perdiz, etc, não vejo isso como critério de exigência, porque não compreendo a necessidade de haver dessas coisas no refeitório de qualquer organismo público.

V. argumenta que a inclusão de coisas supérfluas e desnecessárias - luxos, portanto - é o mesmo que ter critérios exigentes. Eu discordo.

Exagerando um pouco para ilustrar, se eu procurar quem me forneça tractores, não vejo como me ajuda exigir que quem o faça me possa fornecer limousines.

Isto se bem percebo que me diz: que pedirem perdiz é uma forma de garantir que têm boa vaca...

foca disse...

Muja...

No final chegou lá.
É mesmo isso, eu não diria melhor, coloca-se perdiz para ter boa vaca.

Vejo que da transcrição do José refere a perdiz e os outros "luxos", mas não separa se isso é para o restaurante ou para o refeitório.
Duvido que se façam ementas "finas" na cantina, mas no restaurante onde em principio os deputados podem ter convidados ilustres, também não espero que se fique pelo bitoque com ovo a cavalo.

Só para terminar, não sei se a escolha de algumas partes do caderno de encargos (que juro aqui que não conheço nem sei quem o fez) é do José ou do blog Má Despesa Pública, que entre algumas verdades publica todo o tipo de idiotices e meias verdades com o objetivo único de conseguir clientes para os livros e conferências que organizam.

foca disse...

Muja...

No final chegou lá.
É mesmo isso, eu não diria melhor, coloca-se perdiz para ter boa vaca.

Vejo que da transcrição do José refere a perdiz e os outros "luxos", mas não separa se isso é para o restaurante ou para o refeitório.
Duvido que se façam ementas "finas" na cantina, mas no restaurante onde em principio os deputados podem ter convidados ilustres, também não espero que se fique pelo bitoque com ovo a cavalo.

Só para terminar, não sei se a escolha de algumas partes do caderno de encargos (que juro aqui que não conheço nem sei quem o fez) é do José ou do blog Má Despesa Pública, que entre algumas verdades publica todo o tipo de idiotices e meias verdades com o objetivo único de conseguir clientes para os livros e conferências que organizam.

muja disse...

Bom, é de facto relevante saber-se o que é para o refeitório e o que é para o restaurante.

Para o restaurante ainda vá que não vá que tenha lá qualquer coisinha menos convencional. Ainda assim... se têm convidados ilustres também lhes não caem os parentes na lama por comerem o que come toda a gente... Nem aos deputados nem aos convidados.

Mas essa estratégia da perdiz por vaca é que me parece um bocado estranha. Dá a entender que ou os concursos são mal feitos, ou mal avaliados os concorrentes ou coisa do género...
Seja como for, não indicia nada de bom.

Mas também já não estava à espera que fosse de outra forma...

Obrigado pelo esclarecimento.

Salesman14 disse...

AO IMBECIL DE NOME FOCA....

VOÇÊ É DE UMA IMBECILIDADE A TODA A PROVA...ONDE É QUE TÚ CÁ FORA COMES POR 4,27 COMO OS XULOS DO SISTEMA ? MAIS DO QUE ISSO PAGAS SE FORES AO MAC COMER CARNE HORROROSA NÃO É TONTINHO ? COM O MENÚ DE LUXO DA A.R. SERVIDO AO DESBARATO OS VALORES DA DIFERENÇA ENTRE O PREÇO DO CUSTO DOS PRODUTOS E O VALOR VERGONHOSO DA VENDA AOS XULARECOS ,É SUPORTADO PELO ORÇAMENTO DO ESTADO ,ENTENDEU SEU RIDICULO ? SÃO MILHÕES POR ANO QUE PODERIAM SER USADOS NOUTROS SETORES FRÃGEIS E IMPORTANTES . TÚ FOQUINHA ABSURDA ,BOTAS FALADURA E SÓ TENS DIARREIA MENTAL NESSA MONA.

O Público activista e relapso