O ex-procurador-geral da República, Pinto Monteito, enviou a 8 de Outubro a validação das escutas de uma conversa com o primeiro-ministro no âmbito do processo 'Monte Branco.'
O procurador que dirige o caso, Rosário Teixeira, não explicou as razões pelas quais foi pedida a validação das escutas, mas sabe-se que o pedido não foi acompanhado por qualquer participação-crime.
O processo 'Monte Branco' envolve quatro banqueiros portugueses suíços, por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
É
a notícia que faz manchete da edição do Expresso deste sábado. Mas o
jornal não conseguiu apurar a identidade da pessoa sob escuta nem o
gabinete de Passos Coelho quis comentar a notícia.
Fica, ainda assim, a saber-se que o procurador Rosário Teixeira, que lidera a investigação, não pormenorizou, no pedido de validação, a razão das suspeitas no teor da conversa.
O jornal adianta ainda que a gravação foi entregue num CD por Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, ao Procurador Geral da República.
A operação "Monte Branco" investiga uma rede de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Já antes Miguel Relvas tinha sido escutado, no período entre setembro de 2011 e fevereiro deste ano, à conversa com o presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).
Estas notícias revelam bem o tipo de jornalismo que temos. Desportivo, essencialmente. Ou seja, clubístico.
A simples remessa de uma "extensão procedimental" ( provavelmente desta vez será mesmo isso e bem...) para o presidente do STJ ( que anda em viajem por Timor porque sim, o presidente do STJ tem que viajar) não significa mais que isso: que é preciso que o presidente do STJ veja, ouça e aprecie juridicamente o assunto.
E porquê?
Simplesmente por causa de interpretações obtusas dos Germanos Marques da Silva e outros. Como o primeiro-ministro foi escutado fortuitamente no âmbito de uma escuta telefónica em que são suspeitos outros indivíduos, tal significa que a escuta pode muito bem vir a ser invalidada se não for validada, por quem de direito, ou seja, pelo pSTJ, em relação a esse interveniente fortuito que é primeiro-ministro. É essa a interpretação peregrina dos mesmos, aquando do caso estranho e pouco esclarecido que envolveu José Sócrates, primeiro-ministro, no processo Face Oculta, no Verão de 2009, véspera de eleições.
A lei processual - artº 11º do C.P.P.- a tal obriga, mas não deveria obrigar porque todos são iguais perante a lei e a distinção cria estes problemas.
Assim, passar desse facto para uma espécie de insinuação na primeira página do Expresso é mais uma cretinice, uma aleivosia e mais um motivo para o inenarrável director se demitir. Pela simples razão de que é um incompetente na medida em que não informa os leitores destas particularidades que esclarecem. Se o fizesse provavelmente não tinha notícia...
E há outra coisa: o assunto torna-se público agora, na altura em que o caso está no STJ...e a minha insinuação é ( e que pode ser aleivosa, mas previno já para o efeito) de que o Expresso tem toupeiras no STJ. Como tem no SIS. E noutros lados.
As toupeiras, como é sabido, são cegas. Mas cheiram. Espero é que não sejam coisas indignas.
ADITAMENTO:
A TVI ( Carlos Enes) fez o trabalho de casa e informa como deve ser. Porque razão o Expresso não o fez? Porque razão este Costa, Ricardo que o dirige não vai dirigir o diário das beiras, notícias do Ribatejo ou coisa que o valha?
A quem serve este tipo de informação em que o Expresso se tornou especialista?
SEGUNDO ADITAMENTO:
Passos Coelho acabou de falar sobre o assunto à saída da reunião da comissão nacional do PSD. Disse que ficou perplexo por causa da violação de segredo de justiça. Não devia porque é coisa habitual. Tão habitual com os comentários aos jornais dos membros do governo sobre reuniões em que se pede sigilo. De resto, como realça a TVI o primeiro-ministro até sai favorecido com esta violação de segredo.
