Hoje no Público aparece mais uma ignomínia bolsada, desta vez por um dos "capitães de Abril" , contra o regime anterior.
"Carlos Matos Gomes lembra, por exemplo, que, se morriam vários homens numa operação, os jornais tinham instruções para diluírem as mortes por vários dias, em pequenas notícias a uma coluna, de um a dois mortos de cada vez, publicadas em páginas interiores".
Esta aleivosia, mais uma, parte do princípio que na guerra do Ultramar os jornais e televisões deveriam fazer o que hoje se faz de algum modo, mas nem sequer em plena liberdade. Nenhum país tem "capitões" tão estúpidos que julguem que tudo se deve contar e mostrar numa guerra. Na guerra, a censura é uma evidência aceite por todos e por razões que são óbvias: não desmoralizar as tropas.
Pois este herói de Abril repenica a censura ao antigo regime por não deixar noticiar as mortes em combate, por atacado e com a pompa e circunstância de uma notícia à la Correio da Manhã ou TVI que agora lhe segue na peugada do sensacionalismo por mor do dinheirinho de que precisa para sobreviver no espaço mediático.
Mesmo assim tal estultícia poderia relevar-se na medida em que se revela a estupidez de quem a profere, se fosse completamente verdadeira, que não é.
O assunto da trasladação dos mortos na guerra do Ultramar é o cerne do artigo. Diz que tal trasladação não era paga pelo Estado mas sim pelas famílias dos mortos em combate. Não sei se tal corresponde inteiramente à verdade e se o for que explicação contextual existirá, mas existe pela certa. Não fui procurar informação mas tenho esta a apresentar a estes capitões de meia tijela que nem a verdade respeitam sobre as notícias a conta-gotas dos mortos no Ultramar, escondidas em páginas interiores...como se fossem roupa suja.
Esta é uma página do Diário Popular de 6.11.1970 em que se desmente tal aleivosia:
Esta é a página de o Diário de Lisboa em que na última página se desmente igualmente a aleivosia dupla ou tripla ( vários mortos, em duas colunas e na última página):
Para além disso também se dava conta de ataques terroristas dos que lutavam contra o "colonialismo português" e que agora são os heróis destes capitões que não sabem honrar os colegas que morreram em combate numa guerra que foi de Portugal e dos portugueses.
Diário Popular de 2 11 1971:
Ao contrário da atitude destas pessoas, havia na época quem homenageasse os mortos em combate no Ultramar, como mostra a página seguinte desse mesmo jornal:
Por outro lado, no Correio da Manhã de hoje aparece mais um relato em primeira mão de um combatente na guerra do Ultramar. Um herói que nem disso se gaba e que chega para mostrar quem eram os verdadeiros combatentes que tínhamos na guerra. Não eram capitões daquele calibre, pela certa.
Publico o relato da edição deste Domingo como poderia publicar os outros que todos os domingos de há meses a esta parte são publicados e dão o exacto perfil do que foram os verdadeiros heróis da guerra no Ultramar português e que não falam a língua de trapo do antifassismo. e anticolonialismo..
Para terminar, uma página do Diário Popular de 7 de Dezembro de 1971 sobre o jornalismo e o modo como deveria ser exercido: com independência e neutralidade.
Tudo o que o jornaleirismo do Público não é...porque aprenderam noutra escola: a dos capitões de Abril.
Por isso mesmo não compreenderiam estas notícias, como a publicada no mesmo jornal em 18.1.1972, em acrescento a um postal anterior sobre os "Plenários"...