quinta-feira, junho 13, 2013

Marcello Caetano e Costa Gomes.

Joaquim Veríssimo Serrão escreveu em 1980 um livro sobre Marcello Caetano intitulado Confidências no Exílio, feito de reminiscências, conversas e comentários do antigo presidente do Conselho do regime deposto em 25 de Abril. O livro era para ser publicado no Verão desse ano e Marcello Caetano morreu entretanto, em Outubro de 1980. O livro foi publicado em 1984 e em 9 de Agosto de 1985 O Jornal entrevistou Costa Gomes, um dos visados no livro e  aí chamado de "traidor" com todas as letras e significado.


Costa Gomes respondeu assim. Curiosamente não menciona uma vez sequer a palavra "fascismo"...e "colónias" aparece contextualizada.


18 comentários:

lusitânea disse...

O Marcelo focou o "cortiça" mas na verdade o golpe fazia-se de qualquer maneira.Principalmente depois das Caldas.E lá vem o bom decreto das novas oportunidades do Ministro da Exército como causa exclusiva.Depois?O programa do MFA não permitia o que se fez depois.Mas se fosse agora e com a experiência de anos com os programas eleitorais a malta já devia saber do que iria VALER.

Unknown disse...

Post de antologia no melhor blogue português.
Nem sabe o valor que este blogue tem para os seus leitores.
Obrigado,
Miguel Alves

lusitânea disse...

E não estou a culpar as figuras militares secundárias que deram corpo e executaram os desejos de quem de facto mandou logo a seguir ao 25...e continua a mandar...

lusitânea disse...

Aliás seria bom que alguém fizesse o levantamento de eventuais queixas ou demissões de políticos no governo que tivessem colocado em causa o que se fez...

Joaquim Pereira disse...

Excelência,
Muitíssimo obrigado. Desconhecia estes textos. Começo a mudar a minha opinião a bem do Costa Gomes, o Spínola esse para mim confirma-se o “burro vaidoso” que sempre achei ele fosse.

josé disse...

Amanhã, se tiver tempo, sai a linguagem comunista do tempo do "partir os dentes à reacção".

Parece que já não se lembram...

josé disse...

O Spínola podia ser o burro vaidoso que alguns pensam, mas nos meses a seguir ao 25 de Abril de 74, até ao Verão, era um herói nacional como não houve outro igual.

Foram apenas dois ou três meses, mas deu para ter t-shirts com o nome estampado, à venda na feira.

Depois, aí por Agosto foi só descer. Porquê?

Porque começou a perceber o que o PCP queria e pensou que remediaria se apelasse à "maioria silenciosa".

No 28 de Setembro 74 acabou o mito Spínola.

O que é interessante é perceber como passou de bestial a besta em menos tempo que um treinador de futebol...

Floribundus disse...

o 'xico rolha' flutuou em todas as águas
era uma espécie de 'fuxê de vão de escada'

lambeu as botas do Prof AOS e muitas outras.
não deixaram o JAIMITE arrombar-lhe a porta

ao que se dizia era tio do manel freire da cantiga 'eles não sabem ...'

Anónimo disse...

O General Spínola podia ser ingénuo e vaidoso, sem duvida que era, mas era um patriota, um homem e um militar honesto, coisa que o senhor que lhe sucedeu no cargo nunca foi. Percebeu logo que Portugal estava a cair numa deriva totalitária comunista e lutou, em vão, contra isso. Para mim é um grande português, apesar da sua presidência ter sido um fracasso.

Joaquim Pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lusitânea disse...

O Spínola andou pelos quarteis, onde foi sempre bem recebido e apoiado pela tropa.Depois recuou.Depois demitiu-se e depois arranjou um golpe...assim não podia dar...

lusitânea disse...

O Napoleão começou como?A reprimir povo revoltado com canhão...

Joaquim Pereira disse...

Não. Para mim, o Spínola sempre apenas foi um burro vaidoso. Só o livro “PORTUGAL, QUE FUTURO”, aliás nem creio fosse genuinamente dele — acho-o complicado demais para um militar —, evidentemente, naquela época em que o povo já vomitava a guerra do ultramar e por isto odiava o poder que estava, era atear a fogueira, uma verdadeira afronta ao “status quo”, só entendo que o publicasse tão só por avidez em concitar a atenção pública sobre si — o “salvador”! —.

A Mim Me Parece disse...

Francisco Costa Gomes foi aluno do Colégio Militar dos 10 aos 17 anos, entre 1924 e 1931. Os putos são perspicazes, virulentos e cruéis nas alcunhas com que se apodam. Muitas ficam coladas ao indivíduo para toda a vida, tão bem os retrata. Mas são raros os detentores de duas alcunhas que os acompanhe toda a vida. Ao menino da luz Francisco Costa Gomes os meninos seus camaradas do Colégio cedo o cognominaram de JUDAS e de ROLHA, apodos que teve toda a vida, cada dia mais verdadeiros.

Unknown disse...

se me permitir vou republicar, devidamente referenciados os seus posts no meu blogue "OPINIÕES".

OBRIGADO...

Vivendi disse...

Gostei deste comentário:

No dia 25 de Abril, os portugueses descobriram que eram todos democratas. Nada como uma revolução com os militares na rua e umas músicas militares para criar esse ambiente. O mesmo povo, quer dizer, a geração que o antecedeu, aclamou os militares que deram o golpe do 28 de Maio de 1926, em plena Avenida da Liberdade em Lisboa. A teoria dos militares na rua, sejam de direita ou esquerda faz milagres na ideologia do povo. Se são golpes da esquerda torna-se democrata de esquerda, se são golpes da direita, torna-se fascista de direita. Os sociólogos que expliquem isto às pessoas, para as mesma não se tornarem tão radicais. Quanto ao Dr. Salazar. Foi um personalidade que passou pela história de Portugal, como outros passaram. Ao que se sabe, não tomou o poder pela força. Foi chamado pelos militares para pôr as finanças em ordem ( o país tinha caído na bancarrota) e depois deram-lhe mais poderes para pôr o resto na ordem ( os anarquistas continuavam em grande actividade, as greves não paravam ). Porque é que é que surgiu o Estado Novo ? A resposta é simples: Os militares no poder, deram luz verde ao Dr. Salazar para avançar, porque o homem não aceitava o cargo se não lhe dessem mais poderes. Surgiu uma nova Constituição em 1933 e aí ficaram definidas as regras sobre os direitos e obrigações do povo. O resto já toda a gente sabe o que aconteceu. Fala-se muito em Salazar e esquece-se outra personalidade chamada Marcelo Caetano, que foi quem entregou o poder aos militares no 25 de Abril. Nota: Quem não souber ou tiver dúvidas sobre o que acabam de ler, aconselha-se que leiam um pouco da história da Portugal, no período que antecedeu a chamada ditadura.

Publicado aqui:
http://www.jornaldenegocios.pt/especiais/weekend/detalhe/fome_e_fome_seja_em_que_ano_for_pobreza_e_pobreza_seja_em_que_ano_for.html#comments

contra-baixo disse...

Não é neste livro que Marcello Caetano diz mal de todos, menos de Álvaro Cunhal? Tenho ideia que sim.

contra-baixo disse...

Posso estar confundido com a Correspondência, pensando melhor.

A obscenidade do jornalismo televisivo