Nessa altura, falar deste modo e esclarecer as pessoas devidamente quanto ao verdadeiro significado da linguagem usada em modo corrente era tarefa ingrata e sem órgãos de informação de massa que o fizesse.
Praticamente todos os meios de informação visual, escrita e falada estavam nas mãos desse esquerdismo que controlava a linguagem, como aliás o continua a fazer, 45 anos depois.
Não existia alternativa válida a tal e os poucos que tentavam remar contra tal tsunami informativo eram afogados em ápodos de fascistas, reaccionários e saudosistas do passado salazarista.
Tanto os semanários O Diabo como A Rua só apareceram depois disso, já em 1976 e os que exiastiam eram folhas de couve para deixar apodrecer nas poucas bancas onde chegavam.
Em 11 de Março de 1975 houve um golpe de mão do esquerdismo para arredar de vez os empecilhos "burgueses" que ainda subsistiam e resistiam à colectivização económica e cultural, esta mais adiantada na decomposição.
Assim, quem quis saber através dos media existentes o que tinha acontecido, tinha esta versão resumida, publicada dois dias depois:
E ainda esta capa em 21 de Março de 1975:
Com esta pompa informativa:
Em resumo: a democracia tinha ganho ao fascismo...e em Setembro de 1975 uma revista francesa- Réalités, nº 356- mostrava bem o que sucedia, numa ilustração de Peter Glay, com imagem tirada daqui:
Eppure...havia quem visse melhor o panorama, mas era tudo lá de fora. Também chegava cá mas a leitura do "estrangeiro" não era muito valorizada.
Em Março de 2014, Joaquim Vieira e Reto Monico publicaram um livro profusamente ilustrado com imagens de revistas e jornais da época de 1975. Nos meses a seguir a Março de 1975 era assim:
Hoje, como há 45 anos, a informação relevante sobre nós próprios temos que a ir buscar ao estrangeiro...
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