Diz aqui que Portugal, em 1973 quando o Expresso apareceu, era um "país de cinza". Parece que quem o diz será um tal Reinaldo Serrano que fazia reportagens em tandem com o actual director do Expresso, outro inenarrável.
Documentário de Reinaldo Serrano (SIC) sobre os 40 anos do Expresso, com depoimentos de Francisco Pinto Balsemão, Marcelo Rebelo de Sousa, José António Saraiva, Henrique Monteiro e Ricardo Costa. A história do Expresso, e a de Portugal, contada em 16 minutos.
Ora bem, o Portugal de 1973 como já tive ocasião de mostrar aqui não era bem um país cinzento, embora fosse governado por um regime autoritário que impunha censura nos media, como o Expresso, mas não tanta que ficasse tudo obscurecido pelo tapar da luz que aqueles pretendem ter visto depois, onde parece que só haveria obscurantismo.
O problema com estes serranos da costa portuguesa é que já nasceram depois das tais cinzas terem dado lugar à luz difusa que os acalenta para poderem falar politicamente correcto e arranjarem lugares de relevo nos media da situação. Tal como dantes, no tal regime das cinzas.
Não se incomodam em tentar perceber que essa tal cinza além de ter várias tonalidades era na maior parte das vezes tingida de muitas cores que os mesmos não percebem porque além das vistas estreitas que ostentam, ainda são daltónicos, distinguindo muito bem o vermelho e o rosa mas já sentem grandes dificuldades em perceber o laranja e o amarelo nem se fala. São monocromáticos das ideias.
Assim, o que em 1973 era mesmo da cor de cinza era o jornal onde vicejam. Cinzentão e ocupado apenas com a política da politiquice e da tentativa em mudar o regime, para outra coisa como veio a seguir.
Ainda assim, em 1973 o ambiente e panorama português já tinha sido retratado pelo Observador, uma revista semanal e que o Expresso nunca conseguiu imitar em qualidade cromática ou mesmo nos tons de cinza.
As imagens que se seguem não são tiradas dos livros de propaganda aos "planos de fomento", mas da revista Observador de Janeiro de 1972. Um ano antes do Expresso aparecer e alguns anos antes daquele indivíduo que dirige o jornal e o tal Serrano terem nascido.
Poderia apresentar mais imagens mas estas chegam para mostrar que a burrice não é culpa de ninguém, mas a ignorância é.
Agora compare-se esta cor com o cinzentismo do jornal Expresso, em 1973... o que é que isto podia dar? No que deu: três bancarrotas em pouco mais de três décadas. O Expresso continua cinzento, apesar da cor da impressão, porque os que o dirigem são daltónicos e têm palas nas ideias.
Tal como Tom Wolfe chama aos negociantes americanos de acções, os tais "mercados", estes do Expresso são uns eunucos das ideias. Não têm capacidade de análise do que está correcto e incorrecto; do que está certo e errado e por isso deixam-se levar por um qualquer artur baptista da silva que apareça.
A propósito dessa luz mirífica que adveio com o 25 de Abril para dissipar as trevas da longa noite fassista, importa recordar uma aventura dos jornais da época de 1975 e particularmente do Diário de Notícias então dirigido por um indivíduo que escreveu uns livros que lhe valeram o Nobel, porque estamos no tempo que estamos.
A história é da revista Vida Mundial de 4.9.75 e por aqui se mostra como a luz de 75 não diferia muito da cinza de 73...
6 comentários:
nada me admira na comunicação socialista.
basta lembrar-me que Karl Popper escreveu 'TV: um perigo para a democracia'
vivem de ideias feitas e mal fabricadas.
verdadeiras merdas. assisti a esses anos na esperança duma transição sem violência como queriam muitos dos maçons de então.
temos uma censura diferente. ninguem fala da ruina do país devido às P3 e aos facínoras que as puseram em prática.
ninguém se lhe referiu. ninguém repetiu as palavras duras de JG Ferreira ontem na sic.
a ditadura socialista é mais desastrosa que a da III república.
no Judeu Tony Judt (pensar o séc XX) encontrarão muito informação que explica toda esta trampa em que estamos socialisticamente enterrados
parece que o fmi e a troica são fantasmas ou ets
estou cansado de bardamerdas
Estou farto de jornais e jornalistas de merda. No minimo que fossem isentos e imparciais.
É pedir muito a moços de recados, não devem saber o que isso quer dizer, tiraram os cursos ( ? )em escolas a caminho do socialismo.
O país a cores só foi inventado depois da televisão a cores... Porreiro pá.
Só foi pena o país a cores já ter dado o "tilt" 3x.
A garantia essa já era.
Boa, boa.
Essa revista "Observador" faz-me lembrar a "Vida Soviética", que por ser igualmente colorida devia ser igualmente fiel ao que lá se passava... :D
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