terça-feira, janeiro 15, 2013
Os novos- ricos da democracia: romance, precisa-se.
Em 1989, a revista Turbo, dedicada aos automóveis em geral, publicou no seu número de Dezembro um artigo sobre o trânsito na cidade do Porto. Subintitulou-o "missão impossível".
Na época, o socialista Fernando Gomes , então candidato à câmara municipal da cidade, foi entrevistado juntamente com Carlos Brito, o candidato do PSD. Sabe-se que Gomes ganhou a câmara e depois foi por aí acima na lógica partidário da "boyzada". Está agora como magnífico administrador de uma empresa pública, das maiores, depois de ter sido ministro e tudo.
[ A GALP Energia não é uma empresa pública, de facto. Tem uma participação da Parpública, mas a maioria do capital é privado. O antigo ministro Gomes, "professor catedrático convidado", na Lusíada, também só entrou para a empresa em 2005, quando já era privada. Deve por isso entender-se que foi a extraordinária competência e savoir-faire de Fernando Gomes que o alcandorou ao posto de administrador a ganhar mais de 500 mil euros por ano, na antiga empresa pública. Fica a correcção.]
Quando foi entrevista pela Turbo, Gomes tinha dois carros, um Saab 9000 e um Fiat Uno. O seu sonho, porém, era ter um "BMW série 5" .
Sonho plenamente conseguido, sem dúvida.
E só passaram pouco mais de vinte anos. Casos como o de Fernando Gomes são às dezenas, centenas, porventura milhares, neste Portugal de partidos de poder central.
Para retratar este Portugal de novos-ricos assim formados quase instantaneamente, só uns romances tipo Jorge Amado ou até de António Lobo Antunes. É pena que este não se dedique ao tema. Com o talento que tem dava o romance da nossa vida colectiva do último quarto de século.
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