Marinho e Pinto, ontem na cerimónia solene de abertura do ano
judicial ( quando é que acaba esta aberração?) discursou pela última
vez, como bastonário da Ordem dos Advogados. Disse cobras e lagartos dos
mesmos de sempre, com a particularidade de neste ano ter estendido de
modo despudorado, considerações de cariz estritamente políticas para
vituperar este governo que não lhe agrada e dando sinais de sentir
saudades do outro, de que faziam parte pessoas que lhe eram afectas.
Nunca em cerimónias destas Marinho e Pinto foi claro na denúncia de
actos de alta criminalidade como os que envolveram o antigo
primeiro-ministro, nomeadamente no caso Face Oculta, gravíssimo e de má
memória. Antes pelo contrário, Marinho sempre defendeu o fugitivo e
fustigou quem o atacou. Chegou a dizer publicamente coisas
inacreditáveis sobre o Freeport e outros casos.
O facto de esse
fugitivo viver a expensas de alguém que não se conhece, apresentando
agora justificações de empréstimos bancários faraminosos não o incomoda
minimamente. Consegue viver muito bem com esse facto e em vez de se
calar, ainda tem a lata petulante de atacar politicamente quem o
substituiu e apenas por causa disso, ainda que legitimado
democraticamente.
Marinho e Pinto, segundo o discurso não se incomoda que o insultem...assim:
Quando pensei na melhor forma de terminar esta série longa de discursos,
quase sempre, fui parar ao regaço protector de um poeta, à companhia
reconfortante da poesia.(...)
Mas acabei por escolher a exaltação clarificadora de um poema de José Carlos Ary dos Santos, a que apenas alterei uma palavra.
Por isso, porque este tribunal é, hoje e agora, o sítio certo para se dizer estas coisas, digo-vos que
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
ADVOGADO castrado não!
Muito obrigado.
Ok. Escusa de agradecer.