sexta-feira, dezembro 07, 2012

Mário Soares e a ética republicana, socialista e laica.

Logo que Mário Soares se viu na cadeira do poder em Belém tratou de aviar o recado que o trouxera até aí. "Nada ficará como dantes", tinha avisado logo na noite eleitoral.

Para além de um estilo presidencial exótico e sempre em viagens para paragens desse tipo ( até numa tartaruga gigante se alcandorou) Mário Soares colocou os seus "boys" em Macau, terra de promissoras patacas. Um tal Melancia, de tanto se aventurar ficou com um grande melão com as notícias do Independente. Umas malas esquisitas no aeroporto, trazidas por um certo Vitorininho e mais uns tantos episódios rocambolescos mostravam o que era a verdadeira ética republicana, socialista e laica.
Um certo Carlos Santos Ferreira que uns anos depois veio a tomar conta da CGD e depois do BCP, foi designado em 1989 director do aeroporto de Macau, até 1991, associado a Stanley H, o chinês do jogo.
Tais andanças pelo Oriente acabaram mal, mas não porcamente porque alguém se encarregou de limpar a sujidade.
Não obstante, o perfume que ficou no ar é este e sempre o mesmo, como mostram estas imagens do jornal O Diabo de 17 de Novembro de 2009 ( que se podem ler clicando na imagem, abrindo outra janela e clicando outra vez). Na entrevista, Joaquim Vieira pergunta porque não foi Soares interrogado? A resposta é simples e quem a sabe é...Cunha Rodrigues. Perguntem-lhe.

Não obstante este ar perfumado de rosas, o mesmo Mário Soares, muito esquecido, dizia em 9 de Junho de 2007 à revista Única do Expresso ( em entrevista de Clara Ferreira Alves, a do costume sistemático)isto que se revela espantoso vindo de quem vinha:

E se este perfume era o que era, o que poderia ser a alternativa que ficara a uns meros 150 mil votos? seria melhor? A esta distância do tempo, seria de truz como se adivinha por este sentido crítico que Marcelo Caetano já adivinhara nos anos setenta, em cartas aos amigos:

Sobre Mário Soares o mesmo Marcelo escrevia do exílio no Brasil que " Cá vou passando menos mal, assombrado ( embora não surpreendido) com o espectáculo da democracia portuguesa. O tal Soares deveria escrever um livro intitulado "Como se Destrói um país".
Nem mais...porque foi exactamente o que sucedeu em menos de duas décadas.

Sobre a ética socialista e republicana a que se junta a Viúva laica, há outro personagem que acabou por bufar desabafos, a modos de um Rui Mateus. Abílio Curto, autarca na Guarda foi condenado por corrupção e depois de todos os recursos e mais alguns, acabou mesmo por ir parar à prisão, anos depois dos factos. No momento da entrada no xilindró não esteve com meias medias ou papas nas palavras:

E ainda disse mais:  "Há pessoas do PS e do PSD envolvidas, que espero revelar um dia".  Abílio Curto nunca revelou quem eram tais pessoas. Arrependeu-se certamente.

É esta a ética republicana socialista e laica que Mário Soares mais uma vez mostra para todos poderem ver, ouvir e ler. Não se pode ignorar, evidentemente.


Questuber! Mais um escândalo!