No programa Prós & Contras está a decorrer um debate sobre o jornalismo português.
Está a falar São José de Almeida do Público que acabou de dizer que jornalismo e gestão são coisas que não se misturam.
Pois não: o Público deu sempre prejuízo e o patrocinador- a SONAE- exerce uma espécie de assistência económica às preocupações culturais desta gente que acha que cuspir na sopa é um acto de coragem jornalística. O jornalismo de São José de Almeida é subserviente a uma ideia e a uma ideologia: a Esquerda. É assim porque é assim e se não houver público para comprar o jornal Público que se dane o público, enquanto a SONAE financiar a aventura ideológica. O Público, com São José de Almeida e o núcleo duro do soviete que o sustenta é apenas um produto da filantropia capitalista da SONAE. Ironias do destino...
Por essa razão, a senhora acha mesmo que "o problema do jornalismo é um problema político", como acabou de dizer. O tal problema político é exactamente o mesmo paradigma mental que lhe serve para avaliar o modo como, por exemplo, este governo lida com os problemas económicos.
Tal como diz um Jerónimo arqueológico e enquistado no estalinismo, é preciso mudar de políticas para resolver o problema económico...
São José de Almeida e outros jornalistas desse timbre deviam trabalhar num jornal como o antigo O Diário, o tal da "verdade a que temos direito" e que acabou falido. Nem a mudança de "políticas" lhes valeu...
Estrela Serrano a antiga decana da ERC está a perguntar publicamente por que razão os cidadãos portugueses não compram jornais. E adianta algumas que já eram válidas em 1970: o analfabetismo e a iliteracia, os mitos de sempre para esconderem a incapacidade e incompetência profissional.
Ora acontece que nessa altura provavelmente vendiam-se mais jornais e alguns eram mais bem feitos do que qualquer um dos actuais e estou a lembrar-me do Diário Popular, por exemplo.
Serrano não lhe ocorre o óbvio: os portugueses não compram jornais porque os jornalistas querem sempre impingir-lhes a opinião que têm sobre as notícias que relatam.
Fazem-no na escolha dos títulos, na redacção dos temas e notícias, na profusão exageradíssima de opinião publicada e na tendência para a opinião de sentido único, sem grande leque de pluralismo.
É preciso dizer claramente o seguinte sobre o jornalismo português: essencialmente é de esquerda. E isso tolhe o pluralismo necessário e o equilíbrio democrático. A democracia não é apanágio da esquerda, exclusivamente.
É esse o mal e os portugueses estão fartos disto e não compram ideologia em papel.
Um tal José Luís Garcia que parece que ensina estas coisas acabou de dizer isso mesmo: já não precisamos de um Salazar para acabar com os jornais porque a crise económica o fará; já não é preciso a ditadura de Salazar para empobrecer o país porque já temos os tecnocratas e o neo-liberalismo para o fazer.
Aí está o discurso corrente e coerente da Esquerda. E aí estão os jornalistas para lhe fazerem a cobertura mediática. Total.