Disse ainda que não tem nada a temer sobre a divulgação das suas conversas telefónicas e mesmo privadas e que no caso concreto tem muito gosto em que seja divulgado o teor da escuta telefónica.
A diferença entre este caso e o de José Sócrates é notória...e Passos fez aquilo que Sócrates nunca fez: desarmar os expressos da cretinice.
Fica, ainda assim, a saber-se que o procurador Rosário Teixeira, que lidera a investigação, não pormenorizou, no pedido de validação, a razão das suspeitas no teor da conversa.
O jornal adianta ainda que a gravação foi entregue num CD por Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, ao Procurador Geral da República.
A operação "Monte Branco" investiga uma rede de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Já antes Miguel Relvas tinha sido escutado, no período entre setembro de 2011 e fevereiro deste ano, à conversa com o presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).
Estas notícias revelam bem o tipo de jornalismo que temos. Desportivo, essencialmente. Ou seja, clubístico.
A simples remessa de uma "extensão procedimental" ( provavelmente desta vez será mesmo isso e bem...) para o presidente do STJ ( que anda em viajem por Timor porque sim, o presidente do STJ tem que viajar) não significa mais que isso: que é preciso que o presidente do STJ veja, ouça e aprecie juridicamente o assunto.
E porquê?
Simplesmente por causa de interpretações obtusas dos Germanos Marques da Silva e outros. Como o primeiro-ministro foi escutado fortuitamente no âmbito de uma escuta telefónica em que são suspeitos outros indivíduos, tal significa que a escuta pode muito bem vir a ser invalidada se não for validada, por quem de direito, ou seja, pelo pSTJ, em relação a esse interveniente fortuito que é primeiro-ministro. É essa a interpretação peregrina dos mesmos, aquando do caso estranho e pouco esclarecido que envolveu José Sócrates, primeiro-ministro, no processo Face Oculta, no Verão de 2009, véspera de eleições.
A lei processual - artº 11º do C.P.P.- a tal obriga, mas não deveria obrigar porque todos são iguais perante a lei e a distinção cria estes problemas.
Assim, passar desse facto para uma espécie de insinuação na primeira página do Expresso é mais uma cretinice, uma aleivosia e mais um motivo para o inenarrável director se demitir. Pela simples razão de que é um incompetente na medida em que não informa os leitores destas particularidades que esclarecem. Se o fizesse provavelmente não tinha notícia...
E há outra coisa: o assunto torna-se público agora, na altura em que o caso está no STJ...e a minha insinuação é ( e que pode ser aleivosa, mas previno já para o efeito) de que o Expresso tem toupeiras no STJ. Como tem no SIS. E noutros lados.
As toupeiras, como é sabido, são cegas. Mas cheiram. Espero é que não sejam coisas indignas.
ADITAMENTO:
A TVI ( Carlos Enes) fez o trabalho de casa e informa como deve ser. Porque razão o Expresso não o fez? Porque razão este Costa, Ricardo que o dirige não vai dirigir o diário das beiras, notícias do Ribatejo ou coisa que o valha?
A quem serve este tipo de informação em que o Expresso se tornou especialista?
SEGUNDO ADITAMENTO:
Passos Coelho acabou de falar sobre o assunto à saída da reunião da comissão nacional do PSD. Disse que ficou perplexo por causa da violação de segredo de justiça. Não devia porque é coisa habitual. Tão habitual com os comentários aos jornais dos membros do governo sobre reuniões em que se pede sigilo. De resto, como realça a TVI o primeiro-ministro até sai favorecido com esta violação de segredo.
Disse ainda que não tem nada a temer sobre a divulgação das suas conversas telefónicas e mesmo privadas e que no caso concreto tem muito gosto em que seja divulgado o teor da escuta telefónica.
A diferença entre este caso e o de José Sócrates é notória...e Passos fez aquilo que Sócrates nunca fez: desarmar os expressos da cretinice.