D.N. de hoje, duas páginas sobre o livro de Fernando Lima, "Na Sombra da presidência".
Numa delas dá-se conta das manobras de bastidores dos "anos Sócrates" que são verdadeiramente perturbantes pelo que significam de maléfico e de perverso no regime democrático. Durante anos a fio tivemos no poder político alguém que seria ajudado por figuras na sombra e que vigiavam quem interessava vigiar.
Ainda hoje tais sombras permanecem como espectros de um activismo que não desapareceu e apenas mudou de referência. A actual proliferação de ofertas mais ou menos públicas de antigos " espiões" para serviços diversos pode ser o sinal mais preocupante.
O mais grave de tudo isso é que os serviços secretos actuais continuam com as chefias antigas que conhecem tudo isto e muito mais e por isso mesmo não se mudam ( et pour cause). Aparecem e desaparecem os escândalos e o senhor continua de pedra e cal como se fosse inamovível. Que segredos guardará para tal? E quem lhe conhece os seus?
Parece que ninguém com poder político suficiente se importa com estas coisas que pervertem o regime democrático aproximando-o de outro tipo que aparentemente o mesmo denega.
Nota: para quem não saiba, o coronel olrik é uma personagem fictícia da banda desenhada franco-belga, criada por E.P. Jacobs na série Blake&Mortimer. É sempre o vilão das historietas.