segunda-feira, março 21, 2011

É triste não saber ler


Em 11 Julho de 1981 o Expresso dedicou duas páginas aos intelectuais portugueses que não estavam totalmente enfeudados ao PCP e extrema-esquerda. Ao GIS, o Gabinete de Estudos Sociais que publicava uma revista em forma de livro que então comprava: a Análise Social.

O seu mentor era Sedas Nunes, presidente do mesmo GIS que integrava nomes como António Barreto, Manuel Braga da Cruz, Luís Salgado Matos, Maria Filomena Mónica, Jaime Reis e Vasco Pulido Valente.

É ver onde estão estes intelectuais e atentar ao mesmo tempo no organismo que lhe sucedeu na ribalta da intelligentsia pátria: o ISCTE. Com quem, aliás, o GIS teve um protocolo de cooperação.

Para sabermos que ideias tivemos na organização social e económica, o GIS é como se diz, incontournable. E no entanto, em 1981 andava à rasca de financiamento. Sedas Nunes achava então que o GIS dera um contributo muito importante para " a compreensão da sociedade de hoje."
Deu mesmo? Ninguém deu por nada. Ou pelo menos ninguém ligou muito.
Na década de noventa, com o aparecimento do Público os mesmos sociólogos, em conjunto com outros para-sociólogos ( Medina Carreira, por exemplo) deram à estampa uns folhetos em forma de "cadernos sobre a Educação, a Segurança Social, Demografia, até mesmo a Saúde e o Envelhecimento da população. Traziam estatísticas e breves apontamentos, tal como hoje a Pordata se encarrega de fazer e o Pingo Doce de publicar. São do mesmo género e são o que há.

Portanto, quem pensa em Portugal, hoje em dia? O ISCTE? É?
Se for, estamos feitos.
O título do postal é doutra canção do mesmo disco da Banda do Casaco. É triste não saber ler é o motto da nossa tristeza.

6 comentários:

Wegie disse...

Correcção: O GIS era um centro de investigação do ISEG/UTL e que se transformou no actual ICS/UL. Não é, apesar de funcionar em edifício contíguo e, durante alguns anos no mesmo edifício, o ISCTE.
Esta correcção não prejudica o facto do dito ISCTE também albergar inúmeros sequazes da seita.

Floribundus disse...

do iscte conheço o que tem de melhor:
o mausoléu de livros que pomposamente recebe a designação de biblioteca;
a cantina

josé disse...

Não escrevi nem pensei que o ISCTE é o antigo GIS.

Li no artigo do Expresso que se pode ler clicando na imagem que o GIS fez naquela altura um protocolo com o ISCTE. Nesse tempo o ISCTE era nada. Quase nada.

Depois disso transformou-se num antro de ideias erradas. Muito erradas.

Wegie disse...

De facto os referidos no artigo são hoje Investigadores-Coordenadores do ICS/UL. Tem uma categoria salarial equivalente a Catedrático e não dão aulas. Aparentemente escrevem uns artigos no Público ou trabalham para o Pingo Doce...à custa do contribuinte.

O ISCTE na época já tinha a malta toda que seria a sua imagem de marca só que davam pouco nas vistas.

Wegie disse...

O ISCTE era nessa época já mais importante e influente pois tinha um dos edificios mais modernos e o protocolo referido foi para albergar o GIS/ICS nesse edificio pois não tinham para onde ir.

lusitânea disse...

ISCTE, a Academia das Ciências(recuada) da ex-URSS...

O Público activista e relapso