
A corrupção, para Ana Gomes é apenas a corrupção dos outros, daqueles que não fazem parte do seu grupo partidário.
Na sua lógica, José Sócrates deveria mostrar as contas e dinheiros. Mas isso seria assim, se a lógica de Ana Gomes não fosse uma batata, daquelas de importação.
Em 26.1.2009, escreveu assim no Causa Nossa:
"Penei demasiado com as tentativas de assassinato político e de carácter de que foram objecto Eduardo Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso, perante o ensurdecedor silêncio de muitos que tinham a obrigação de não ter ficado calados. Não ficaria, assim, de bem com a minha consciência se, em oportunidade que poderá vir a revelar-se de semelhante e sinistra natureza, não testemunhar a José Sócrates, sabendo o que hoje se sabe, a solidariedade que me merece ele próprio, as declarações que proferiu e a situação com que se confronta."
O problema de Ana Gomes é sempre o mesmo: o combate à corrupção deve parar sempre que lhe bata à porta dos amigos e correligionários do momento. Tal como na investigação da Casa Pia, onde há várias testemunhas a afirmar o que afirmam, a cabala toma forma de gente, quando os factos relevantes, tocam nos seus particulares interesses político-partidários. Nessa altura, toca o sino a rebate e reune-se com os apaniguados no reduto do Rato. Oficialmente, declara guerra aos inimigos e reune as armas para o ataque. A verdade, os factos, a razoabilidade, deixam de fazer sentido, porque o único sentido é a protecção da vidinha.
Nesses casos, tal como em qualquer iniludível escândalo sexual, a corrupção deixará de ter qualquer significado, passando a ser um fenómeno "da direita" ou de algum inimigo de estimação, mesmo que seja do seu partido. Que não do seu grupo...
Esta senhora é perigosa. Não tem razão de sentido comum. Tem apenas a medida do sectarismo sem reservas.