quinta-feira, outubro 11, 2012
Obscenidades políticas, sem demagogia
R.R.:
O grupo parlamentar do PS renovou a frota automóvel e gastou 210 mil euros. A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do “Jornal de Notícias”, segundo a qual os quatro carros adquiridos são topo de gama.
A assessoria de imprensa da bancada liderada por Carlos Zorrinho explica ao jornal que os carros foram comprados porque acabaram os contratos de aluguer das quatro viaturas usados pelos deputados – dois Audi e dois BMW.
O dinheiro utilizado é proveniente do orçamento da Assembleia da República.
É evidente que esta gente que anda na Assembleia da República há longos anos a passear incompetência e dolce far niente se julga o primeiro poder do Estado, nesta democracia. E portanto, a tout seigneur son honeur, como se defenderão de quem assim os ataca pelo lado mais fraco que é o da parolice, da falta de senso comum, da ausência de sentido de Estado verdadeiro quando o país atravessa a maior crise económica e não só, de há muitas décadas para cá. Provavelmente de há séculos para cá. Na primeira República jacobina a vergonha ainda os obrigava a fugir do país. Agora nem isso.
Este grupo parlamentar do PS e também dos outros partidos, incluindo os comunistas e syrizas vivem numa espécie de redoma democrática paga com o dinheiro de todos: bons almoços mais em conta; regalias diversas, vencimentos a condizer, perks e assistências de miríades de funcionários solícitos e simpáticos, etc etc etc.
No outro dia foi notícia que um torneio de golfe entre associados do Parlamento foi financiado por todos nós. Ainda mais recentemente o passageiro acima indicado, propôs a redução do número de deputados, numa manobra para épater la bourgeoisie, leia-se comunistas e syrizas.
Os carros da presidência, vice-presidência e não só, são aos pares e os motoristas idem aspas. Todos alemães e de cilindrada condizente com o estatuto elevado em que se consideram estar. Os alemães devem rir-se de nós, às escondidas.
Portanto, gastarem 200 mil euros nesta brincadeira é coisa de somenos que só a demagogia barata critica.
Não é assim?
PS. Não é só na A.R. que estas coisas acontecem. Na sede do outro poder que se julga ainda mais superior ao primeiro porque executa e manda naqueloutro quando tem maioria, as coisas não se passam de modo diverso e até ainda são mais refinadamente obscenas.
No total, o chefe do Governo tem 11 secretárias pessoais que recebem um salário superior a 1800 euros, o que dá uma despesa mensal de 20.700 euros.
Onze secretárias! Menos que motoristas apesar de tudo...
Perguntem ao Soares dos Santos da Jerónimo Martins quantas secretárias tem. Ou à Merkel...
Por causa destas e doutras, depois não se admirem muito com este fenómeno...
Em TEMPO:
O líder parlamentar do PS garante que as quatro novas viaturas ao serviço dos deputados socialistas vão custar 3700 euros por mês (44.400 euros por ano) em vez dos 210 mil noticiados hoje pelo "Jornal de Notícias".
Portanto, uma pechincha. Os carros é que são mesmo necessários porque um grupo parlamentar é sempre um grupo parlamentar e as deslocações em serviço são muitas ( de casa para a A.R. e de volta) e não podem andar de transportes públicos. Onde é que já se viu uma coisa dessas? Na Inglaterra? Ah! Mas esses são uns bárbaros...
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15 comentários:
o principal motivo deste saque iniciado a 25.iv
reside no facto de quase todos aceitarem que tudo o que é socialismo é óptimo
para um congresso maçónico escrevi há uns 15 anos um artigo crítico intitulado
'Onagrus pagantibus L.'
vou abusar da sua paciência,,,
tenho deixado pela net, este doc https://docs.google.com/file/d/0B4zf90CPhlxQNU5HUkN0RnloZFk/edit que é público e que diz respeito a todos nós (OE 2012), questionando por onde reduziríamos as nossas despesas,,, até a data a resposta tem sido vou estudar....
ou seja falamos muito, mas quando chega a hora de decidir,,,, o outro que faça...
na sua casa sei que não é assim e que doa a quem doer, é para divulgar e fazer...
Já está.
A AR é um rich man's club.
A chanceler Merkel e o marido são conhecidos na Alemanha pela sua vida espartana. Ela usa hoje o mesmo vestido comprido que havia usado uma série de anos atrás, e está-se nas tintas para o que digam. Há meses, o casal tirou uns dias de férias no sul de Itália.
Ela foi no avião oficial, mas ele porque tinha de pagar cerca de mil euros para ir com a mulher, (não há borlas para o marido) não esteve para isso e foi de low cost.
No mês passado a revista italiana L´espresso trazia uma foto da chanceler no seu gabinete. Era quase risível a simplicidade e a dimensão reduzida da assoalhada. Uma secretária que provocaria um esgar de desdém a qualquer contínuo de ministério em Portugal, um aparador com uma jarra de flores, um quadro de Konrad Adenauer, e duas cadeiras numa das quais a chanceler num momento de relax, lia um jornal.
Por alguma razão ele comanda a maior economia da Europa. O que pensará quando olha para certos deslumbramentos tão ao gosto do terceiro mundo?
Podemos imaginar. Ou talvez não.
É evidente que essas pessoas na Alemanha não devem rir-se de nós, mas apenas abanar com a cabeça, julgando-nos incorrigíveis, como os gregos.
A simbologia do poder exerce-se com atitudes e imagens que espelhem um módico de respeitabilidade.
A sobriedade em tempos de crise grave como a que atravessamos nem sequer é opção mas obrigação.
Esta gente que governa e legisla não percebe isso.
E é um sintoma grave de onde decorre toda uma série de asneiras.
O curioso é que aqueles que assim mandam por pensarem que assim é que deve ser, provêm de meios sociais modestos e alguns da pura pinderiquice social, da pequena burguesia urbana.
Esses, cujo exemplom máximo é o inenarrável fugitivo, são mesmo incorrigíveis e só o ridículo os poderia mudar. Como não têm vergonha de espécie alguma nem isso funciona.
Obrigado,,, vamos ver o que dá.... eles estão desesperados... vá-se lá saber porque....
Já é à descarada José !
José, envio-lhe um vídeo sobre como vivem os políticos na Suécia.
Muito esclarecedor
http://www.youtube.com/watch?v=Toh3OJkI3fg
A Suécia? Esse país digno dos contos de Andersen?
Não conta. Nós só imitamos os melhores: os do terceiro mundo.
José, aqui a cinquentona deu uma gargalhada ;-)))
No fundo quem nós gostaríamos de imitar eram os italianos.
Mas não temos matéria-prima para tal, porque o nosso Orçamento não chega para isso.
Só conseguimos mesmo imitar os mais pindéricos.
Há políticos e políticos...
Portugal vs Suécia
http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/07/ha-politicos-politicos.html
Posso estar a dizer uma barbaridade, porque não ouvi isto referido em lado nenhum: tanto quanto sei, no fim de um renting ou de um ALD os vaículos podem ser adquiridos pelo seu valor residual (e costuma mesmo ser residual) e continuar ao serviço.
Se assim é, porque não?!
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