Esta crónica de Vasco Pulido Valente no Público de hoje, coloca-nos no sítio onde estamos: no limiar da indignidade como povo com mais de oitocentos anos de História.
Quem nos conduziu a este ponto? Basta ir ao sítio do Governo e consultar os arquivos históricos, para ter em devida conta os nomes dos governantes.
E não vale a pena vir com a treta de que foi o povo que os elegeu, porque o problema eleitoral espelha-se no regime que temos: de partidos que se endogamizaram de tal modo que a profissão de político é restrita a cidadãos inscritos em listas, elaboradas por directórios que o povo não escolhe. E os candidatos a cargos enfileiram nos partidos por saberem que não há lugar para além deles. E os partidos que temos são o espelho dos dirigentes que os orientam.
São sempre os mesmos, em grupo, desde o 25 de Abril e já os há em modo dinossáurico até ao ponto de se acharem patronos, se não mesmo pais da pátria! Sem pudor algum e ao modo jacobino, maçónico e republicano laico. Como se Portugal tivesse começado a existir com Afonso Costa.
Onde isto chegou...e para ver melhor a miséria que nos trouxeram não é preciso pensar muito: basta dizer que a independência nacional e o orgulho de ser português e o brio de mostrar que somos um povo de raiz histórica merecida em combates e de fronteiras definidas antes de todos os da Europa, ficou logo abalada nos escassos dois anos após a instauração do regime que repôs as "liberdades", em 25 de Abril: apesar do ouro acumulado, ficamos logo na bancarrota. Completa e de modo que tivemos necessidade de pedir ajuda, de mão estendida ao FMI.
Agora, com este inenarrável primeiro-ministro cuja dignidade institucional e pessoal se espelha na licenciatura que tem, temos o panorama que Vasco Pulido Valente mostrou: a indignidade e a vergonha que sentimos por ser representados por esta gente, atinge-nos a todos por igual porque os melhores de entre nós já nem sabemos quem são. Alguns venderam-se por um prato de lentilhas; outros nem disso precisaram porque se entregaram ao exercício da traição a ideais e valores que não se compaginam com este calamitoso Estado a que chegamos.
Só para exercício de comparação: alguém acredita quem um Marcelo Caetano se tivesse prosseguido na reforma democrátiva em curso, antes de 25 de Abril, deixaria chegar o país a este Estado em que os tais pais da pátria o deixaram?
É só uma pequena pergunta para entender o contexto e os valores que perdemos e abandonamos.
Nesse tempo não era o BES ou qualquer outro banco que impunha condições e mandava e os economistas de serviço não eram propriamente uns Teixeira dos Santos ou Nogueira Leite...
Portanto, em 35 anos de viver democrático, algo intrinsecamente anti-democrático se instalou neste país. Quem manda não é obviamente o povo. E nem sequer temos a autonomia que dantes ainda tínhamos. Temos liberdade de pensar, mas não de decidir. Temos liberdade de comprar ao estrangeiros que assim no-lo impuseram e enquanto tivermos crédito, mas não temos liberdade de produzir porque abatemos a indústria. Temos liberdade de reunir e associar mas que adianta isso se quem manda não é democrático? O Ricardo Salgado é um democrata nas empresas e bancos que tem? Só se for para despedir segundo o código de trabalho.
Temos liberdade de fugir ao neoliberalismo que nos obriga a subir taxas de juro? Que adianta a palavra socialismo se é o capitalismo neoliberal quem manda, põe e dispõe?
Como chegamos aqui? Que valores ficaram pelo caminho e que rota vamos seguir? A da subjugação ao estangeiro, a estas Merkel e a estes Sarkozys? É isso que queremos?
Quem nos conduziu a este ponto? Basta ir ao sítio do Governo e consultar os arquivos históricos, para ter em devida conta os nomes dos governantes.
E não vale a pena vir com a treta de que foi o povo que os elegeu, porque o problema eleitoral espelha-se no regime que temos: de partidos que se endogamizaram de tal modo que a profissão de político é restrita a cidadãos inscritos em listas, elaboradas por directórios que o povo não escolhe. E os candidatos a cargos enfileiram nos partidos por saberem que não há lugar para além deles. E os partidos que temos são o espelho dos dirigentes que os orientam.
São sempre os mesmos, em grupo, desde o 25 de Abril e já os há em modo dinossáurico até ao ponto de se acharem patronos, se não mesmo pais da pátria! Sem pudor algum e ao modo jacobino, maçónico e republicano laico. Como se Portugal tivesse começado a existir com Afonso Costa.
Onde isto chegou...e para ver melhor a miséria que nos trouxeram não é preciso pensar muito: basta dizer que a independência nacional e o orgulho de ser português e o brio de mostrar que somos um povo de raiz histórica merecida em combates e de fronteiras definidas antes de todos os da Europa, ficou logo abalada nos escassos dois anos após a instauração do regime que repôs as "liberdades", em 25 de Abril: apesar do ouro acumulado, ficamos logo na bancarrota. Completa e de modo que tivemos necessidade de pedir ajuda, de mão estendida ao FMI.
Agora, com este inenarrável primeiro-ministro cuja dignidade institucional e pessoal se espelha na licenciatura que tem, temos o panorama que Vasco Pulido Valente mostrou: a indignidade e a vergonha que sentimos por ser representados por esta gente, atinge-nos a todos por igual porque os melhores de entre nós já nem sabemos quem são. Alguns venderam-se por um prato de lentilhas; outros nem disso precisaram porque se entregaram ao exercício da traição a ideais e valores que não se compaginam com este calamitoso Estado a que chegamos.
Só para exercício de comparação: alguém acredita quem um Marcelo Caetano se tivesse prosseguido na reforma democrátiva em curso, antes de 25 de Abril, deixaria chegar o país a este Estado em que os tais pais da pátria o deixaram?
É só uma pequena pergunta para entender o contexto e os valores que perdemos e abandonamos.
Nesse tempo não era o BES ou qualquer outro banco que impunha condições e mandava e os economistas de serviço não eram propriamente uns Teixeira dos Santos ou Nogueira Leite...
Portanto, em 35 anos de viver democrático, algo intrinsecamente anti-democrático se instalou neste país. Quem manda não é obviamente o povo. E nem sequer temos a autonomia que dantes ainda tínhamos. Temos liberdade de pensar, mas não de decidir. Temos liberdade de comprar ao estrangeiros que assim no-lo impuseram e enquanto tivermos crédito, mas não temos liberdade de produzir porque abatemos a indústria. Temos liberdade de reunir e associar mas que adianta isso se quem manda não é democrático? O Ricardo Salgado é um democrata nas empresas e bancos que tem? Só se for para despedir segundo o código de trabalho.
Temos liberdade de fugir ao neoliberalismo que nos obriga a subir taxas de juro? Que adianta a palavra socialismo se é o capitalismo neoliberal quem manda, põe e dispõe?
Como chegamos aqui? Que valores ficaram pelo caminho e que rota vamos seguir? A da subjugação ao estangeiro, a estas Merkel e a estes Sarkozys? É isso que queremos?