sexta-feira, maio 21, 2010

A política das conveniências

Sapo/Notícias:

"O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu hoje a necessidade de “estabilidade política e governabilidade” para Portugal ultrapassar o período de crise, escusando-se a fazer comentários sobre as medidas de austeridade apresentadas pelo Governo."

Claro. Tem sido isto de há cinco anos a esta parte. A sacrossanta estabilidade, aliás, conduziu-nos ao lindo Estado em que estamos.
O caso da licenciatura ao Domingo, com documentos falsificados na AR? Um mero fait-divers.
O caso Freeport com suspeitas agravadas sobre o primeiro-ministro? Assuntos de justiça.
O caso Face Oculta, com escutas escondidas? Nada a ver, porque é tudo nulo e de nenhum efeito.
O caso PGR com despachos que não dá a conhecer publicamente? Deixa estar para não incomodar o poder político e desestabilizar o país.
O desgoverno que sangrou os cofres do Estado em prol de alguns bancos e construtoras? Isso é corriqueiro e não adianta mudar.

Portanto, temos um presidente da República para quê, exactamente? Garantir estabilidade a todo o custo e feitio?

É esse o valor supremo que se sobrepõe a todos os outros, incluindo os mais comezinhos, mesmo aqueles moral e eticamente exigíveis a qualquer cidadão?

É este o exemplo que temos do mais alto magistrado da Nação?
Então não precisamos destes exemplos.

9 comentários:

MJMatos disse...

Passei a ser monárquico com Jorge Sampaio. Este senhor só confirma a minha opção.

Cumprimentos

MJMatos

Milan Kem-Dera disse...

Quando o sr. silva fala de estabilidade, refere-se à sua... não à do país!

Karocha disse...

Isso mesmo Milan.

Ljubljana disse...

Parece que vou ficar em casa nas próximas presidenciais. Nenhum dos presidentes que eu conheci, em 44 anos que tenho de vida, me convenceu de que precisamos de um presidente. Tinha alguma esperança que este último me fizesse mudar de opinião, que rapidamente se foi desvanecendo.

Anónimo disse...

Cavaco Silva está a plantar a mais perigosa de todas as falências de um estado europeu: a dos princípios, da ética e da decência. Se algum dia acordar vai sentir-se a afogar na lama. Vai ficar na história de pá na mão e cansado de tanto escavacar.

Ze Muacho disse...

O homenzinho de Boliqueime anda a dizer há muito tempo que a política das obras megalómanas não é sustentável e levará o país à bancarrota; que faz:

• Assina a portaria que autoriza o seu lançamento

O coelhinho-tanguista no seu livrinho “MUDAR” publicado há cerca de 7 meses, opondo-se a uma Senhora apelidada de Velha, defendia os TGVs, aeroportos, auto-estradas paralelas e quejandos; agora, vira o bico ao prego, e diz, muito bem, que tais obras neste momento não são suportáveis; que faz:

• Quando autorizou o suposto engenheiro a proceder a um saque fiscal não o obrigou a aceitar o adiamento das mesmas ficando-se por um compromisso vago de corte nas despesas

O homenzinho de Boliqueime e o coelhinho-tanguista estão de acordo que este governo não governa, não tem rumo, avia medidas avulsas sem olhar às consequências, conduzirá o país à falência; que fazem:

• Nada!... Dizem não ser oportuno para não criar uma crise política

O país está teso, o governo anda pelo mundo fora de mão estendida a pedir dinheiro emprestado aos imundos especuladores (*) para pagar salários e pensões mas propõe-se gastar milhões de milhões que não tem em investimentos não reprodutíveis e de viabilidade duvidosa sem que o homenzinho de Boliqueime ou o coelhinho-tanguista façam algo para travar este desvario.

Há aqui qualquer coisa que não bate certo... ou, por outro lado, se calhar até bate mais do que certo!

Nestas obras faraónicas de milhões de milhões, de tantos milhão, há sempre alguns que se vão.

(*) Especulador imundo – entidade que nos emprestou muito dinheiro e, receando que não tenhamos capacidade de pagar, se recusa a emprestar mais

Unknown disse...

Mas, que mais há a esperar dum papa-reformas?!

Milan Kem-Dera disse...

Excelente comentário, Ze Muacho.
Gostei, e até postei!

AQUARIUS disse...

Temos um presidente que é uma bóia: não nos leva a lado nenhum, mas está a ver se isto não vai ao fundo. O mal é que quando a água for demais, vai ao fundo junto com a embarcaçaõ e com´... nós todos. Cada um que comece a nadar para a margem com os seus meios que a estabilidade está por um fio!

O Público activista e relapso