domingo, abril 29, 2018

A politização da justiça virá a seguir...

No Público de hoje Vicente Jorge Silva, primeiro director do jornal e actual cronista de última página, ao Domingo, escreve na senda do que outro jornalista, provedor do jornal e moralista do jornalismo Jorge Wemans- escrevia ontem e aqui se comentou.



Tal como Wemans, Vicente também considera a divulgação dos videos do interrogatório de arguidos no caso Marquês um atentado ao verdadeiro jornalismo.
Perante a circunstância constrangedora de ver a presidente do Conselho de Deontologia do Sindicato dos jornalistas, São José de Almeida,  a contradizê-los, que diz Vicente? Que não gostou de a ver ostentar aquele título para emissão de uma opinião pessoal.
E que diz sobre o fundo da questão? Simples: em primeiro lugar entende a transmissão das imagens como a espinha dorsal da reportagem em questão. Primeiro engano: não são. Serão apenas o alimento natural de um qualquer jornalismo básico que é o de chamar a atenção para a noticia, a fim de prender o leitor/espectador.  Já o disse: as imagens são espúrias de algum modo para o essencial da questão e que é o que Vicente e outros não abordam e aquela São José Almeida o faz.
Em segundo lugar argumenta com a ausência de contraditório que tal implica. Ridículo este argumento, na medida em que o contraditório resulta do próprio conteúdo das imagens. Não fazem outra coisa, aliás, os visados: contrariar as evidências factuais que lhes apresentam.
Na reportagem da SIC não se tratou de "mera encenação subsidiária da investigação judiciária" . Tratou-se sim de uma reportagem original com base em factos apurados na investigação judiciária. Nem poderia ser de outro modo, uma vez que os jornalistas não têm acesso aos conteúdos das contas offshore e tal parece ser uma das pedras de toque do incómodo destes jornalistas. Parece que gostariam mais que não se soubesse nada sobre isto...
O essencial da questão da reportagem da SIC é isto que o Correio da Manhã publica hoje sem imagens de qualquer interrogatório porque não é preciso:


Isto é que é jornalismo que aparentemente aqueles- Vicente Jorge Silva e Jorge Wemans- não gostam muito.  Estas notícias baseadas em factos é que se tornam insustentáveis, não "os filmes do senhor procurador".  E sobre estas nem uma palavra de apreciação crítica dos ditos jornalistas indignados.
Quanto ao contraditório, alguém impede os visados de se pronunciarem publicamente e justificarem tais factos que atentam aliás contra o senso comum?

Esta indignação que parece postiça, mas aparece disfarçada na evocação de princípios vãos de um jornalismo teórico, é que acaba por se tornar suspeita e constituir o cerne de uma hipotética notícia de homem que morde o cão.

O que impele dois jornalistas antigos que dirigiram jornais a mostrar tão grande incómodo com "filmes" algo anódinos para o assunto principal que procuram ilustrar?

É um mistério que só pode ser resolvido nas idiossincrasias dos ditos ou então em substractos suspeitos dos seus sistemas de contactos.

A ausência de qualquer incómodo com a essência da notícia que envolve pessoas de alto coturno na sociedade portuguesa e cuja actuação modificou a vida de milhares ou até de milhões de portugueses é suspeita. A transferência dessa preocupação exclusivamente para o fait-divers não dá margem a dúvidas alargadas sobre a boa-fé deste procedimento. Finalmente, a replicação do argumento estafado sobre os "justiceiros" no caso particular de Manuel Pinho, deita por terra qualquer consideração acerca do bom fundamento das dúvidas.
Vicente tem uma pedra no sapato. Tal como um tal Arons de Carvalho, um dos fundadores do PS. Não a vemos mas eles sabem que está lá e andam coxos, por isso mesmo. Tal efeito não o podem esconder e aliviam a maleita suspirando contra os que querem saber que pedra é essa.

Para já rasgam estas vestes. Mais lá para a frente rasgarão as que vierem a seguir e que se adivinha já quais são: as da política e interesses partidários. Ou seja, vão politizar o assunto, tal como fizeram com o caso Lula e também no caso Casa Pia e depois no Freeport. É tão certo como dois e dois serem quatro. 

9 comentários:

Ricciardi disse...

A reportagem existiu por causa das imagens. A reportagem só existiu por causa das imagens. Sem imagens obtidas de forma obviamente ilegal , provavelmente corrupta, não existia fundamento para a reportagem.

Rb

Ricciardi disse...

