sexta-feira, setembro 01, 2017

A vergonhosa formação da GNR dá nisto...

Esta notícia do CM de hoje suscita um comentário e a publicação de outro.


Segundo se indicia pelas notícias já de hoje, "depois de ter estado desaparecido desde quinta-feira da semana passada, o carro de Pedro Palma acabou por ser encontrado esta terça-feira, em Sintra, sendo que o corpo só viria a ser encontrado um dia depois, dentro da bagageira do mesmo carro. Esta quarta-feira, o Observador dava conta de que o cadáver de Pedro Palma tinha sido encontrado com uma garrafa de uma bebida alcoólica ao lado e sem quaisquer lesões ou indícios de luta.o carro foi encontrado terça-feira, mas só um dia depois é que o cadáver foi descoberto, o que fez com que os restos mortais de Pedro Palma só tivessem chegado ao Instituto de Medicina Legal na quarta-feira já durante a noite. A autópsia só foi feita esta sexta-feira, sendo que o funeral só poderá realizar-se sábado. Segundo o Correio da Manhã, a análise ao corpo indica que estaria em coma alcoólico, tendo resistido pelo menos até segunda-feira.
Pedro Palma foi encontrado descalço, mas com os sapatos junto ao corpo, assim como a chave do carro e os documentos. A PJ está a investigar os cenários de suicídio e homicídio. 

O cenário apresenta-se assim:

O fotógrafo desapareceu e pouco depois descobriu-se o seu carro estacionado junto a casa. Ninguém achou por bem mexer no carro para perceber o que teria acontecido e preferiram avisar a polícia, no caso a GNR, para a ocorrência. O cabo de serviço depois de tomar conta da ocorrência tomou conta do carro e não deixou que mais ninguém lá tocasse, não tendo também tocado no mesmo, à espera que aparecesse a polícia de investigação que tem competência para tal, a PJ.
Resultado: o corpo do fotógrafo estava dentro da bagageira do carro e eventualmente poderia ainda estar vivo quando o carro foi encontrado.  Mercê do excesso de zelo do bravo GNR, o coma alcoólico em que o fotógrafo aparentemente se encontrava foi fatal e terá morrido disso.

Se assim foi, a estupidez da actuação da GNR é de tal ordem que só pode obrigar a consequências: ensinar o básico a quem já o deveria saber e principalmente ensinar  que a preservação de indícios não deveria impedir o dono do próprio veículo a mexer nele, sem que ordem válida nesse sentido fosse emitida.
Há ainda outro ensinamento básico que a GNR no caso omitiu: a preservação de indícios passa precisamente pela investigação sumária e urgente, em caso disso, independentemente da intervenção da Polícia Judiciária, mais tarde, como polícia competente par ao efeito.

Então qual a razão da actuação canhestra da GNR? Só vejo uma: deficiente formação e ainda mais deficiente inteligência de quem interveio...a par do jacobinismo que apresenta a lei e regulamentos como medida de todas as coisas, mesmo as mais estúpidas.

Neste sentido é a crónica do antigo agente da PJ, sindicalista e comentador actual da CMTV: uma vergonha, evidentemente.


Questuber! Mais um escândalo!