Qual o melhor traço que recordam? O de o falecido respeitar as opiniões alheias e até certo ponto as estimular e publicar. Quer dizer...até certo ponto. Fassismos, não, isso nunca. Comunismos, venham eles. E eles vieram, também em barda. Até hoje.
Os obituários são em barda e todos hagiográficos, a roçar o paroxismo bacoco. O obituário mais patético, como não podia deixar de ser, é este:
Até o antigo jornalista do Expresso ( chegou a ser director até 1980 e esteve lá até 1985) e que agora está na presidência da República comenta e obitua, no seu estilo habitual de olhar apenas o presente que passa e segundo o ambiente mediático do momento. Este indivíduo não quer ter passado...mas é sempre bom lembrar-lho:
Por ocasião dos 25 anos do Expresso o presente deste indivíduo era este, conforme escreveu na Edição Especial comemorativa:
Fique anotado: o Expresso foi sempre um jornal de esquerda. Onde o indivíduo até foi director...
Nesta altura, o falecido Vicente já lá não estava, desde 1990.
De acordo com a lenda que se propõe, este falecido é notável por duas ou três coisas ligadas ao jornalismo. A primeira foi ter inventado o conceito de "Revista" no Expresso.
Como não se mostra o que foi a tal Revista, fica aqui um exemplo de 17 de Maio de 1980.
O caderno, de 36 páginas, tem 20 de texto, geralmente com temas de politiquice caseira e uma ou outra investigação jornalística ( neste caso um fait-divers digno do Correio da Manhã de hoje, com a história de u
Um indivíduo que ficou com uma perna esfacelada num acidente e surgiram depois complicações com a Cruz Vermelha e uma falsa médica...). Tudo o resto é publicidade.
Na última página a "pièce de résistence", uma rubrica de coscuvulhices políticas animada pelo dito cujo que não quer ter passado, mas tem:
A Revista, um ano depois tinha outro aspecto, mais arejado e recheado de colaborações dos do costume ( Mega Ferreira, Carreira Bom, etc etc etc) .
Os artigos tinham interesse e provavelmente foi esta a melhor fase do Expresso.
Mas quem dirigia o jornal nesta altura era Augusto de Carvalho.
O falecido Vicente só aparece na frontespício como director-adjunto em 1984.
A história é contada agora no Expresso, assim, com um rigor que até dói:
Por outro lado, a grande obra que merece encómios é o Público, lançado em 1990. Vicente Jorge Silva só lá esteve meia dúzia.
Por ocasião do X aniversário do jornal quem fez a festa foi o seu melhor director, José Manuel Fernandes. Assim:
JMF foi director a partir de 1998 até 2009...e o Vicente falecido, nessa ocasião nem existia para o jornal.
É assim a vida. E no caso, os obituários.
Por mim nunca consegui ler um artigo do falecido Vicente até ao fim. A maior parte das vezes nem o início.
Na última página a "pièce de résistence", uma rubrica de coscuvulhices políticas animada pelo dito cujo que não quer ter passado, mas tem:
A Revista, um ano depois tinha outro aspecto, mais arejado e recheado de colaborações dos do costume ( Mega Ferreira, Carreira Bom, etc etc etc) .
Os artigos tinham interesse e provavelmente foi esta a melhor fase do Expresso.
Mas quem dirigia o jornal nesta altura era Augusto de Carvalho.
O falecido Vicente só aparece na frontespício como director-adjunto em 1984.
A história é contada agora no Expresso, assim, com um rigor que até dói:
Por outro lado, a grande obra que merece encómios é o Público, lançado em 1990. Vicente Jorge Silva só lá esteve meia dúzia.
Por ocasião do X aniversário do jornal quem fez a festa foi o seu melhor director, José Manuel Fernandes. Assim:
JMF foi director a partir de 1998 até 2009...e o Vicente falecido, nessa ocasião nem existia para o jornal.
É assim a vida. E no caso, os obituários.
Por mim nunca consegui ler um artigo do falecido Vicente até ao fim. A maior parte das vezes nem o início.
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