quarta-feira, setembro 27, 2017

A Cultura Portuguesa vista antes de 1970

A Fundação Calouste Gulbenkian teve um serviço itinerante de biblioteca, em todo o país, desde o início dos anos sessenta do século passado.

Segundo se conta aqui, tal serviço foi organizado pelo escritor Branquinho da Fonseca, a pedido do então presidente da Fundação, Azeredo Perdigão.

A par da distribuição, por empréstimo gratuito e mensal, de livros, a "Biblioteca" como se chamava nas aldeias por onde passava, entregava um Boletim periódico com um concentrado de cultura humanista, eventualmente orientado pelas mesmas pessoas.
Na altura era leitor da Biblioteca ( com o nº 1637) e coleccionei tais boletins que então pedi, tendo-me sido oferecidos os que existiam na época, ou seja a I e II Séries e depois a Série III que se iniciou em...1975.

A nova série apresentava-se assim, auspiciosamente, encetando a revolução cultural à moda da casa, dirigida por um  Vitor Silva Tavares que só pode ser este, já falecido e que era o editor da &etc. também um companheiro de percurso da esquerda comunista. Também aparece o beneficiário da generosidade de um capitalista de antanho: Luiz Pacheco, o escritor que vivia por vezes a expensas de Manoel Vinhas. Os kamaradas não lhe davam p´ra comer...


Antes dessa tomada de poder comunista na Gulbenkian, porém, o tempo era outro.

Em 1970 saiu o nº 18 da II Série de tal Boletim, dedicado à Cultura Portuguesa. O nº1 dessa II Série publicara-se em 1964 com um número dedicado ao "romance", como género literário.

O nº 9 da II Série, de 1967 é dedicado integralmente à "cultura medieval" e conto publicar aqui para informação geral e proveito de quem o tire.

Fica aqui, integralmente, tal Boletim nº 18, na parte que interessa. Fica aqui o que tínhamos e temos para oferecer como "mostra" da nossa cultura secular e considerações avulsas acerca do valor da mesma.

Tendo em atenção que os responsáveis pela Fundação, nessa altura, eram pessoas que não afeiçoavam particularmente o regime vigente, este escrito aproxima-se muito do de Soares Martinez, no valor que é atribuído à Cultura Portuguesa e pelos mesmos motivos: a sua ancestralidade e significado histórico.

Antes disso , porém, na I Série tal Boletim publicou no nº 7 de 1963 estas páginas sobre o tema dos descobrimentos portugueses, abordado sob a perspectiva da "Literatura de Viagens":



Questuber! Mais um escândalo!