Há 40 anos desenrolava-se o PREC, em Portugal. A música de expressão popular, particularmente a anglo-saxónica tinha uma parte de leão nos programas do rádio, particularmente os mais ouvidos, na emissora da Rádio Renascença ( Página Um) ou nos da Rádio Comercial ( Dois pontos, Boa noite em fm, Banda Sonora, Perspectiva e Em Órbita).
Na Rádio Renascença, em virtude das convulsões do PREC e greves contra o serviço privado dessa rádio pertencente ao Patriarcado da Sé de Lisboa, o programa Página Um que costumava ouvir religiosamente das 7 e meia da tarde às nove, apagou-se do éter a partir de meados de Fevereiro de 1975 até 5 de Abril desse ano.
Durante esse tempo , todos os dias de greve sintonizava o posto à hora certa e esperava ouvir a batida da música dos Pop Five, Page One, anúncio do programa. Recebia a frustração de ouvir o silêncio ruidoso do sinal de ausência da música de que gostava. Só mais à noite poderia ouvir aqueles programas em que se passava essa música escolhida e que nessa altura saía ao ritmo de várias obras-primas por mês.
Uma delas, saída em finais de 1974 era o disco duplo dos Genesis, The Lamb lies down on Broadway que ainda hoje se ouve de fio a pavio e não ganhou uma ruga na sua velhice de 40 anos.
Em 6 e 7 de Março de 1975 o grupo actuou em Portugal, um acontecimento notável num país que nessa época não fazia parte dos roteiros musicais dos grandes grupos do rock.
O concerto dos Genesis perdurou durante muitos anos na memória de quem ao mesmo assistiu, pela novidade e grandiosidade do espectáculo.
Porém, na época, o Expresso anunciou deste modo o evento que constituiu um dos ícones culturais do PREC:
Dez anos depois, o mesmo jornal publicou a reportagem que na altura não fez...
Aditamento para complemento da história de há 40 anos com alguma importância no ambiente do PREC:
Um mês antes tinha vindo a Portugal um grupo chamado String Driven Thing e a crítica do concerto no Expresso de 8 de Fevereiro de 1975 foi assim. De notar que este recorte se refere à crítica do fantástico disco da Banda do Casaco, Dos benefícios de um vendido no reino dos bonifácios ( que continuo a procurar nos vendedores de discos usados a preço aceitável e que não encontro, mesmo a preço proibitivo, pelo que continuo na busca desse graal musical na sua versão original em lp).
Por outro lado, no mês seguinte, a revista Mundo da Canção que se editava no Porto, pela pena de Jorge Lima Barreto fazia a recensão do concerto deste modo:
Deve notar-se que os discos de música popular que mais se vendiam em Portugal nessa altura, eram estes, segundo a mesma revista. Os Genesis estavam em 10º lugar o que é notável para um disco duplo e de música "progressiva":
15 comentários:
Eu estive lá José. Concerto de alto risco. A certa altura o Peter Gabriel quiz parar o concerto !!!
hoje dia Internacional da Mulher
a minha homenagem como apreciador
eu e Amigo que foi prof de anatomia descritiva fizemos um pequeno estudo
ele anatómico com os músculos nos sítios certos
eu com fotos iniciadas com
Die Venus von Willendorf
http://de.wikipedia.org/wiki/Venus_von_Willendorf
Parabéns Karocha por esta sua nova foto! Aqui é que está realmente bonita, incomparàvelmente mais e parecendo ter menos vinte anos do que nas suas anteriores, com a excepção de uma, que lhe carregavam demasiado a expressão:) Esta é de facto outra loiça (parafraseando o José, embora noutro contexto).
Nessa altura alguém me levou a um concerto nesse pavilhão em que às tantas e ao meu lado lá no meio(a malta estava de pé)um casal jovem fez amor no chão rodeado pelos amigos.A partir daí vi sempre as amplas liberdades ir em crescendo e transformarem-se em direitos.Pena que o maná já tenha deixado de cair sobre este povo de repente tão progressista...
