sábado, julho 01, 2017

Diz que é uma espécie de frete

O Expresso revista de hoje tem um artigo assinado por Tiago Carrasco sobre um personagem que lhe parece poder dar um filme...

Cá por mim e pelo que li parece mais um frete do que outra coisa. O visado Lalanda está na mó de baixo, acusado de malfeitorias, apesar de ter ( ainda) muitos amigos e um deles é o cirurgião sportinguista Eduardo Barroso, da ilustre casa de socialistas, um bonacheirão que nunca vê mal em nada a não ser o que lhe provoca indignações selectivas e idiossincráticas ( Pedro Guerra do futebol, por exemplo).

O Expresso condoído das dores alheias lá escreve o artigo pleno de ditirambos e pintassalgado de pequenos relatos do ordálio que aflige o santo gestor, dinâmico e empreendedor, genial desde sempre e atraiçoado pelo destino.


Tudo começou com uma coincidência desastrosa: o viajado Lalanda encontrou o estudante Sócrates, por mero acaso de um destino madrasto num restaurante em Paris, através de "um amigo mútuo" que não interessa identificar nem o articulista procurou saber. Coup de foudre!- ou não estivessem na terra deles. Ficou logo combinado juntar a fome do viajante à vontade de comer do estudante e este apesar de tudo terá feito boca fina. Quis saber quem era o viajante, que nem conhecia e pausou um pequeno tempo para aceitar a prebenda de 12 500 euros por mês, pelo trabalho de prospecção em modo caixeiro viajante a favor da forma do viajante endinheirado. O viajante até achou pouco mas o estudante não queria mais. Só ele saberá dizer porquê, mas agora temos o direito em adivinhar.
É assim que se explica o estipêndio pindérico que pouco depois foi aumentado para o dobro, facto que o empregado do Expresso não menciona, provavelmente por não lhe merecer atenção apesar da fraude  fiscal subjacente.

O facto de o viajante ter um apartamento no sítio onde o estudante morava em Portugal e o ter arrendado a um amigo também é mencionado. Assim como o nome desse amigo- Luís  Cunha Ribeiro- parceiro pensador na ARS de Lisboa durante anos, no tempo em que o estudante era primeiro-ministro.
Mas a ligação é anódina. Os concursos em que o dito arrendatário foi jurado e decididos a favor do viajante também são coisa sem importância porque a seriedade dos responsáveis pela coisa pública é lendária e acima de qualquer suspeita.

E assim nos tomam por lorpas. Os do Expresso do Francisquinho, tio e sobrinho das tias daqueles lados em que o viajante tem casa.

Este artigo de encómios disfarçados termina mencionando uma procissão que ainda nem saiu do adro e que o viajante conhece muito bem. Um recado, portanto, em modo siciliano. A propósito de assuntos italianos, parece que a enfermeira que em tempos (2013) denunciou o arrendatário no prédio Castilho, chefe da ARS de Lisboa, teve a honra de ser alvo de atenção de jagunços da "noite do Porto" ( de onde o viajante e o arrendatário são naturais) que lhe queriam o escalpe. Safou-se por pouco, segundo consta.
Portanto, tudo indica que estamos perante  pessoas sérias,  vítimas de infames cabalas.