Os jornalistas e os jornais fazem o que tem a fazer. Obter tudo o que possa servir para ganhar clientela. Não vejo mal algum nisso. É como pedir ao senhor lobo o favor de não comer a sô dona ovelha. Não faz sentido.

Já os agentes da justiça que vende ou faculta a jornais o material reservado à justiça tem de ser exonerados das funcoes e levados a julgamento.

Rb

lusitânea disse...

Esta é a rapaziada do tudo e do seu contrário.Tanto descolonizam com limpeza étnica do branco mau como nos querem agora colonizar com o pretinho bom e ainda por cima por nossa conta...
Têm a traição bem entranhada...

Neo disse...

É o anti-jornalismo. O jornalismo que foge da notícia.
A militância a isto obriga. Estes komissários enxameiam toda a imprensa e são uma praga.
São os Cripto-Ratos.
A invocada ética do Vicente é o enviesamento ideológico e o jogo partidário. É por isso que não fala do elefante no meio da sala :)

http://www.manuelalegre.com/202000/1/000737,062010/index.htm

joserui disse...

Ouvi o Tavares no Governo Sombra a dizer que o Costa é uma pessoa impoluta… ele lá sabe, parece que lhe toma conta dos filhos às vezes. E que neste caso não houve necessidade do ministério público divulgar as imagens porque qualquer jornalista tinha acesso como assistente. Este indivíduo é liberal mas é na palermice e nas alarvidade que diz de cada vez que abre a boca. O liberalismo está bem entregue.

zazie disse...

Esta escardalhda é toda igual- uns fanáticos gananciosos por qualquer lucrinho que falar em nome dos coitainhos lhes proporciona.

Neste caso falam em nome de um coitadinho que roubou os tuguinhas mas roubou para ficar riquinho em nome dos coitadinhos.
Porque é a única coisa que estes inúteis sabem fazer- sacar o dos outros.

joserui disse...

É verdade o que o Neo diz… há um jornalismo especializado em fugir da notícia. Eu diria que é a maior parte. Se arder mais um autocarro da Resende em Matosinhos, o JN lá faz o frete, mas no resto, fogem todos como o diabo da cruz. Nos cursos de jornalismo deviam atalhar caminho e criar uma disciplina — "Escutar e Olvidar", "Ética da Deslembrança", "Cultivo do Torpor" ou mesmo "Imobilismo Activo". Na cantina, alimentos que promovam o esquecimento e a falta de memória… e vinho carrascão.

Anjo disse...

"Ética da Deslembrança", "Cultivo do Torpor"

Eh, eh... bem apanhado!

mensagensnanett disse...

Portugal: um território sob o domínio de mercenários-palhaço
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RESPEITAR O DIREITO À SOBREVIVÊNCIA: mobilização para o separatismo.
[manifesto em divulgação, ajuda a divulgar]
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---»»» Todos Diferentes, Todos Iguais... ou seja, todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
-» Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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Nota 1: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 2: Mais, é preciso dizer NÃO à democracia-nazi; isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros.
{nazi não é ser alto e louro, blá, blá... mas sim, a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros}

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Anexo:
-» O separatismo é absolutamente necessário para que as pessoas que valorizam mais a sua condição autóctone do que a sua condição globalization-lover possam viver em PAZ E LIBERDADE!
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Mercenários-Palhaço há por aí aos montes.
Mercenários-palhaço europeus andam por aí a 'pendurar-se' em salvadores da demografia. [a comunidade nativa não é demograficamente sustentável]
Os mercenários-palhaço são lacaios ao serviço da alta finança (capital global): eles trabalham para a eliminação de fronteiras.
[nota: a alta finança ambiciona terraplanar as Identidades, dividir/dissolver as Nações para reinar...]
Os mercenários-palhaço, juntamente com mercenários-naturalizados, perseguem os autóctones que reivindicam o LEGÍTIMO DIREITO À SOBREVIVÊNCIA DA IDENTIDADE.
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P.S.
Tal como seria de esperar, os mercenários-palhaço não têm falado neste caso: em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros, fazendeiros com o intuito de lhes roubarem as terras... muitas das quais para serem vendidas posteriormente a multinacionais (uma obs: é imenso o património no Brasil que tem estado a ser vendido à alta finança).
Mais: os mercenários-palhaço revelam um completo desprezo pelo holocausto massivo cometido sobre povos nativos na América do Norte, na América do Sul, na Austrália, que (apesar de serem economicamente pouco rentáveis) tiveram o «desplante»... de quererem ter o seu espaço no planeta, de quererem sobreviver pacatamente no planeta, de quererem prosperar ao seu ritmo.