quarta-feira, setembro 06, 2017

Os nove novos juízes do STJ estão fora do radar dos media

Ontem, no STJ, tomaram posse nove novos juízes conselheiros. O 3º poder do Estado, titulado por cada juiz e com organização de topo no STJ, interessa quase nada aos media.

Só assim se justifica que seja o C.M. o único jornal a mostrar foto do evento, na edição de hoje, com este destaque...


 No dia anterior o presidente do STJ tinha dado "posse" a 18 novos juízes e o mesmo jornal deu este destaque à notícia, fazendo constar que o pSTJ falou com alguma perplexidade no facto de Portugal ser dos países europeus, aquele que mais presos tem em cativeiro e que tal merece reflexão.

Reflexão? Há uma ou duas razões que se podem enunciar sintecticamente: a primeira é a cultura penal que se ensina no CEJ e com predominância de mentalidade de um Ministério Público já antigo e anquilosado por carência de referências culturais. A seguir os magistrados judiciais que se deixam impregnar pelo mesmo caldo de cultura. Há o sentimento difuso, na magistratura do MºPº que muitas acusações são sinais de sucesso, reforçado por muitas condenações e ainda mais com penas de prisão efectiva. Para se ver tal efeito basta analisar os recursos interpostos pelo MºPº na primeira instância, de decisões judiciais que contrariam aquela mentalidade. Anquilosada e peregrina, mas altamente incentivada pelos inspectores das carreiras que propõem a classificação de serviço aos magistrados.
Alguém, algum jornalista alguma vez entrevistou um, só um que seja, desses inspectores? Façam-no e terão a surpresa da vida profissional...

Aqueles  factores, juntos, explicam quase todo o fenómeno, sem necessidade de sondagem em focus group...



5 comentários:

jkt disse...

Pois é.

Floribundus disse...

futebol, festivais, dinheiro no bolso

'Meu Deus para quê tanto dinheiro,
dinheiro só para gastar'

STJ não joga nos 3 grandes

contra-baixo disse...

Ou simplesmente porque o direito penal se mete demais aonde não deveria ser chamado, há crimes que simplesmente não fazem sentido, talvez começar por aí e expurgar o código de bagatelas penais (ainda bem que de quando em vez algum agente do MP leva a julgamento e pede pena de prisão para quem furtou uma lata de atum no LIDL e faço acordar a opinião pública para o ridículo da situação).

jkt disse...

A lata de atum e o recurso por suposto furto de pacote de vinho de 90c. Quando nem sequer o lesado se interessou por isso.

Unknown disse...

Tal o desinteresse que se fala por cima da burra do Sr. Procurador Lopes da Mota novel Juiz-Conselheiro http://www.asjp.pt/2017/07/28/chefe-das-secretas-falha-entrada-no-supremo/ envolvido nas lides do Sr. Engenheiro de obras feitas http://www.dn.pt/politica/interior/supremo-confirma-condenacao-de-lopes-da-mota-2432076.html

O Público activista e relapso