domingo, março 29, 2009

O poder e a influência

"A corrupção vai absolutamente contra os nossos princípios. Os maçons são homens honestos. (...) O crime de enriquecimento ilícito deve existir na lei" (...) "O que prova que a Maçonaria não controla o grupo parlamentar do PS" ( que não aceitou o pacote Cravinho que previa esse crime específico).

Estas declarações são de António Reis, grão-mestre do Oriente Lusitano, a Maçonaria, ao Correio da Manhã.

Poderia ter-lhe sido perguntado também se acha que é sinal de corrupção, moralmente activa, a tendência da Maçonaria ocupar lugares de poder disseminado no Estado e na sociedade.
O jornalista não lhe perguntou, mas a resposta adivinha-se qual seria: não. Isso é apenas o jogo de influência que todos os grupos querem exercer na sociedade...
A maçonaria não brinca nesse serviço e nada quer em troca, diria o grão-mestre.
Ou quer? E se quer, o que quer afinal? A mera filantropia, pura e simples? O Bem de todos ou só de alguns?
E com a corrupção o que é que se quer também?

O poder e a influência, voilà!

11 comentários:

Mani Pulite disse...

O Cravinho,o Coelho,o Santos ou o Soares não são da Maçonaria?Ou o Isaltino?A melhor resposta que o Reis pode dar às suspeitas é a transparência.Diga-nos quem é ou não é da Maçonaria e que cada um assuma depois as suas responsabilidades.Até lá Reis quer que acreditemos nas suas profissões de fé.Até pode ser verdade o que ele diz mas para já sabe a muito pouco.

Pedro disse...

ahahah essa malta tem muita piada. Gosto sempre quando lhes perguntam: "isso de ter muito dinheiro, ser banqueiro, poderoso e tal, não é um bocado ordinário para um cristão?" - e os bichos respondem sempre com a parábola dos talentos. Talvez com a choraminguice da crise comecem a responder com a do filho pródigo.

Leonor Nascimento disse...

Alguém me explica como é que me faço maçónica? :-)

josé disse...

A Maçonaria não admite mulheres no seu seio mais inner. Não as quer por lá. Nem mesmo às Maria Belo ou Belém Roseira, candidatas naturais a esses lugares reservados.

Mas anda por aí a defender a paridade e os direitos de igualdade e patati patata. É o tal conceito de seriedade...

josé disse...

Também há por aí uns maçónicos inveterados que não dão a cara a conhecer como tal, mas criticam sempre o "anonimato".

É o tal conceito de seriedade.

António Costa, lembrei-me agora mesmo...

Neo disse...

Mais um caso de sucesso,da reabilitação social socretina,através do tentáculo bracarense.

http://www.esquerda.net/content/view/11369/1/

Leonor Nascimento disse...

E travestis aceitam?:))

Waco disse...

Existe maçonaria feminina.

Diz-se que a Belém Roseira é mais influente a nível internacional, ela só, que algumas lojas francesas, por exemplo.

Leonor, travestis são eles todos, pelo menos têm uma cara cá fora e outra nos bastidores.

Ah, e usam avental uma vez por semana, em part-time, portanto.

OSCAR ALHINHOS disse...

Meus caros, vamos lá ver uma coisa:

Façamos uma sondagem aos Deputados da Assembleia da República e aos políticos em geral e vejamos quantos estão de acordo com a criação do tipo de crime de enriquecimento ilegítimo. Porque será?????

Será preciso fazer um boneco e um desenho??????

Nessa altura, em que Dias Loureiro, Isaltinos, Coelhones Duartes Limas ou, como dizia há dias Maria José Morgado, políticos que entram na política sem nada e súbitamente, apresentam sinais exteriores de riqueza, seja em nome próprio seja em nome dos sobrinhos, tios, primos, etc, como explicariam o DOM de gerarem tanta riqueza????

Essas pessoas deveriam explicar, expressamente, ao País como se faz a riqueza, a trabalhar de forma honesta, claro está...
O país só teria a ganhar e, certamente, que lhes ficaria eternamente grato...

