segunda-feira, dezembro 02, 2019

A prova indirecta no processo Marquês

No CM de hoje há três factos que integram a prova indirecta, insofismável quanto ao significado real e valor inerente sobre o que está em causa no processo Marquês, ou seja a corrupção do antigo primeiro-ministro. Tais factos resultam do depoimento de um co-arguido, precisamente aquele que aparece como "testa de ferro" e intermediário no esquema de corrupção, Carlos Santos Silva, também envolvido no mesmo.

O primeiro facto é o de ter afirmado nada saber sobre a existência de um documento em que se declara que no caso da sua morte, a parte mais substancial da fortuna de que é titular, 80%, passaria para a titularidade de um primo de José Sócrates, que aliás tinha sido outro intermediário naqueles esquemas, antes de se tornar público o seu envolvimento no caso Freeport, José Paulo Pinto de Sousa.



O segundo facto tem a ver com a circunstância de pagar os descontos para a Segurança Social do então motorista (!) de José Sócrates. Disse que não sabia nada disso.


O terceiro facto está relacionado com a circunstância de o antigo primeiro-ministro deter na sua posso, desde sempre, um quadro, uma pintura a que foi atribuído o valor de  várias dezenas de milhar de euros e que fora adquirido pelo mesmo Carlos Santos Silva. Justificação: o quadro era seu mas era muito do "agrado" do arguido José Sócrates e por isso foi para casa deste. Quando é que foi parar a casa do mesmo? Não sabe porque não se lembra.

Estes três factos a que se junta uma miríade de outros constituem a chamada prova indirecta. São factos cuja realidade não permite outra interpretação, segundo as regras da experiência comum, que as normais, aceitáveis para toda a gente, incluindo um juiz de instrução.
Afirmar o contrário e desligar tais factos de tal interpretação é simplesmente estulto e representa autêntica denegação de justiça.

Na mesma edição do jornal um editorial relata a discriminação dos jornalistas do CM e grupo editorial ( centenas de profissionais) e afastamento dos mesmos de um debate organizado pelo Sindicato dos Jornalistas a propósito de "desafios que enfrentam os media".


Apesar das grandes reservas que me colocam os artigos assinados pela jornalista do "pente fino" e outros a propósito de factos que são manipulados para acondicionar o sensacionalismo informativo,  desvirtuando a realidade, devo dizer que o CM é o jornal que compro, regularmente para ler o que se passa no país, quanto a fait-divers e pouco mais.
Quem quiser fazer um retrato do Portugal actual tem neste jornal um espelho que lhe devolverá alguma fidelidade nessa imagem real e em tempo real, diário.

O jornal não integra interpretações dessa realidade, através de comentários adequados, omite algumas, censura outras e condiciona alguma informação, como no caso dos episódios de violência doméstica que decidiu relegar para páginas interiores eventualmente com bons propósitos. Tem ainda alguns "colunistas" que não prestam para nada porque dizem banalidades ou escrevem irrelevâncias, mormente em assuntos de justiça, como é o caso de Rui Pereira, a maior parte das vezes e um tal Pedro Mourão, juiz de direito e representante de um sistema de justiça, a nível de tribunais superiores, que não deveríamos ter.

Enfim, não se pode ter tudo mas o balanço não pode deixar de ser positivo.

Quem discrimina tais jornalistas está objectivamente a prestar uma homenagem do género que o vício presta a uma certa virtude...e o pior é que o fazem por motivos estritamente ideológicos. De esquerda, claro está. Comunista, por supuesto e socialista por vocação.

Depois lamentam estar na falência...

ADITAMENTO em 3.12.2019

Continua a mostra de prova indirecta no CM de hoje:


E continua a diatribe do seu director com o Sindicato dos Jornalistas:

O teor do editorial refere-se a uma resposta da presidente do SJ ao editorial de ontem. Não vi tal resposta em lado algum, no sítio do Sindicato.
Porém, vi o cartaz que anunciava a Conferência que ainda decorre, hoje, sobre a problemática do financiamento dos media.

Palestrantes de ontem e de hoje:



Pela amostra de ontem se pode ver o grã refinamento do pessoal que lá foi dizer algo sobre o financiamento dos media.

Afonso Camões está apresentado há muito, muito tempo. É "o Coiso"...que José Sócrates indirectamente mandou para o JN e por lá ficou porque o Proença, da Coisa, manteve-o.

Ricardo Costa, da SIC também tem apresentação de luxo. É o cretino de serviço no Expresso e edições adjacentes.

Sérgio Figueiredo, nem se fala...mas, será mesmo isto um jornalista?  É que não parece nada.

Manuel Carvalho...mais palavras para quê?!

O resto dos palestrantes da "mesa redonda" são representantes do jornalismo conformista que nunca por nunca atentarão contra aqueles. Não lhes compete desmascarar a mordaça que os tenta condicionar, chamando-lhes fascistas, de extrema-direita e outros mimos, com o alto patrocínio do Sindicato deles.

Prova? Hoje aparece um "ex-eurodeputado" ( !) para falar. É o do Livre, o Tavares da Joacine. Who else? Já foi crismado por um leitor de livros como o fundador de um "partido de esquerda não marxista"...o que é uma bela piada tipo Groucho Marx.

Sem comentários:

O Público activista e relapso