A rapaziada que funciona sempre à base de snifadelas e massagens do esfíncter anal e que nos diz que agora o mundo é um só pelo que se tornou chique importar a pobreza alheia às carradas e nacionalizá-la na hora,vem depois perorar acerca das diferenças e desigualdades justificativas do roubo legal através dos impostos...para fazerem as "igualdades"...
Obrigada Maria, foi tirada em 2008.
Bjinhos
Não tendo nada a ver com o valor dos Genesis e com o assunto supra, aqui temos a explicação para as falinhas mansas e o tom apologético que o Seixas da Costa (que apagou os comentários sobre o Descoings e outros, muitos outros) tem adoptado no seu blogue:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/detalhe/costa_pede_ajuda_a_pedroso_santos_silva_e_vitorino_para_preparar_programa_do_ps.html
Ver parágrafo:
"Além de Paulo Pedroso, o Expresso escreve que os outros nove conselheiros são António Vitorino, Ana Maria Bettencourt, António Correia de Campos, Augusto Santos Silva, Francisco Seixas da Costa, Gustavo Cardoso, Helena André, Helena Freitas e João Cravinho. Vários foram ministros nos governos de António Guterres, outros tiveram pastas com José Sócrates."
Os salamaleques eram tantos que só podiam ser gato escondido com rabo de fora.
Certo estava o José, ao alvitrar que esta personagem se anda a fazer ao lugar de MNE...
Seixas da Costa deve saber muito bem como se escreveu o livro do 44...
"Micael Rotherford", esse famoso músico :D E mais acima na mesma página, os "Enearson" Lake and Palmer.
Porque quis o Peter Gabriel parar o concerto? Agora fiquei curioso.
Os erros do Expresso não são de imputar a Pedro Pyrrait, pela certa.
Por outro lado, não me parece que Peter Gabriel tenha querido parar o concerto, como refere Karocha.
O que o Expresso conta é que em virtude de os bilhetes vendidos ( 6 500 em cada noite) serem inferiores às pessoas que conseguiram entrar, entre as quais alguns militares fardados, do Copcon, houve algazarra e Ivan Hancock, um dos organizadores, terá dito ao grupo que "isto está fora de controlo" ao que os mesmos responderam que "então o melhor é irmos para o palco já" e foram, alguns minutos antes da hora.
Segundo relatos da época, os próprios Geneses acharam esses concertos como dos melhores em que tocaram.
A "algazarra" resultou da falta de preparação das autoridades e poderia tudo ter descambado para uma tragédia.
Os Genesis, aliás, já tinham tocado em Itália em ambiente pior porque tocaram num concerto em qeu foi assassinado um espectador e mesmo assim continuaram a tocar.
Quis sim, José.
Esteve interrompido até o COPCON sair do dramático ele eram tanques à porta e eles lá dentro charrados e de metralhadoras carregadas em punho.
Parece que houve um tiro para o tecto do pavilhão, disparado por um Copcon ebervado, mas quanto a interrupções o Expresso não fala disso, nem a crónica do Lima Barreto que desmonta de algum modo o mito do cafarnaum sem controlo.
Portanto, se V. lá esteve e diz que foi assim, fico com esse registo.
Se foi José, um susto e quando dei por mim tinha um segurança a pegar em mim e a dizer "O seu namorado quere-a ao pé dele" e a seguir a berraria do João comigo...
Só uma pequena correção em 1975 (ainda) era Rádio Clube Português e não Rádio Comercial. Mais uma bela consequência do PREC, a «nacionalização» da rádio..
Tem razão. Escrevi Rádio Comercial porque me fiei nos apontamentos dos programas que tenho por aqui e que eram relativos aos meses de Setembro e Outubro desse ano. Aliás, os programas Boa noite em FM, Banda sonora, apresentado pelo falecido Jorge Lopes e julgo que também pelo falecido Fernando Balsinha e Perspectiva faziam parte do Espaço 3P.
Em 1974 havia o programa Boa noite em FM no RCP.
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