Repare-se neste artigo da "historiadora" do fassismo, no Público de Quinta-Feira:
A loucura de esquerda radical conduz a enormidades e distorções históricas que pretendem fixar como versão oficial da realidade passada apenas há umas décadas.
A perspectiva de análise é sempre a mesma: o marxismo e ideologia subjacente, com luta de classes sempre à mistura.
Agora, a bête noire é o "populismo" apresentado como fenómeno de "extrema-direita".
A propósito destes malucos de esquerda pode ler-se também o artigo de João Pedro Marques no Observador a chamar ignorante ( e burro) a um tal Daniel Oliveira, filho do poeta Herberto Hélder.
E agora repare-se neste artigo no O Diabo de Sexta-Feira que até põe aqueles antifassistas aos pinchos. Até aparece o Churchill a louvar o antigo presidente do Conselho...:
Para esta canalha esquerdista ( canalha no sentido de catraios do esquerdismo, pirralhos, como dizem os brasileiros) perceber melhor, aqui fica um pequeno apontamento tirado daqui e que foi indicado na caixa de comentários:
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu Primeiro Secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, a pedido do funcionário encarregado da desk, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". No dia seguinte, sem aviso prévio, voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felísmino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010
E este artigo de Brandão Ferreira que espeta o aguilhão bem fundo na loucura ambulante daquela esquerda:
A loucura de esquerda conduz directamente a coisas absolutamente inacreditáveis e inaceitáveis como esta que aliás já mencionei em tempos:
Estes palermas já nem se contentam em achincalhar o juiz: querem mesmo tratar-lhe da saúde e nem sequer em modo metafórico...
O subsídio para o crime anunciado e incentivado é pago pelos contribuintes...
Ainda a propósito de Salazar, dei com um livro antigo ( 1975) de memórias da actriz Beatriz Costa, Sem Papas na Língua.
Conta um episódio passado no final dos anos trinta, do seu encontro com Salazar, em S. Bento.
Assim:
Estas memórias foram dadas à estampa em primeira edição de Novembro de 1975, em ocaso do PREC.
Beatriz Costa conta o episódio do seu encontro com Salazar, 40 anos antes e menciona que "o povo ingénuo estava mentalizado para ver em tudo o que era vermelho uma ameaça"!
Nessa época a preclara Beatriz não sabia o que se passava em Moscovo, com os famigerados processos de Estaline e os assassínios sistemáticos e opositores políticos.
Não sabia nesse tempo e pelos vistos nunca chegou a saber. E muito menos em 1975...e não obstante a menção que faz do comportamento de Salazar é o que fica registado: dizia-se mal de Salazar no "boteco" que a mesma frequentava mas se fosse em Moscovo, relativamente a Estaline, quem o fizesse tinha a pena de morte assegurada, com um tiro na nuca. É histórico, em 1975 já era conhecido mas a tal Beatriz Costa nunca tinha ouvido falar...e porquê?
Porque a censura de que se queixou então a Salazar, em 1975 ainda era pior. Nem a entrevista de Álvaro Cunhal à L´Europeo, de Junho desse ano passou por cá em tradução integral.
Mas um dias destes, em breve, estará aqui a versão original. Está prometido.
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