quarta-feira, outubro 03, 2012

PCP: comedores de sapos ao pequeno-almoço

Este recorte é do O Jornal de 4.7.1975, já depois das nacionalizações de 11 de Março desse ano e em pleno Verão Quente.

O O Jornal era então dirigido por Joaquim Letria, irmão de José Jorge Letria ( o do "Só de punho erguido a canção terá sentido" e que agora preside à SPA) e editorial cujo extracto se pode ler é um exemplo do que o comunismo português conseguiu em Portugal: o máximo de implantação nos sectores "intelectuais" e jornalísticos e que efectivamente preparavam o terreno propagandístico e de fundo para a tomada de poder político que se desenhava e anunciava sem grandes reservas. O económico já o tinham, com as nacionalizações. A crise económica também já a tinham garantido, com a estupidez habitual de escorraçar os que trabalham em causa própria em empresas privadas para obterem lucro e poderem criar maior riqueza. Dali a dois anos tínhamos a mãe estendida ao FMI. E dali a dez, outra vez na mesma miséria enquanto a Europa crescia economicamente, como a Espanha aqui ao lado. Nós, pelo contrário, tínhamos maior pobreza e maior disparidade entre os que ainda tinham alguma coisa e os que nada tinham de seu, excepto a força de trabalho, ou seja, os tais proletários que agora se chamam trabalhadores. Aqueles que o PCP engana sempre com os seus cantos de sereia a favor dos seus interesses, mas apenas com olho no comité central e no poder que podem alcançar para os privilégios que não desdenham ter.Alguns desgraçados, evidentemente, dão-lhes o voto em troca desse logro, desse embuste que já foi denunciado vezes sem conta , mas que nada conta quando os Arménios e Jerónimos lêem papéis escritos com letras garrafais a concitar greves gerais.

Na secção "discurso directo" do Jornal aparecem transcrições de declarações de figuras da época. Mário Soares, por exemplo, citado como dizendo que "O PS é um partido de esquerda que defende em Portugal uma linha original de esquerda: por isso nas suas decisões, é apoiado internacionalmente não somente por partidos socialistas, mas também por partidos comunistas."

Como se sabe, na época,  o PS recebia grandes quantidades de dinheiro clandestino vindo do PS alemão e outros da Internacional Socialista. Os comunistas de que fala Soares provavelmente serão os franceses, espanhóis ou italianos, todos do chamado euro-comunismo. Os demais, com destaque para o PCP, consideravam-no um simples traidor à causa socialista-comunista. Soares fora comunista e deixara de o ser. Ainda hoje os comunistas portugueses assim consideram- e desprezam-no por isso, todos eles, sem excepção.
Não obstante, Soares sempre que precisa dos comunistas apela ao seu voto. Como estes não têm alternativa melhor, engolem sempre o sapo que lhes é servido ao pequeno-almoço. Em vez de criancinhas, os comunistas comeram sempre sapos ao pequeno-almoço.
Soares foi presidente da República à custa desta peçonha engolida pelos comunistas e anda ainda na crista da onda política, actualmente, por causa disso mesmo.
Porém, como o partido Socialista, pela voz dos seus ilustrérrimos representantes, tipo Francisco Assis, já começa a tirar  o cavalinho da entente política conjuntural,  da chuva de greves e manifestações intersindicais, o PCP também já começou a repetir o estribilho de 1975: o PS está feito com a reacção, agora designada direita.

Os portugueses com esta farsa em repetição acelerada, quase quarenta anos depois, parecem nada ter aprendido com a natureza intrinsecamente anti-democrática do PCP e os aliados satélites siryzistas.

Na mesma secção desse O Jornal aparecem declarações de ministros como Correia Jesuíno um syrizista avant la lettre e que assegurava ao francês  Le Nouvel Observateur, ainda hoje dirigido por Jean Daniel ( o órgão de informação e de doutrinação ideológica daquele Soares) que o caso República nada tinha a ver com o PCP. Claro que não tinha, olha se  tinha! E o próprio Raul Rego, director do jornal e um jacobino maçónico que andava sempre com boina basca, também assim pensava e que afinal o caso teria a ver com a conjuntura económica adversa...

Será que os portugueses não aprendem com esta gente ou preferem ser enganados mais uma vez?


10 comentários:

Karocha disse...

José

"S.P.A."

Unknown disse...

Bem haja ao bom senso,...

http://www.youtube.com/watch?v=JZC7IfGeMB8

Vivendi disse...

José,

Um favor:

Dê visibilidade a este post de Pedro Arroja pois sabemos que o professor Medina Carreira lê o Porta da Loja.

http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2012/10/achas-para-fogueira.html

Fica o desafio.

Um abraço.

zazie disse...

Este mistura tudo e ainda não entendeu que nós não escolhemos governantes e o José não defende ditaduras.

Floribundus disse...

1972 à porta da sede do centro de estudos e documentação dizia o Irmão Raul da boina igual à minha:
«tanta gente à espera dum tacho.
quando chegarmos ao poder não vem cá ninguém». oito anos mais tarde éramos 11 na última assembleia geral. Pum

com medo da esquerda o estado continua monstruosamente gordo.
eu já não posso ficar mais magro

200 anos de liberalismo, socialismo e outros ismos
e a culpa ainda é dos padres.
'arrium porrum'

Vivendi disse...

Não se pode abordar outros sistemas políticos?

Temos de comer esta demo-cracia construída na(partidocracia) e completamente falida até ao fim?

josé disse...

SPA, pois. Obrigado, já corrigi.

Karocha disse...

:-)

Streetwarrior disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Streetwarrior disse...

http://www.youtube.com/watch?v=bKasuzkD9UA&feature=relmfu

eh eh eh
José,veja lá uma das mensagens nestes recortes de Jornais.
" Voltemos ao tipo único de pão barato!!Seja respeitada a vontade do povo. ""

ah ah ah
Porra que até no pão, se vê o sistema ditatorial que se pudessem imponham.
A do povo, claro.
ih ih ih..e os outros é que eram fascistas.
Vai lá vai

O Público activista e relapso