François Fillon, candidato ( da direita), em 2017 a presidente da República, em França, lixou-se no passado dia 29 de Junho quando foi condenado em cinco anos de prisão, dois deles efectivos.
Fillon tinha naquela altura muitas hipóteses de ser presidente em vez de Macron. Porém, em Janeiro de 2017 o jornal le Canard Enchainé revelou que a mulher tinha sido remunerada entre 1998 e 2007 como assistente parlamentar do marido. Tal revelação foi o princípio do fim do candidato presidencial que apesar disso disputou as eleições, já sem grandes hipóteses.
O caso assumiu relevância criminal porque se entendeu ser tal emprego fictício, um modo de o então deputado arredondar o salário.
Fez-se o inquérito, o indivíduo defendeu-se mal e foi acusado, julgado e condenado. Uma reserva moral da nação esgotou-se nesse ralo de miséria jacobina em que a rigidez das leis é brandida sempre que a conveniência o solicita, sem defesa para as vítimas que as aprovaram.
Casos como esse, em França seriam vulgares e no seio da família socialista dos miterrands e hollandes seriam mato, mas enfim, quem foi apanhado foi o Fillon e de modo muito conveniente, nas vésperas de eleição presidencial.
Outra revelação acerca de dois fatos de vestir, oferecidos ao candidato por um figurão dos negócios franceses arruinou definitivamente as esperanças dessa direita em ter um presidente a seu grado.
A moral jacobina é terrível e as instâncias judiciárias francesas, chefiadas por gente colocada pela esquerda socialista de F. Hollande, fez o resto.
Foi isto que a revista Valeurs Actuelles, apoiante activa do antigo candidato presidencial, escreveu na semana passada, antes de se conhecer o veredicto do tribunal que julgou e condenou Fillon em prisão efectiva.
A revista que apoiou o então candidato tenta demonstrar neste número que existiu desde o início uma cabala contra o mesmo. Apoia-se numa cronologia processual que apresenta como prova da fúria investigatória, ad hominen, das autoridades de polícia financeira ( a AT do sítio, ou seja os paulos silvas de lá) e da pressa em apurar os factos, de modo a torpedear as esperanças eleitorais do candidato.
Em 25 de Janeiro de 2017 saiu a notícia; no dia seguinte a entidade policial ( PNF, criada por François Hollande) abriu um inquérito para investigação do eventual desvio de fundos públicos e abuso de bens sociais ( até faz sonhar...porque em Portugal não há nada disto, assim claramente enunciado). Em 14 de Março Fillon é constituído arguido e em 23 de Abril na primeira volta das presidenciais, acabou em terceiro, eliminado.
A partir daí foi o calvário jacobino do costume, até chegar ao dia 29 de Junho passado.
A revista pretende repor a verdade sobre o caso, citando um livro publicado há dias e escrito por um colaborador da mesma.
A única verdade que transparece é que François Fillon não conseguiu provar a inocência relativamente ao facto principal: o emprego da mulher, a fazer de conta, para arredondar o fim do mês salarial.
Tudo o resto, sobre a cabala, o zelo, a pressa, o empenho das autoridades até pode conter alguma dose de verdade, mas... como o sabe muito bem um Armando Vara as leis jacobinas são tramadas.
Quanto a José Sócrates, comparado com isto é comparar a estrada da Beira com a beira da estrada, o que aliás costuma ser a sua especialidade e também a do seu advogado inenarrável, Pedro Delille.
Veremos como vai ser a decisão do juiz Rosa...
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