quarta-feira, novembro 10, 2010

A ética numa latada.

Paulo Campos, já por aqui comentado, continua a ser notícia. No Público de hoje, escreve-se que "nomeou antigos sócios para empresa pública que tutela. Juntos tinham criado empresa nos anos 90 para organizar semana académica de Lisboa. (...) Segundo a Secretaria de Estado, a empresa Puro Prazer foi criada em 1994 por cinco sócios, entre os quais Paulo Campos, Marcos Batista e Luís Piteira, para organizar a Semana Académica de Lisboa no ano de 1995."
Tirando à parte a curiosidade em alguém formar uma empresa para uma organização de evento académico que se pretende espontâneo e amador, passando ao lado das cervejolas patrocinadoras e dos cortejos improvisados, espectáculos de ocasião e passatempos comuns, não se vislumbra o alcance negocial de uma empresa destas.
Por isso mesmo, diz o Público que "um ano depois, a empresa era extinta", mas a sua actividade só cessou oficialmente em 2002. O Fisco soube disso, sem "reversões"?
Desde esses tempos gloriosos das latadas, os sócios de Paulo Campos adquiriram "vasta experiência na área da gestão no sector público e privado, bem como em multinacionais ( estas devem ser semi-públicas) ou seja, preparados para trabalhar em qualquer sector/área - e/ou pela sua experiência e conhecimento específico."
Por isso mesmo, foram colocados pelo antigo sócio, agora governante, nos... CTT. Não como carteiros, entenda-se, mas como administradores. Um deles, vindo do Millenium/BCP, foi nomeado o ano passado para a Empresa de Arquivo e Documentação, área de alta especialidade técnica e muito relacionada com gestão. O outro já lá estava desde 2005. Vindo das Águas de Portugal, um sector muito competitivo onde Paulo Campos teve cargos comó caneco.
Portanto, da gestão de latadas e activos privados de bancos que pagam bem, para a gestão de arquivos, cartas e embrulhos do sector público que paga mal, deve ser um sacrifício pela causa pública, aquilo a que estamos a assistir, estranhamente noticiado pelo Público.
Paulo Campos diz ao Público que as nomeações decorreram com base no "escrupuloso cumprimento da lei."
Estamos fartos de saber que para estas pessoas " a ética é a lei" e por isso porque continuam a perguntar e a indagar estas coisas?

Questuber! Mais um escândalo!