Há 50 anos por esta altura foi publicado um single de uma música que se tornou pegajosa para quem começava a gostar de música popular, com nomes e grupos de artistas do género.
O single Brown Sugar, dos Rolling Stones anunciava nesta altura o album Sticky Fingers acabado de sair no estrangeiro anglo-saxónico e que por cá também chegou pouco depois.
O single tinha esta capa e tocava-se nas juke box dos cafés que as tinham, como era o caso de um que então frequentava e que a troco de uma moedinha soava com uma altíssima fidelidade para a época de então.
( imagem tirada do livro de Abel Rosa, os singles dos RS em Portugal)
A música era mesmo pegajosa para os ouvidos mas a imagem era já um programa que se tornou ainda mais esquisita com a publicação do LP, com capa algo escandalosa mas que para nós era apenas curiosa devido ao fecho éclair que vinha incluído e inserido no cartão e funcionava como tal embora sem utilidade alguma.
Tal capa, ainda o não sabia, mas era da autoria de um artista americano dado a tais escândalos, Andy Warhol.
Em Julho desse ano a revista Mundo da Canção mostrava na capa a capa do disco e no interior trazia todas as letras do LP, coisa que aliás o mesmo nem tinha.
O artigo continha uma apreciação crítica, sumária, de todos os trechos musicais do disco, bem como um "apanhado" da música dos Rolling Stones até então. Num panorama editorial escasso e exíguo em publicações do género ( o jornal Disco, música e moda, também já tinha começado a publicar-se) estes textos eram um maná embora fossem inspirados pelo que vinha lá de fora, particularmente da França da Rock&Folk e da Inglaterra do Melody Maker e do New Musical Express ou Disc.
A Rock&Folk francesa, aliás, pouca importância deu ao disco e no número de Maio de 1971 apenas teve esta crónica de página, de um dos seus directores da época e que dizia que cada disco dos Stones se parecia com o anterior mas funcionava sempre, achando que este era dos melhores e até alvitrava que Sticky Fingers seria um grande sucesso ( e foi, nos EUA atingiu o primeiro lugar). Imagens do disco, neste número e seguintes, só esta:
Tenho uma ideia vaga de ter visto o disco no escaparate da discoteca local e julgo que seria a edição britânica. Devido à feitura do disco, com o fecho éclair, por cá foi publicado anos depois e sem fecho algum a não ser a imagem estampada do mesmo.
As edições britânica e americana eram diferentes, como se mostra nestas edições originais e de primeira prensagem de ambos os países. A britânica é da esquerda, mais clássica nos carimbos e que me lembro de ver.
Foi neste disco que apareceu pela primeira vez o símbolo da língua esticada, tornado logotipo do grupo.
Em 1994 foram publicados cd´s dos Stones em versão "collector´s edition" e "digitally remastered". Este tinha esta apresentação, incluindo o fecho zip, real e funcional.
Quanto à história do disco e respectiva música, de facto é um dos melhores do grupo, senão mesmo o melhor, para mim.
Num livro de Bill Wyman publicado em 2002, conta-se quase tudo, até a história de em Espanha a capa do disco ter sido censurada ( por cá não foi porque nem foi publicado em edição nacional, na época, segundo julgo, mas também não seria se tivesse edição nacional):
Noutro livro de Margotin e Guesdon, sobre todas as canções dos Stones, de 2016, conta-se ainda mais:
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