quinta-feira, junho 06, 2013

A Opção por outro MES...




A revista Opção surgiu em 29 de Abril de 1976 e tinha como director Artur Portela Filho. No editorial não fazia segredo ao que vinha, como jornalista: o mesmo que os do O Jornal. Um jornalismo de causa, no caso o socialismo que nesse caso seria uma espécie de outro MES porque o "democrático" estava tomado pelo PS.

No primeiro número o editorial era assim:

E no número 4 em cuja capa aparecia Freitas do Amaral havia artigos surrealistas tendo em conta os autores do escrito. Por exemplo este que depois abandonou o "socialismo" e converteu-se ao capitalismo mais puro, o da vidinha à sombra do Estado, onde perdura agora, no BERD. O percurso de Cravinho é muito interessante de estudar porque foi talvez um dos maiores bluffs da democracia "democrática". Ele e Vítor Constâncio. É ver onde estão ambos.


 Ou este ainda mais incrível do desvario da época. É ainda mais incrível como é que pessoas aparentemente estudadas puderam ser tão...tão...

Sobre o director da publicação Artur Portela Filho, passados anos escrevia ainda disto:

A OPÇÃO era, não apenas o jornalismo pontual, embora analítico e crítico, mas também um conjunto lato de perspectivas, de propostas. Na sua estratégia editorial geral. Nas suas reportagens. Nas suas entrevistas e mesas-redondas. Nos seus inquéritos. Eram seus colunistas mais ou menos regulares: Eduardo Lourenço, Remy Freire, João Cravinho, António Lopes Cardoso, António Reis, Eduardo Prado Coelho, Kalidás Barreto, Sena da Silva, Maria Belo, Luís Sttau Monteiro, César Oliveira, Jorge Fagundes, José Augusto Seabra, Gonçalo Ribeiro Teles, José Manuel Galvão Teles, Aurora Murteira, Diniz Machado e outros. Numa palavra, um banco de opções.
Propunha-se a OPÇÃO pensar Portugal e a revolução. Adiantar interpretações, discutir e propor medidas. Num empenhamento global de modernização e de democratização social, cultural, económica.

O currículo, apontado pelo mesmo:

 
Membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, eleito
pela Assembleia da República  (1994-2001).

Membro, vice-presidente e presidente do Conselho de
Comunicação Social, eleito por maioria qualificada de mais de dois
terços pela Assembleia da República ( 1983-1989 )

Director-fundador do semanário "OPÇÃO" (1976 -1978 )
Director-fundador do diário "Jornal Novo" ( 1975-1976)
Chefe de redacção do semanário cultural "EUROPA"
Redactor do "Diário de Lisboa", onde também coordenou
as páginas de "Vida Literária" ( 1956-1961)
( Sendo esta a sua iniciação no jornalismo, cabe aqui referir,
como seus mestres/colegas, desde logo, compreender-se-á,
seu pai, Artur Portela, e também Norberto Lopes, Mário Neves,
Carlos Ferrão, José Ribeiro dos Santos e outros)

Colunista no "Jornal do Fundão"( onde igualmente dirigiu
uma página cultural, premiada pela Associação Portuguesa
de Escritores ), em "A Capital", "República", "Diário de Notícias",
"Diário Popular", "A Luta", etc.

Cronista radiofónico (TSF) e, brevemente, entrevistador
de televisão (RTP)

Entre outras, publicou entrevistas com Agostinho Neto, Samora
Machel, Olaf Palme, Felipe Gonzalez, Santiago Carrillo,
Tierno Galván, D. Helder Câmara, Tenessee Williams e numerosas
figuras de primeiro plano da vida política e cultural portugues. 


Não fala na Funda...

Em 1976, Artur Portela Filho era quase quarentão. João Cravinho já era. Remy Freire não sei mas seria mais velho.

Todos eles tinham idade mais que suficiente para terem juizo perfeito, em 1976. Portanto, escreviam como se pode ler e acreditavam no que se pode ver. Que desgraça.


1 comentário:

Floribundus disse...

Artur era mais conhecido por filho da ... opção.

os outros filhos como Cravinho, Cardoso e freira era 'més' ou próximo tal como sampaio.

nos anos 80 Cravinho pelas 8h e 30 tomava o pequeno-almoço num café da rua das Trinas onde eu aguardava na sua saída para deixar a minha 'metáfora' no local do seu carro.

um juiz que conhecera em Coimbra nos anos 50, saía duma casa de fados onde cantava

subiram na vida, os contribuintes continuarão por muitas décadas a ir rampa abaixo

A obscenidade do jornalismo televisivo