sexta-feira, março 20, 2009

O exame prévio

A ERC vai apreciar queixas apresentadas contra o jornal da TVI, das sextas-feiras, apresentado por Manuela Moura Guedes e por causa de duas sextas-feiras recentes.
Como pretendia que todos soubessem do facto, a ERC, garbosa da diligência, divulgou ontem um comunicado, segundo o Correio da Manhã.
Sobre a ERC, a sua credibilidade, isenção e papel institucional, há muito que estamos entendidos. Portanto, este comunicado é apenas mais uma acha para essa fogueira de descrédito em que se consome.
O problema com a TVI e o jornal das sextas-feiras, parece ser apenas este:
O ‘Jornal Nacional de 6ª Feira’, TVI, de dia 13 de Fevereiro foi o noticiário mais visto na semana de 9 a 15 de Março. Nesse dia, o jornal apresentado por Manuela Moura Guedes registou uma audiência de 13,8% (correspondente a 1 304 700 telespectadores) e um share de 33,1%. Na mesma semana, o melhor ‘Jornal Nacional’ (TVI) teve 13,1% de audiência e 31,8% de share. O ‘Telejornal’, RTP 1, mais visto nessa semana registou 13% de audiência e 31,9% de share e o melhor ‘Jornal da Noite’, SIC, teve 11,6% de audiência e 28,1% de share.
A questão de fundo no entanto é outra e é mais grave: a ERC surge como braço censório ao serviço de da situação. Foi o caso com o Público e agora é o caso com a TVI, precisamente os dois órgãos de informação que mais têm contestado o Governo que está. Sem concorrência directa, a não ser nos blogs. Mas estes, têm a importância que têm, reduzida a uns poucos milhares de pessoas que se vão conhecendo. Portanto, não fazem mossa ao poder insituído e por isso vão sendo tolerados. Os que a fazem, são imediatamente reprimidos, como deve ser. É o caso Do Portugal Profundo, obviamente. E outros.
O papel da ERC, neste contexto, é óbvio: limitar a informação prejudicial, sob a capa da regulação dos media.
"Até agora nenhuma notícia nossa foi desmentida", frisa Moura Guedes. "Mas se o quiserem fazer aceitem vir ao jornal. Até hoje nenhum membro do Governo aceitou vir esclarecer os portugueses. Ainda recentemente o procurador foi à RTP e à SIC e disse não poder vir ao meu jornal. Nem as ministras da Saúde e da Educação. Nunca têm agenda ou disponibilidade. Só espero que a ERC não venha dizer que há falta de pluralismo. Membros da Oposição aceitam vir e do PS não. Nem o primeiro-ministro. Este jornal fala verdade e a prova é que tem sido o favorito dos portugueses."
Logo à noite veremos como é que isto vai ser tratado. Entretanto, fica o registo de que "o procurador", também ostracizou a TVI...
É uma vergonha, também?

2 comentários:

Colmeal disse...

José,

Se os personagens conseguissem manter um diálogo com jornalistas independentes do poder político, estas questões não se colocavam. Agora, como no caso do clone Pereira na entrevista com o Crespo, em que tentou saber as questões que iam ser colocadas e (muito importante) não se esquecer de o tratar por "senhor ministro", estão a brincar ás entrevistas e a deitar areia para os olhos ao Povo. Claro que nenhum deles teria a coragem de questionar a MMGuedes sobre a condução da entrevista ou que questões iriam ser colocadas. E ou é por cobardia política que declinam os convites ou por manifesta falta de honestidade intelectual porque iriam ser "apertados" de tal forma que se calhar ainda lhes fugia a boca para a verdade ...

Karocha disse...

Nunca mais são 20 h.
O Jornal d'hoje vai ser muito bom!!!!

O Público activista e relapso