Aqui se fala num livro relativamente recente ( 2011) da autoria de uma jornalista do Público, ( que deu destaque ao assunto, sem críticas negativas ou artigos a demolir a sujeita autora.) muito lá da esquerda e que assina crónicas- São José de Almeida. O livro é sobre os Homosexuais no Estado Novo e não me lembro dos ferreira fernandes rasgarem vestes na praça pública das croniquetas.
Porque seria? É fácil de entender: com pessoas de esquerda não há problema algum que falem de assuntos tabu que outras pessoas não podem falar. Se for de fassismo então é sopa no mel. É só isto.
Esta sacana, para não dizer pior, teve a lata de desenterrar histórias velhas sobre personagens do fassismo, particularmente os homosexuais que faziam parte do regime, como se tal fosse mais uma nódoa para conspurcar Salazar. Foi só por isso que o fez o que denota um comportamento execrável.
Afinal de contas parece que Salazar era mais sábio e mais tolerante do que essa sujeita quer fazer crer o que redunda em lhe sair o tiro pela culatra...
Tirado daqui para contrastar com a inocuidade do livrito de José António Saraiva:
Convém dizer, antes de mais, que a gravidade moral desta empresa jornalístico-historiográfica é adensada por um facto singelo, mas decisivo: na sua esmagadora maioria, as fontes orais a que recorreu São José Almeida reservaram para si o absoluto anonimato. «O que está nestas páginas é […] fruto da recolha de depoimentos de pessoas que são homossexuais e que me deram o privilégio de me confiar as suas experiências, conhecimentos e reflexões, a grande maioria das vezes sob reserva de absoluto anonimato» (pág. 23, itálico acrescentado). Por outras palavras, os homossexuais que falaram com São José Almeida salvaguardaram a sua intimidade. Mas não tiveram pudor em revelar a intimidade de terceiros, já falecidos, sem que a estes, como é evidente, haja sido dada a possibilidade de contraditarem (ou confirmarem) o que sobre eles é dito. Fizeram sair do armário gente morta e indefesa, mas mantiveram-se lá dentro, acobertados, no calorzinho confortável da sua vidinha «normal». E isto, note-se, em tempos democráticos, onde a tolerância social face à homossexualidade é muito maior. Mesmo agora, em nossos dias, muitos optaram pelo anonimato. Que alguém não queira assumir em público a sua orientação sexual é perfeitamente legítimo. Mas quem assim procede não pode – ou não deve – dizer que Beltrano e Sicrano eram homossexuais.
Em síntese, António de Oliveira Salazar, no fundo, no fundo, era um liberalão para os seus compinchas gay. Daí que Paulo Rodrigues fosse homossexual «publicamente» (Ruben de Carvalho dixit), Pedro Feytor Pinto «assumidamente homossexual» e Gustavo Cordeiro Ramos, enfim, um ver-se-te-avias de meninos em pensões e urinóis. O regime fechava os olhos ao facto de Robles Monteiro ter uma inclinação ardente por soldados da paz e de sua mulher, Amélia, se atirar forte e feio às actrizes mais novitas que se iniciavam nas artes de palco. Fernanda de Castro e António Ferro, outro casal-maravilha do Estado Novo, apadrinhavam um grupo que era «claramente um círculo de relações homossexuais» (pág. 128). Anafado e bonacheirão, Ferro protegia Leitão de Barros, que era homossexual, como homossexual era também um tal de Francis, bailarino famoso do Verde Gaio (pág. 129). A casa do declamador e actor João Villaret era conhecida por «Alfeite» (pág. 129), porventura devido à quantidade inusitada de marinhagem que por lá atracava a desoras. E, em 1952, lá temos a misteriosa morte de Carlos Burnay, descrita como «homicídio», sendo a vítima, claro está, «homossexual» (pág. 133).O assunto foi comentado, aqui, no Malomil e escapou-me na altura.
12 comentários:
Ora bem.
Mas o Malomil não se lembrou agora de reeditar o post. E o AAA esqueceu-se do que tinha publicado.
Ou então fui eu que não reparei porque até no Insurgente andaram a apedrejar o Saraiva e esse "esgoto literário" a que o Passos Coelho se prestaria apresentar.
O livro não é esgoto algum. Já o li. Nada de especial, é um relato de encontros com alguns políticos e algumas revelações.
Uma das mais importantes para mim é o facto de o actual presidente da República ter uma bisavó preta por banda do pai. De Moçambique e de tribo.
ehehe
Não sabia. Que engraçado. A história dos pretinhos, então assenta bem
":O)))))))))))
Mas como assim? o Baltazar Rebelo de Sousa era neto de uma preta?
Exacto.Página 207:
Um dia, em almoço no Pabe, Almeida Santos contou-me esta curiosíssima história: Baltazar Rebelo de Sousa ( o pai de Marcelo) tinha uma avó moçambicana negra. E quando ia a Moçambique, mesmo em visita oficial- ele foi ministro do Ultramar antes de 25 de Abril- fazia questão de "ir visitar a avó a machamba", nos arredores de Lourenço Marques pois a senhora nunca quis sair de lá. Marcelo tinha, assim uma bisavó indígena que recusou até ao fim integrar-se na civilização".
E esta, hein? Nem eu sabia...
Aliás, quem é que sabia disto?
Alguma vez foi falado, mesmo na visita a Moçambique que fez logo a seguir à eleição?
Muito engraçado. Nunca imaginaria
Por isso vi no supermercado, na capa de uma revista qualquer- que o Marcelo tinha uma avó que desconhecia, ou algo no género...
Essa avó de Marcelo é a grande diferença entre as nossas províncias ultramarinas e as colónias à inglesa e holandesa… O Marcelo deve ter a mesma opinião que eu sobre a descolonização exemplar, mas é um indivíduo pragmático. -- JRF
o baile Furnay decorreu
'em círculo fechado'
a cantar
'foi o peixinho do mar'
a almeida devia escrever sobre os 'machões' do fascismo que eram um verdadeiro e ardoroso exército
o flores escreveu uma porcaria que o tornou famoso
AOS 'conheceu' várias damas
o 'vai-lá ré' deixou numerosa descendência, que actualmente até casa
'suciedade a 4 patas'
A revista é a Flash. E traz a história: aparentemente inventada. Ahahahaha!
Típico de Marcelo embora não deva ter sido ele a inventá-la.
ahahah
A sério?
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