domingo, dezembro 17, 2017

Os intelectuais rococós

No livro de Tom Wolfe, Hooking Up, de 2000 ( e traduzido por cá em 2002) há um capítulo sobre os marxistas rococó, com particular destaque para os "intelectuais" que o autor considera que apareceram pela primeira vez no espaço público, mediático, com o caso Dreyfus, em França.

O "intelectual " , para Wolfe, não carece de formação específica em nada de especial, formação académica ou científica de espécie alguma, para além da cultura geral adquirida nas leituras avulsas de publicações periódicas. Carece, sim, de uma outra coisa sem a qual não se poderá classificar como tal: o exercício da indignação militante. Parafraseando um dito de um político já falecido ( Mário Soares, um desses tipos de intelectuais) tem necessariamente que exercer o seu dever de indignação para o ser. Indignação contra o poder e quem o apoia, ou seja, a burguesia ambiente.

O melhor é ler as páginas em que Wolfe descreve este espécime de indígena que também pulula por cá, em número cada vez maior e sem risco de desaparecimento súbito.

Em primeiro lugar um artigo do Expresso de 29 de  Março de 2002 que recenseia a tradução do livrinho, num estilo que já nem se usa por cá: