sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Para os defensores da teoria do PEC IV...

Sic-N:

O antigo Presidente da República Mário Soares disse na noite de quinta-feira que José Sócrates acabou por ceder "à evidência" de ter de pedir ajuda externa, depois de com ele ter tido uma "gravíssima" discussão.
"Tive uma discussão com ele gravíssima, porque queria que ele pedisse o apoio e ele não queria.

Falei muito com ele durante muito tempo, duas horas ou três, discutimos brutalmente mas amigavelmente, eu a convencê-lo e ele a não estar convencido", afirmou Mário Soares, na sessão promovida pelo Casino da Figueira da Foz.

Acrescentou que também o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos contribuiu para a decisão do Governo liderado por José Sócrates de pedir a intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal.

"Depois o ministro das Finanças também interveio mais tarde e ele José Sócrates acabou por ter de ceder, perante a evidência das coisas", frisou.

Recusou que Sócrates tenha "fugido" do país, após perder as eleições legislativas e se demitir de líder do PS: "Não fugiu nada, coitado, não podia era continuar ali. Foi atacado por toda a gente da pior maneira", argumentou Mário Soares na sessão moderada pela jornalista Cândida Pinto.

"É preciso ter uma coragem muito grande para aguentar o que ele aguentou", acrescentou, argumentando que José Sócrates "fez bem" em se demitir e ter ido para França.

2 comentários:

Carlos disse...

Não podiam ter escolhido melhor local para discutirem o estado da nossa economia - um casino.

Anónimo disse...

A História Económica de Portugal tem agora duas versões. Na primeira a tornar-se pública, socialista socrática, o país precisou de um PEC IV, que a oposição do PSD chumbou, levando o país ao desastre e o PM José Sócrates a questionar "Como puderam fazer isto ao país?". Na segunda, o PEC IV é criado para chumbar e para que os autores possam descartar as suas responsabilidades e programar as eleições legislativas antecipadas de modo a conseguirem a reeleição, já santificados e limpos de dolo. Para isso, meses antes, o PM em exercício começa um acampanha de Tempo de Antena estranha e intensa, fora do tempo, que só mais tarde se viria a compreender, quando o país pede ajuda internacional e, o mesmo, em vez de explicar que não era necessária, conforme conversa tida com Mário Soares, culpa a oposição, omite a origem interna e diz que era inevitável, mentindo, como agora se percebe. É um episódio pouco digno, sujo e revelador de um carácter. É natural que não quisessem discutir o carácter, porque ele é mesmo indiscutível, e cristalino.

A obscenidade do jornalismo televisivo