domingo, fevereiro 05, 2012

Medina Carreira, a malhar nos santos e silvas do regime

Medina Carreira é entrevistado hoje pelo jornal Negócios fim-de-semana. Comprei o jornal para ler a entrevista e entretanto recebi por mensagem electrónica a imagem da entrevista. Uma parte que publico explica o fenómeno estranho de termos um presidente da República economista, político experimentado e reputado conhecedor da realidade económica do país que ao mesmo tempo não foi capaz, ou não quis evitar, pela sua parte, o descalabro em que nos encontramos.
Medina Carreira explica de um modo que me parece plausível o aparente paradoxo. Tudo se resume a um aforismo: é a política, estúpido!

"Ele via melhor do que eu, e eu, ao longo de toda a década, escrevi a dizer que caminhávamos para a desgraça. Em 2005, ele sabia. Em 2007, 2008, sabia, e não disse nunca isto."

Medina Carreira tem a noção de que se ocorrer uma crise financeira mais grave- ou seja, "não nos emprestarem dinheiro lá de fora-ninguém imagina o cataclismo que será. " Por isso, defende que " haja incriminação dos actos políticos". Acha "que os governos devem poder ser julgados criminalmente".

Parece uma evidência que quem no poder político empurra todo um povo para uma miséria evitável, merece castigo e não apenas nas urnas eleitorais. Os interesses e valores em jogo devem ter protecção penal e eventualmente têm-na se tal for bem procurado por quem de direito.
Medina Carreira, no entanto, que vá dizer tal coisa ao actual PGR e ouve deste o que o mesmo disse no discurso de abertura do ano judicial: "à política o que é da política e aos tribunais o que é dos tribunais."
O outro representante do poder judicial, Noronha Nascimento, esse diz coisa diversa: que não se devem mexer nos direitos adquiridos. Direitos adquiridos em virtude de erros políticos clamorosos...

5 comentários:

Floribundus disse...

o ps nunca tem menos de 1,5 milhões de votos
o PR sabia tudo, mas sócrates era reeleito, como foi.

o PR por não ser de esquerda é o 'bombo da festa' da comunicação social. sobretudo da que criou.

Manuel Fernades Tomás disse no Vintismo
«haverá imprensa livre mesmo que seja só para dizer mal de mim»

Karocha disse...

José

Leia esta.

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=40684

hajapachorra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Portas e Travessas.sa disse...

A receita é como diz a ícone FLeite: -

Fecha-se a democracia e abre 6 meses, com nova gerência-

O MCarreira é o candidato !?!?

josé disse...

Esta democracia caracteriza-se por haver eleições em que o povo vota livremente em candidatos que meia dúzia de pessoas escolheu e que por seu turno foram eleitas por alguns, poucos milhares de militantes partidários.

Tal e qual como antes de 25 de Abril 74. Apenas com uma diferença: nessa altura o partido comunista era proibido. O PS nem existia...

A obscenidade do jornalismo televisivo