sábado, junho 29, 2013

A fuga dos Pides/DGS de Alcoentre em 1975: "que se passa?"

Em pleno PREC, em 29 de Junho de 1975, um Domingo,  ocorreu um episódio caricato e ao mesmo tempo exemplar do tipo de país que somos: 89 agentes da DGS, polícia política do regime que caiu com Marcello Caetano estavam presos, juntamente com mais 754 colegas, em Alcoentre, futura prisão modelo de segurança, mas na altura "mera fantasia", como escrevia o O Jornal em 4 de Julho de 1975, a relatar a fuga espectacular e que ocorreu do modo mais simples e prosaico que é costume: bastou que dois agentes da temível "PIDE/DGS" explorassem as fraquezas do sistema de segurança, para se porem ao fresco e só não aconteceu o mesmo aos restantes por mera sorte e voluntarismo de um GNR que " ao presenciar a passagem de pessoas pelo topo do morro, a praça da GNR apercebeu-se de que se tratava de uma fuga"...

O jornalista solícito de O Jornal- Hernâni Santos- até deu conta do modo como foram ridicularizados...

E por isso mesmo o vigilante Pedro Rafael dos Santos, um jornalista "engagé" como dantes se dizia, modelo actual do jornalismo das anas lourenços e tutti quanti, escreviam uma cronica lancinante no mesmo número de O Jornal.

O episódio motivou depois uma canção do cantor "engagé" Fernando Tordo que lamentava em modo canoro a fuga dos 89...com letra de José Carlos Ary dos Santos que aqui declama o poema de "ódio aos cães que rosnam..."

3 comentários:

Floribundus disse...

a guerra dentro das várias 'sensibilidades' era surda mas por vezes visível.

a meu ver esta 'fuga' foi vingança do sector menos esquerdista
e medo das revelações de Rosa Casaco sobre dirigentes comunas e xuxas

hajapachorra disse...

O jornalistas já então guerreavam a gramática, galhardamente. 'embora se tenha querido fazer querer'. Abrenúncio! Até parece que andaram nestas escolas más de agora.

Barbosa disse...

Os PIDEs sairam pela porta alegremente
E os guardas andavam passeando em Alcoentre
E a esquerda levou mais este corno pela frente,
Esta maldade não se faz à gente!
Que merda!...

Que se passa?
Então isto não é uma ameaça?
Ali andou mãozinha da reaça
e lá se forma mais oitenta e nove...

A obscenidade do jornalismo televisivo