Por outro lado, e não de somenos importância, o TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS que se passa na AR; a promiscuidade entre a advocacia e o exercício do cargo de Deputado / político... é assunto de que se fala muito esporadicamente e, afinal, tem tanta podridão como outros assuntos que andam nas bocas do mundo...

josé disse...

Poderia não ser preciso tal criminalização se quem manda efectivamente nos partidos afastassem esses novos-ricos que todos eles sabem perfeitamente como enriqueceram.

Não o fazendo e tornando-se amigos do peito de alguns deles ( Cavaco é amigo de convite para casamento de Loureiro, por exemplo e é legítimo perguntar se Loureiro é apenas amigo desinteressado), não o fazendo, dizia, tornam-se cúmplices e nunca veremos uma iniciativa desses poderes para a tal criminalização.

Waco disse...

Por falar em políticos, repúblicas, e etc., deixo uma nota retirada do blogue Nova Frente:

CONTRA A REPÚBLICA

A editora Angelus Novus publicou por estes dias o volume «Contra Salazar», que reúne a prosa e a poesia de Fernando Pessoa a criticar o fundador do Estado Novo. Convém esclarecer a matéria. O apanhado compõe-se sobretudo de poemas menores, com erros estilísticos e de construção, daqueles que o poeta gatafunhava à mesa do Martinho — sem dar aos mesmos a importância que os vindouros agora lhes atribuem. Falemos claro. Pessoa criticava Salazar porque estava bem mais à direita do que o estadista. O poeta foi sempre um adepto das soluções de força. Esteve com a ditadura do general Pimenta de Castro, apoiou Sidónio Pais, entusiasmou-se com o modernismo fascizante, aplaudiu a revolução de Maio. Se criticava Salazar é porque este lhe sabia a pouco. Não lhe bastava viver habitualmente; queria viver intensamente — perigosamente até. A vida passa a correr para alguns bardos de mão cheia. O último acto público em que esteve presente, antes de ser internado para morrer no Hospital de S. Luís dos Franceses, foi um jantar de nacionais-sindicalistas. É importante esclarecer estes assuntos não vá a inteligência lusa empareceirá-lo com o Bento Gonçalves e o José de Sousa na resistência ao fascismo. (Já não digo com o Júlio Fogaça, que esse tinha pelo menos um rabo de palha.)

Se este volumezinho alcança justificação com o aniversário de Salazar, sugiro à novel editora — que até já tem a mão na massa, isto é, na obra do Pessoa — que abrilhante em 2010 o centenário da República com a edição de mais textos pessoanos. Deixo aqui um cheirinho do que seria o precioso volume. A palavra ao talassa:

"Bandidos da pior espécie […], gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos — de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime".

"Vem o Sr. Afonso Costa… Aquilo é que é uma besta!"

"Não podendo [Afonso Costa] fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação".

"Bernardino Machado, no discurso do Porto, mostra-se tão ignorante de como se é subtil, tão brutamontes no cá-estou-eu, tão labrego no insinuar, tão indecentemente saracoteador da sua candidatura, que qualquer meio-juízo compreenderia o que de anti-diplomático, não-frio e nada-esperto aquele espírito é".

"Mas Costa! Este é um piolho da […] política […] Era possível odiar Franco. A este esfregão nem isso é possível".

"Franco seria um tirano de merda; este [Afonso Costa] é um tirano de caca."

"Afonso Costa é um dos maiores bandidos que têm aparecido à superfície da política lusitana."

"Alexandre Braga é um aborto de um imaginativo conservado em álcool."

"Esta opressão, que todos nós sentimos, esta vergonha de estarmos sendo governados por bacalhoeiros da política, que roubam no peso da própria retórica [...]"

"[…] este domínio de carbonários e de ladrões, de arruaceiros e de gatunos, que lá vai para cinco anos nos conturba."

"[…] partidos políticos: eles não são mais que aquelas «quadrilhas de ladrões» de que José Dias Ferreira falava."

"[…] a estrangeirada atitude a que estes bandalhos da República chamam «patriotismo»."


# posted by BOS

A obscenidade do jornalismo televisivo