Capa do Público de hoje: a notícia do dia é sobre um antigo governante que cessou funções. A circunstância de ir ganhar 30 mil euros brutos esbarra logo num pormenor de contas: dentro da notícia escreve-se que "vai receber uma remuneração total bruta de 250 mil euros". Durante doze meses. Ou seja, 250 mil a dividir por doze meses, dá...é fazer as contas para entender o rigor noticioso do jornal, na primeira página. Um jornal dito "de referência", note-se, e que com esta notícia apenas quer dar conhecimento público de um "escândalo". A notícia é assinada por Cristina Ferreira, já por aqui citada várias vezes por desmazelo ( interpretação mais benigna), como revela neste jornalismo malabarista. O objectivo é óbvio: vilipendiar um antigo governante do Passos, apenas e tão só. E a jornalista não pode ignorar tal efeito.
No interior da notícia há um pormenor que é passado a escrita como uma gata a correr em telhado de zinco quente: o tal ex-governante, antes de o ser, era funcionário superior do CaixaBPI e ganhava exactamente o mesmo que vai ganhar, ou seja, segundo a prestidigitação jornalística, 30 mil euros brutos por mês ( mas afinal não são 250 mil brutos em 12 meses?). E outra ainda: o dito ex-governante foi escolhido para a tarefa pelo Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de bancos, em "articulação". Sub-texto da notícia de primeira página: frete de alguém da PAF ou similar a este ex-governante. É isto o jornalismo de "referência"? O Correio da Manhã é que é o "tablóide" e "pasquim"?
Lida a "notícia" não se vislumbra o efeito que certamente o Livro de Estilo do jornal consagra: ouvir o visado. Nada. Apenas a noticiazinha capciosa e de falsidade com rabo de fora.
Entretanto e para entreter, fica a notícia no Expresso online que a jornalista do Público conhecia, preferindo a manha, como correio e o título capcioso como veículo desta manhã:
Antigo secretário de Estado de Passos Coelho foi contratado para liderar a venda do Novo Banco. A remuneração é paga pelo Banco de Portugal e igual à que recebia na Caixa BI antes de ir para o Governo. Monteiro recusou receber um prémio de sucesso.
Pergunto novamente: é este o jornalismo dito de referência que o Público pratica? Se é podem bem limpar as mãos à parede dos supermercados da SONAE que são quem lhes paga o vencimento a título de subsídio a fundo perdido.
Capa do CM de hoje: Costa e o bodo aos pobres com dinheiro que se calhar não temos para tal, conforme dizem os cépticos ( Medina Carreira por exemplo, mas também Teixeira dos Santos). "Cavaco tem dúvidas e ameaça governo" é o título.
O título do Público a este propósito era: " Cavaco faz avisos, Costa diz que o seu juiz é o parlamento".
Ambos correctos na essência, denotam bem para que lado do copo olham os jornalistas dos dois jornais: para a parte meio vazia ou para a parte meio-cheia. Idiossincrasias? Mais que isso: posicionamento ideológico de causas a defender. O Público defende abertamente escondido a causa deste PS governante de esquerda e mais à frente no tempo se verá a demonstração da evidência, quando soar a rebate.
Não seria melhor o Público, em editorial, o proclamar para não andarem com este jornalismo manhoso? A notícia sobre a França ainda é mais reveladora: " Caça aos terroristas provoca deriva securitária em França". Esta da "deriva securitária " tem direitos autorais que deveriam evitar o uso da expressão. "Deriva"? Quem deriva mesmo é o jornal...
Qual destes dois jornais mostra melhor a realidade que nos cerca? Por mim nem tenho qualquer dúvida e a referência nunca foi o que era. Apenas presunção e água benta da sacristia jacobina.
E perguntar-se-á: para quê comprar o Público ( e não apenas ler de borla)? Entre outras coisas, muito poucas, esta, com um artigo do advogado Teixeira da Mota sobre o conteúdo da liberdade de expressão na imprensa.
Este artigo deveria ser de leitura obrigatória para alguns jornalistas do género Câncio que procuram a todo o custo impedir notícias sobre a vida pessoal que tem reflexos evidentes e importantes na determinação de factos com altíssima relevância pública. No caso, a conversa telefónica mantida entre si e a mulher do arguido Carlos Santos Silva no processo do Marquês em que esta revelava a origem do dinheiro do marido.
18 comentários:
A deriva é certa (a do jornalixo), cada vez mais catequística. E o catequisto não se extirpa.
