domingo, março 08, 2020

Rangel e os caramelos

CM de hoje, suspeitas passadas a pente-fino e com mais chavões a preceito, como o da intenção de levar o assunto "até às últimas consequências"...


As suspeitas sobre o comportamento prevaricador do juiz Rangel avolumam-se e já estão nos processos de branqueamentos de capitais angolanos, para serem levadas "até às últimas consequências". Neste caso, estas já se conhecem: zero.

Há porém um outro de que ainda não se falou em modo suficiente que é o do Marquês e da única decisão da Relação que deu razão aos extraordinários advogados de José Sócrates enquanto arguido e preso 44.
Quanto aos advogados, o Araújo já foi condenado a pagar 10 mil euros à jornalista por lhe dizer que cheirava mal. Esta, agora vai-lhe penhorar contas, a pente fino,  para lhe desencantar a massa que ele se recusa a pagar; o outro, Delille, continua a ofender os magistrados e investigadores, sem consequências, a não ser para o amor próprio e profissional com tantas derrotas que já averba no currúculo.
Como aquela decisão de excepção suspeita já foi em 2015 as pessoas nem se lembram bem. Porém, a internet guarda os recortes e memórias desse tempo.

O acórdão de Rui Rangel foi subscrito por outro Caramelo e a fundamentação pareceu-me na altura vergonhosa para dizer o menos que já foi dito.

Tal acórdão é de facto inacreditável e contém algo que depois foi alvo de atenção e censura do CSM, num outro acórdão de outro juiz, neste caso de Neto de Moura.

Rui Rangel e o referido Caramelo publicitaram o processo do Marquês e fundamentaram a decisão com recurso a uma citação, não da Bíblia e não em contexto lateral à decisão, mas fundamentadora da própria decisão. No caso...do Pe António Vieira e de um dos seus sermões.

Segundo os jornais da época a citação era "quem levanta muita caça e não consegue nenhuma não é muito que recolha com as mãos vazias", e referia-se a algo que nem lhe tinha sido solicitado para pronúncia, ou seja os indícios existentes nos autos.

Ninguém se incomodou na altura com a citação, ao contrário do que sucedeu com Neto de Moura que foi alvo de reprimenda oficializada por decisão do STJ por colocar nas decisões considerações pessoais sobre assunto estranho ao processo, no caso apoiado em citações da Bíblia.

Nenhum humorista de meia tijela, como os inenarráveis que escrevem em sítios infrequentáveis para ganhar a vidinha, ofendendo gratuitamente os seus semelhantes, se lembrou da citação dos Sermões.

O que então fizeram, pelo contrário, foi fazer pouco das autoridades judiciárias que foram desautorizadas pela decisão dos juízes  Rangel e Caramelo.

Isso também os define: almocreves do sistema.

E o sistema funciona assim, conforme escreve o Sol ( Vítor Rainho): 

Voltando ao Supremo Tribunal de Justiça que decidiu que o CM e os quatro jornalistas nada têm a pagar a Rui Rangel, diga-se que houve um terceiro juiz-desembargador que votou vencido, Sebastião Póvoas, que, como escreve Teixeira da Mota, entendeu que «os jornalistas deviam ser condenados pela grave ofensa à honra de Rui Rangel» e que deveriam pagar 10 mil euros ao juiz que foi expulso da magistratura. O advogado escreveu ainda: «Deve ter sido por esta pérola do pensamento jurídico no campo da liberdade de expressão que Sebastião Póvoas está agora à frente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)». A mesma que avaliará, por exemplo, se Maria Flor Pedroso escondeu ou não um programa prejudicial à imagem do Governo e que terá dado cabo de uma investigação da sua equipa de jornalistas, pois prejudicava a instituição onde Flor Pedroso lecionava. Siga o baile que a festa está ao rubro.

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Megaprocessos...quem os quer?