Os 250 000 / ano haviam de ser a dividir por 14, talvez... Mas a criatura seu objecto é lactente de nomeada. De comissário de «swaps» ao governo e de bens nacionais aos «swaps» quando secretário de Estado foi-lhe cometida a venda do Novo Banco. Tem graça o borboletear.
Cumpts.
Este tal Monteiro não me interessa para nada. Interessa-me o modo como se noticiam estas coisas. Sem lei nem roque.
os 250 mil são brutos e é a dividir pelos 12 meses do contrato de prestação de serviços.
Na notícia diz-se na primeira página que são 30 mil euros por mês.
30 mil vezes 12...
Também me não interessam comissários tratantes, ele ou outros, a menos que mamem no erário e se babem em negócios de clareza ofuscante.
De acordo quanto ao jornalixo a la Correio da manha. Mas sendo o menos mau, calha que estamos perdidos. E estamos, que o amordaçam esses lactentes tratantes, no activo, em conserva, em latência ou em potência. Todos, sem excepção.
Não li a notícia mais do que conta. As contas são de jornalmeida.
Cumpts.
http://www.publico.pt/economia/noticia/banco-de-portugal-paga-30-mil-euros-por-mes-a-sergio-monteiro-para-vender-novo-banco-1715700
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A notícia do Público não fala em 250 mil. Fala num salário de 30 mil por mês. E até vai mais longe. Diz q no caso, quem assume o pagamento dos descontos para a Segundo Social é a entidade empregadora. Refere ainda que o salário de 30 mil é o equivalente ao q recebia no BPI.
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Assim, provavelmente quem deu a notícia errada não terá sido o público. Mas sim quem noticiou que os 250 mil são brutos. A ser verdade que o salário mensal é de 30 mil brutos de facto dá um salario anual líquido de 250 mil.
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O público deu a notícia correctamente.
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Rb
Rb: não quero perder tempo consigo que nem sabe ler o que se escreve.
O Público escreve que os 30 mil euros são "brutos" e que o mesmo "vai receber uma remuneração total bruta de 250 mil euros".
Compreendo, mas a notícia do publico não fala em "remuneracao de 250 mil". Fala em remuneracao de 30 mil. Ver link acima do Público.
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A não ser que a versão online e a versão papel digam coisas diferentes.
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Rb
Pois, é mais difícil corrigir o que já está impresso...e a borrada não sai.
Pois será. ;)
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Rb
É e já pode ler.
Retiraram a menção aos 250 mil brutos, porque, como eu atrás dizia, esses 250 mil são líquidos. Em suma, o salário é de 30 mil brutos mes o que dará 250 mil líquidos ano, uma vez q o BP assume todos os descontos.
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Creio que as notícias noutros jornais estão erradas quando noticiam um salário bruto de 250 mil.
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Rb
O ódio de estimação da jornalista é ao governador. É ouvi-la a todo o passo a destilá-lo...
É um jornalismo caceteiro disfarçado de "referência".
Nem o Correio da Manhã no seu pior faz disto, porque a Tânia Laranjo aprendeu algumas coisas nos últimos tempos.
O Correio da Manhã o que faz é colocar 'a fasquia no alto...
Não é uma notícia tão má quanto parece...
Ou acha, José, que a austeridade será coisa para acabar neste ou qualquer outro mandato?
Serve para dar lastro à expectativa, abrir o caminho mais tarde à desilusão.
Depois da decisão do BP no BES, que ela repudia violentamente, não perde uma oportunidade para atacar o governador. É tanto o ódio que nutre por ele, que dá a ideia de atribuir mais responsabilidade ao governador do que a Ricardo Salgado pela situação que temos hoje.
pasquim correio amanhã todos os dias vende lenocínio= prostituição, em 10 meses ganha 5 milhões de euros sem pagar impostos,
https://youtu.be/SUVyV7sNvqE
“o salário é de 30 mil brutos mês o que dará 250 mil líquidos ano, uma vez q o BP assume todos os descontos.” [Ricciardi]
Você faz contas tão bem quanto a jornalista do Público. Um ordenado de 30 mil euros por mês, pago 12 vezes, corresponde a um vencimento anual de 360 mil euros. Este rendimento paga mais de 160 mil euros de IRS, o que deixa (mesmo sem encargos com a Segurança Social) menos de 200 mil euros (anuais) líquidos.
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